O Honda Fit 2008 foi o último modelo da primeira geração do monovolume da marca japonesa, que teve seu lançamento em setembro de 2003 no Brasil embora originalmente tenha sido apresentado no Japão em 2001.
A minivan da Honda estreou o sistema flex no motor 1.3, mas somente nas versões LX e LXL, ambas apenas com transmissão manual. A novidade veio com a incorporação de uma tampa externa específica para abastecimento.
Igual àquela usada na parte traseira para abastecer o tanque de combustível, a dianteira estava posicionada no lado direto do veículo e tinha um bocal similar ao do tanque. Sob o para-brisa, ficava o reservatório para 700 ml de gasolina.
Para proteger o tanquinho de gasolina, usado na partida a frio com etanol no tanque em dias de baixa temperatura, a Honda usou aço naval para envolver o reservatório, sendo assim resistente a impacto sem vazar ou rachar.
O compacto da Honda se diferenciava dos demais carros flex por sempre usar a gasolina do tanquinho para partida com etanol, de modo que ele fosse usado e evitasse a degradação dentro do tanquinho por falta de uso em lugares quentes.
Usando álcool, o propulsor L13A i-DSI passava a dispor de 83 cavalos e 12,1 kgfm, um acréscimo de 3 cavalos e 0,3 kgfm. Os números com gasolina se mantinha como das versões puramente abastecidas com o derivado do petróleo.
Fabricado em Sumaré, interior de São Paulo, o Honda Fit era oferecido também com o motor L15A i-VTEC, que diferia do 1.3 i-DSI por dispor de comando único variável para 16 válvulas. O Honda City nunca usou o 1.3.
Este era abastecido apenas por gasolina na época e tinha 105 cavalos e 14,2 kgfm, sendo igualmente equipado com câmbio manual de cinco marchas ou CVT. Com esses dois propulsores, a Honda mantinha o Fit em boa posição.
Com 3,83 m de comprimento, 1,67 m de largura, 1,52 m de altura e 2,45 m de entre-eixos, o Fit 2008 parecia mais um hatch. Tendo capô curto, o monovolume tinha linhas atraentes, mas se destacava pelas soluções técnicas.
Diferente de outros carros, seu tanque de 42 litros era central, montado sob os bancos dianteiros. Isso permitiu que houvesse um espaço sob o banco traseiro, onde geralmente vai o reservatório de combustível nos automóveis.
Esse volume extra era para o sistema ULT, que permitia o rebatimento do assento para cima, com o travamento do suporte móvel, que se encaixava ao assoalho. Dessa forma, um objeto alto podia ser levado. O Honda Civic não usava.
Igualmente, com o encosto sendo rebatido, o assento ficava rente ao chão para que o encosto criasse uma plataforma quase plana para bagagens e objetos planos de mais de 2 metros.
Os bancos dianteiros também podiam ser rebatidos para se encaixar no assento traseiro, mas apenas com a remoção dos apoios de cabeça. No Fit, a ergonomia era muito boa e a posição de dirigir agradável.
Esse modelo da Honda teve seu motor 1.3 i-DSI desenvolvido para caber no diminuto cofre, chamando atenção por ter oito velas e uma bobina individual em cada, além de corrente de comando e duas válvulas por cilindro.
O sistema de refrigeração era outra coisa, com troca prevista para 140.000 km para o líquido de refrigeração. Com isso, o Fit 2008 não precisava de medidor de temperatura do motor, o que acontece até os dias atuais.
Contudo, a transmissão CVT precisava de complemento do lubrificante a cada 40.000 km. Aliás, esse câmbio não tinha conversor de torque, usando um conjunto multidisco banhado a óleo, chamado de “embreagem de partida”.
Isso permitia que a caixa evitasse perda de potência como num câmbio automático comum, usando o conversor. Assim, o Fit CVT era sempre mais econômico que a versão manual, contrariando o conceito comum, que era o contrário.
A própria variação de relação, usando duas polias móveis e duas cintas de aço, em correspondentes menores, permitia manter o propulsor sempre na melhor rotação, independente da velocidade.
Esse avanço linear garantia conforto e economia, embora fosse mais lento que um carro automático comum e com resposta muito mais amena. Tinha três relações básicas para atuar durante a condução.
No Japão, o Honda Fit 1.5 chegou a ter câmbio CVT com sete marchas virtuais, trocadas em paddle shifts no volante, algo que viria ocorrer aqui apenas na terceira geração.
Por lá também existiu uma versão AWD, que tinha suspensão traseira De Dion, que consistia em uma barra estabilizadora curvada sob o diferencial traseiro, preso à estrutura e com tração através de semieixos. O eixo de torção permanecia.
