quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

Avanço das Fintechs em direção a PJ (Empresas)

Danylo Martins (Valor, 03/12/2019) informa: depois de focalizar como clientes a pessoa física, as fintechs começam a ampliar a oferta de produtos e serviços para empresas. Do total de 553 startups do setor em operação no Brasil, 54% têm soluções para o segmento B2B, segundo levantamento feito pela Distrito, empresa de inovação aberta. Os negócios avançam em mercados historicamente dominados por grandes bancos. O tamanho do incômodo é difícil de quantificar, ao menos por ora, mas não há dúvidas de que os bancos estão atentos aos novos entrantes.

Fundada em 2015, a Finpass conecta uma base de 40 mil pequenas e médias empresas (PMEs) a 350 financiadores, entre bancos médios, financeiras, fundos de direitos creditórios (FIDCs) e fintechs de crédito. Pela plataforma, as companhias acessam modalidades como crédito com ou sem garantia e desconto de duplicatas.

O negócio chamou a atenção do BTG Pactual. Ele investiu este ano na startup – na rodada (valor não revelado), a gestora e.Bricks Ventures aumentou sua participação na empresa.

A startup começou a desenvolver também ferramentas específicas para os bancos melhorarem a oferta de crédito digital para empresas. Muitos bancos querem tornar o crédito mais digital, mas não têm estrutura pronta. Com a nova linha de negócios, a startup prevê crescer a receita de quatro a cinco vezes, diz ele, sem revelar o faturamento. O investimento em tecnologia também impulsionou os negócios. Neste ano, a plataforma soma mais de R$ 4 bilhões em propostas de crédito – em 2018, o número foi de R$ 1,5 bilhão.

Outro negócio tem despertado interesse de um banco: o da fintech Weel, de antecipação de recebíveis on-line. Criada em 2014, a empresa recebeu um aporte de US$ 6 milhões no ano passado do Banco Votorantim. Neste ano, a Franklin Templeton, uma das maiores gestoras de investimentos do mundo, injetou US$ 30 milhões no negócio.

Atualmente, a plataforma tem mais de 11 mil empresas cadastradas. O volume operacionalizado cresceu 4,6 vezes no primeiro semestre de 2019 na comparação com o mesmo período do ano passado. Para os próximos anos, a meta é expandir a atuação no mercado brasileiro e iniciar operações em países como México e Chile.

A VExpenses é uma plataforma para gestão de despesas corporativas. A intenção é tornar mais simples e menos burocráticas atividades de conferência, análise e pagamento de reembolsos. Em operação desde 2016, a startup atende mais de 1.300 clientes, principalmente médias e grandes empresas. A expectativa é triplicar o faturamento em 2019 e repetir a dose no próximo ano.

Observando o avanço das fintechs, os bancos se movimentam em reação. O Santander aposta em novos negócios, inclusive para concorrer com as startups. Começou com a compra da ContaSuper, em 2016, e a transformou em SuperDigital há dois anos. Ganhou força este ano com a criação da Pi, plataforma digital de investimentos, no modelo de arquitetura aberta. Está reagindo de duas formas:

  1. ou criando novas ‘ventures’
  2. ou buscando parcerias.

Para se aproximar do ecossistema de startups, o banco espanhol criou o Radar Santander, programa de aceleração em conjunto com a Endeavor. Ele chegou à terceira edição em 2019. Empresas passaram pelas duas primeiras edições para fazer parceria com o banco. Estão sendo testadas atualmente soluções de biometria facial, emissão de notas fiscais e gestão empresarial integrada (ERP).

Em novembro, o Banco Votorantim lançou o BVx, unidade de inovação e venture capital. No segmento corporate, a instituição tem olhado de perto startups com serviços como documentação e registro de garantias. No final das contas, isso significa melhorar o atendimento ao cliente. O banco tem ampliado as plataformas capazes de conectarem a fintechs por meio de uma Interface de Programação de Aplicações (API, na sigla em inglês) para serviço de “cash management”.

O banco ABC Brasil também aposta na conexão via API com fintechs — hoje 20 empresas estão plugadas na plataforma. Soluções de startups estão sendo testadas pela instituição para melhorar a eficiência de processos internos e parcerias começam a ser costuradas. A busca não é tarefa das mais fáceis. Não estão todas as fintechs no estágio de maturidade comercial capaz de consiguir ter um processo mais maduro de parceria.

Avanço das Fintechs em direção a PJ (Empresas) publicado primeiro em https://fernandonogueiracosta.wordpress.com



Nenhum comentário:

Postar um comentário