A Kandi America provou duas coisas no mercado automotivo e financeiro dos EUA. A primeira é que os americanos gostam de carros elétricos. A segunda é que, não adianta a audiência, você precisa de números para ir bem.
No primeiro caso, a Kandi America, que é filial da chinesa Kandi, tinha tudo para estrear bem no mercado americano e surpreender os investidores.
Afinal, com incentivos federais, seus dois modelos custam de US$ 10 mil a US$ 20 mil, num segmento onde os carros elétricos geralmente ficam na casa dos US$ 30 mil.
Apesar de o K27 ser um modelo limitado (a máxima é de 102 km/h), que tem pouca autonomia (160 km), ele é classificado como um automóvel comum e isso permite viajar em rodovias e ser emplacado normalmente.
Já o K23 é um monovolume mais completo e que pode chegar a 112 km/h, tendo ainda autonomia para rodar 302 km. Ele vai custar no máximo US$ 19.990. Até aí, tudo bem.
Quando iniciou a live de apresentação dos dois carros nos EUA, a Kandi reuniu uma audiência de 11 mil pessoas. Isso estava sendo monitorado pela Nasdaq, onde suas ações estão listadas.
Só no final de julho, a marca já havia conseguido ver suas ações subirem 140% no dia seguinte ao anúncio das vendas. De lá para cá, elas continuaram em alta na bolsa eletrônica de Wall Street.
E então, após a live de apresentação dos K23 e K27, a Kandi teve que revelar a quantidade de reservas feitas para a dupla de elétricos importada da China: 436 carros.
Para a realidade americana, 436 pedidos de US$ 100, que são reembolsáveis, é simplesmente um desastre! Isto visto pelo lado financeiro da coisa.
Após isso, rapidamente o valor das ações da Kandi caíram vertiginosamente na Nasdaq, com cada uma sendo negociada entre US$ 3 e US$ ante US$ 10,60 no dia do lançamento.
Isso mostra que o mercado financeiro dos EUA não perdoa a falta de números. O entusiamo dos investidores com a Kandi murchou com a baixa quantidade de pedidos feitos.
Para tentar compensar, a Kandi diz que pretende atuar de forma mais agressiva no mercado americano e fechar parcerias com empresas públicas na fronteira EUA-México.
Apesar dos preços e das propostas, os dois modelos da Kandi não empolgam. Se ainda fosse o trio de elétricos da ORA, que pertence à Great Wall, certamente as coisas teriam sido bem diferentes. Isso vale de lição e aprendizado para os chineses nos states…
[Fonte: TTAC]
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