Essa geração do Honda Fit fez muito sucesso no Brasil, mas em 2009, chegou a segunda geração, mais alta e volumosa, contudo, sem o câmbio CVT, usando uma caixa automática com os dois motores flexíveis de início.
Na terceira geração, o Fit manteve o 1.5 i-VTEC com até 116 cavalos, mas retornou com um CVT, agora provido de conversor de torque. Sem inovar mais, o compacto aguarda a quarta geração, que pode ter motor 1.0 Turbo com CVT.
Fit 2008 – detalhes
O Honda Fit 2008 já havia passado por um pequeno facelift há alguns anos, embora a primeira geração tenha tido uma vida curta, como dos carros coreanos de Hyundai e Kia, por exemplo.
Lançado em 2003, saiu de cena em 2008 com a segunda geração, tendo um perfil bem aerodinâmico e funcional. Na frente, os faróis simples possuíam lentes claras, fruto da atualização de meia vida.
Além disso, a grade ovalada em sua base ganhara friso na cor do carro junto ao logotipo da Honda. O para-choque ganhou ressaltos nas laterais e uma grade protetora na parte inferior, defendendo mais os radiadores do motor e ar condicionado.
Com capô curto e curvado, o Fit 2008 tinha ainda o bocal do reservatório de gasolina flex nas versões LX e LXL com transmissão manual apenas. Já as rodas de liga leve aro 14 polegadas eram novas em relação ao modelo 2004.
Tendo retrovisores e maçanetas na cor do carro, o Fit ainda dispunha de protetores laterais na mesma tonalidade, enquanto a traseira vinha com lanternas compactas e uma grande vigia com limpador e lavador, além de desembaçador.
Com para-choque pronunciado e maçaneta embutida sob a cobertura da placa, o Honda Fit tinha antena no teto bem pronunciada e ajustável em inclinação. Tendo uma boa área envidraçada, tinha colunas A com vigias.
O estilo dessas, era semelhante ao do New Civic, mostrando o grande parentesco entre os produtos da Honda. Na versão EX, que era a mais completa, o Fit 2008 tinha grade diferenciada e trazia rodas de liga leve aro 14 polegadas exclusivas.
Na traseira, a diferença entre um Fit 1.3 e um Fit 1.5 era a cor do pingo do “i”, sendo vermelha no primeiro e azul no segundo, uma vez que a Honda não identificava o tamanho do motor externamente.
Por dentro, o painel era simples e funcional, tendo um grande porta-trecos sob o conjunto frontal, além de porta-luvas com dois níveis internos e console central com opção de rádio 2din com CD player com MP3 e um visual bem bacana.
Era de série na EX, já que a LXL empregava um rádio comum com 1din e outro porta-treco. O ar condicionado era manual, tendo abaixo uma fonte 12V.
No cluster, o Fit 2008 tinha a mesma identificação traseira no mostrador do conta-giros, que também tinha indicador de marcha (CVT). Havia ainda velocímetro e nível de combustível em todas as versões, além de um display digital.
Este tinha um indicador de consumo médio e hodômetros, ajustáveis através de uma haste no acrílico do painel, algo ainda hoje existente na atual geração do Fit nacional. Ou seja, só dá para acessar o computador do modo antigo…
O volante tinha três raios e bom acabamento, além de ajuste em altura. O Fit já vinha com dois airbags e freios com ABS e EDB, este último exceto na versão LX, que também não tinha rodas de liga leve, sendo de aço, mas com pneus 175/65 R14.
As portas possuíam revestimento em tecido, tendo ainda bons porta-copos e alavanca com pomo preto, tendo este as posições P, R, N, D, S e L. Havia ainda um porta-copo traseiro e dois porta-objetos entre os bancos dianteiros.
Nas portas dianteiras, mais porta-trecos. O banco do motorista tinha ajuste de altura, mas era fadado a problemas no trilho, algo comum no Fit dessa geração. Os assentos largos eram confortáveis, assim como o traseiro.
Este vinha com o sistema ULT, possibilitando o ingresso de material alto ou longo, bastando ajustar encosto e assento de forma modular. Os encostos dianteiros também se encaixavam nos traseiros.
Bipartido, o banco traseiro apresentava bom espaço para as pernas, com bom ângulo de abertura das portas traseiras e alavancas de deslizamento dos bancos dianteiros nos encostos, para quem estivesse atrás pudesse ajustar-se melhor.
Porta-revista somente no encosto do passageiro dianteiro, enquanto os cintos de segurança eram de 3 pontos nas laterais e subabdominal para o quinto passageiro. Havia quatro apoios de cabeça, além de alças no teto e luzes de leitura.
As maçanetas internas eram pretas nas versões LX e LXL, enquanto na EX eram prateadas. O travamento central elétrico era feito no painel ou pelos pinos nas portas, sendo que as traseiras possuem travas de segurança para crianças.
Os espelhos nos para-sóis não eram iluminados. Já os vidros elétricos tinham um toque apenas para o motorista, enquanto os retrovisores eram ajustados no painel. O porta-malas tinha 353 litros, carpete, luz e ganchos para bagagem.
Fit 2008 – versões
- Honda Fit LX 1.3 MT
- Honda Fit LX 1.3 MT Flex
- Honda Fit LX 1.3 CVT
- Honda Fit LXL 1.3 MT
- Honda Fit LXL 1.3 MT Flex
- Honda Fit LXL 1.3 CVT
- Honda Fit EX 1.5 MT
- Honda Fit EX 1.5 CVT
Equipamentos
Honda Fit LX 1.3 MT – Motor 1.3 e câmbio manual de cinco marchas, mais ar condicionado, direção elétrica, coluna de direção ajustável em altura, vidros elétricos nas quatro portas com one touch para o motorista, travamento central elétrico e incluindo porta-malas, retrovisores elétricos, luzes de leitura, espelho interno dia e noite, bancos e portas em tecidos, rodas de aço aro 14 polegadas com calotas integrais, pneus 175/65 R14, airbag duplo, sistema ULT, banco do motorista com ajuste em altura, fonte 12V, para-brisa degradê, limpador e lavador do vidro traseiro, desembaçador traseiro, entre outros.
Honda Fit LX 1.3 MT Flex – Itens acima, mais sistema flex com tanquinho e bocal do reservatório.
Honda Fit LX 1.3 CVT – Itens do LX, mais transmissão CVT.
Honda Fit LXL 1.3 MT – Itens do LX, mais rodas de liga leve aro 14 polegadas, freios ABS com EDB e sistema de áudio 1din com CD player e MP3.
Honda Fit LXL 1.3 MT Flex – Itens acima, mais sistema flex com tanquinho e bocal do reservatório.
Honda Fit LXL 1.3 CVT – Itens do LXL, mais transmissão CVT.
Honda Fit EX 1.5 MT – Itens do LXL, mais motor 1.5, rodas de liga leve exclusivas, grade diferenciada, retrovisores com repetidores de direção e sistema de áudio 2din integrado com display digital, CD player, MP3 e auxiliar.
Honda Fit EX 1.5 CVT– Itens do EX, mais transmissão CVT.
Preços
- Honda Fit LX 1.3 MT – R$ 44.990
- Honda Fit LX 1.3 MT Flex – R$ 46.340
- Honda Fit LX 1.3 CVT – R$ 49.330
- Honda Fit LXL 1.3 MT – R$ 48.690
- Honda Fit LXL 1.3 MT Flex – R$ 50.150
- Honda Fit LXL 1.3 CVT – R$ 53.040
- Honda Fit EX 1.5 MT – R$ 52.910
- Honda Fit EX 1.5 CVT – R$ 57.210
Fit 2008 – motor
O Fit 2008 era oferecido com dois motores, sendo eles os L13A e L15A, sendo o primeiro 1.3 litro. Com bloco e cabeçote em alumínio, essa geração de motores da Honda surgiu em 2000 e este chamava atenção por dois detalhes.
O primeiro era que o 1.3 i-DSI da Honda tinha cabeçote de duas válvulas por cilindro e não quatro, como é comum ver nos carros da Honda, mesmo os antigos dos anos 90, em especial os VTEC.
Com comando único acionado por corrente, este pequeno motor tinha ainda duas velas de ignição por cilindro, tendo portanto, oito velas. Essa era outra característica incomum da Honda e vista apenas no Fit da primeira geração.
Cada vela tinha uma bobina individual, tendo ainda o propulsor injeção eletrônica multiponto, mas com acelerador mecânico em vez de eletrônico. Na versão flex, ele tinha um injetor de gasolina para partida no álcool.
Dotado de direção elétrica, o Fit tinha o motor elétrico preso à coluna de direção, evitando assim ocupar espaço no cofre do motor. Esse motor 1.3 i-DSI tinha 1.339 cm 3 e entregava 80 cavalos a 5.700 rpm, bem como 11,8 kgfm a 2.800 rpm.
Isso com gasolina, já que nas duas versões flex, a potência subia para 83 cavalos e o torque para 12,1 kgfm, ambos nas mesmas rotações quando abastecidos com etanol.
No Fit EX, o porpulsor era mais comum, sendo o L15A com construção em alumínio, mas com cabeçote de 16 válvulas, porém, com comando único do i-VTEC, variando abertura e fechamento de admissão e escape.
Também acionado por corrente, ele empregava apenas uma vela por cilindro e tinha também injeção multiponto, mas apenas abastecido com gasolina. Com 1.496 cm3, o L15A ou 1.5 i-VTEC tinha 105 cavalos a 5.800 rpm e 14,2 kgfm a 4.800 rpm.
Diferente do L13A, o L15A precisava de giros mais altos para obter força e oferecer um desempenho melhor ao Fit EX. Ambos tinham transmissão manual de cinco marchas ou CVT.
Este último não usava conversor de torque, mas uma embreagem multidisco banhada a óleo, chamada de “embreagem de partida”. Ela evitava o roubo de potência do motor e foi usada devido a fraqueza do 1.3 de apenas 80 cavalos.
Ainda assim foi empregada no EX 1.5 e tinha programação de polias e correias de aço variáveis em três, sendo uma relação curta para a posição L (Low), usada em declives e aclives acentuados.
Duas relações variáveis na S (Sport), que tornavam o giro mais rápido e melhoravam a resposta do carro. Por fim, a D (Drive), com as três relações variáveis para uso cotidiano.
Com revisão de óleo a cada 40.000 km, essa transmissão CVT tinha de ser calibrada com aceleração até 60 km/h e rolagem do veículo até praticamente parar, sem contar as duas entradas de ventoinha e o uso de faróis acesos no processo.
Tendo este conjunto, o Honda Fit 2008 era agradável de dirigir e tinha conforto, além de praticidade, bom valor de revenda e economia de combustível.
Nos anos posteriores, o L13A virou VTEC e desapareceu na segunda geração, ficando apenas o L15A atualizado para FlexOne e entregando 115 cavalos na gasolina e 116 cavalos no etanol, equipando Fit, City e WR-V.
Desempenho
- Honda Fit 1.3 MT – 13,1 segundos e 165 km/h
- Honda Fit 1.3 CVT – 14,4 segundos e 160 km/h
- Honda Fit 1.5 MT – 10,7 segundos e 175 km/h
- Honda Fit 1.5 CVT – 11,1 segundos e 170 km/h
Consumo
- Honda Fit 1.3 MT – 10,0/15,5 km/l
- Honda Fit 1.3 CVT – 11,8/15,0 km/l
- Honda Fit 1.5 MT – 11,0/15,0 km/l
- Honda Fit 1.5 CVT – 11,5/14,9 km/l
Fit 2008 – manutenção e revisão
A manutenção da Honda era feita a cada 10.000 km ou 12 meses, tendo o Fit 2008 óleo lubricante mineral 10W30, que foi substituído por um sintético 0W20 importado do Japão.
O câmbio precisa de trocas a cada 40.000 km e o sistema de refrigeração a cada 140.000 km, mas as revendas falam que o ideal é fazê-lo com 80.000 km, alegando entupimento após a troca.
Fit 2008 – ficha técnica
Motor | 1.3 8V | 1.5 16V |
Tipo | ||
Número de cilindros | 4 em linha | 4 em linha |
Cilindrada em cm3 | 1339 | 1339 |
Válvulas | 8 | 16 |
Taxa de compressão | 10,4:1 | 10:1 |
Injeção eletrônica | Indireta Flex | Indireta |
Potência máxima | 80/83 cv a 5.700 rpm (gasolina/etanol) | 105 cv a 5.800 rpm (gasolina) |
Torque máximo | 11,8/12,1 kgfm a 2.800 rpm (gasolina/etanol) | 14,2 kgfm a 4.800 rpm (gasolina) |
Transmissão | ||
Tipo | Manual de 5 marchas ou CVT | Manual de 5 marchas ou CVT |
Tração | ||
Tipo | Dianteira | Dianteira |
Direção | ||
Tipo | Elétrica | Elétrica |
Freios | ||
Tipo | Discos dianteiros e tambores traseiros | Discos dianteiros e tambores traseiros |
Suspensão | ||
Dianteira | McPherson | McPherson |
Traseira | Eixo de torção | Eixo de torção |
Rodas e Pneus | ||
Rodas | Aço ou liga leve aro 14 polegadas | Aço ou liga leve aro 14 polegadas |
Pneus | 175/65 R14 | 175/65 R14 |
Dimensões | ||
Comprimento (mm) | 3.830 | 3.830 |
Largura (mm) | 1.675 | 1.675 |
Altura (mm) | 1.525 | 1.525 |
Entre eixos (mm) | 2.450 | 2.450 |
Capacidades | ||
Porta-malas (L) | 353 | 353 |
Tanque de combustível (L) | 42 | 42 |
Carga (Kg) | 400 | 400 |
Peso em ordem de marcha (Kg) | 1.045 (MT), 1070 (CVT) | 1.050 (MT), 1075 (CVT) |
Coeficiente aerodinâmico (cx) | 0,32 | 0,32 |
Fit 2008 – fotos
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