sexta-feira, 7 de agosto de 2020

Controle fitossanitário: como escolher a melhor técnica

Para produzir com eficácia, é preciso estar atento a doenças e pragas que prejudicam as culturas e reduzem significativamente a produtividade. Para atender essa necessidade, é necessário fazer um bom controle fitossanitário, monitorar a lavoura e diagnosticar o que é importante para ter um ótimo rendimento.

O avanço de técnicas alternativas de controle de doenças na cultura tem o objetivo de oferecer opções para reduzir a dependência dos defensivos agrícolas e contribuir para uma agricultura mais adequada às novas demandas de qualidade ambiental e de vida da sociedade atual.

Esse conjunto de métodos tem a vantagem de reduzir significativamente os riscos de contaminação ambiental, reduzir os perigos à saúde animal e humana, causar menos impacto na biodiversidade e gerar menor desequilíbrio biológico por interferir muito pouco nas populações que não são alvo.

Continue a leitura e conheça mais sobre a importância e as melhores abordagens do controle fitossanitário.

A importância do controle fitossanitário

A nova visão do manejo fitossanitário adota medidas preventivas com a finalidade de dificultar o aparecimento de fitopatógeno em níveis populacionais que gerem perdas econômicas em vez de usar medidas curativas. A intervenção química é utilizada apenas quando as doenças já acontecem em níveis que sugerem perdas econômicas.

Ou seja, o importante é tentar prevenir contra as causas em vez de aplicar medidas curativas para reduzir os efeitos causados pela ocorrência de fitopatógenos. Sob essa perspectiva, a utilização de práticas alternativas de controle fitossanitário estabelece um estágio intermediário em direção ao manejo integrado dos cultivos.

Formas de fazer o manejo fitossanitário

Existem algumas formas de fazer um bom controle fitossanitário nas lavouras tendo como base o manejo integrado de pragas e doenças. Confira alguns dos seus pilares a seguir.

Preventivo

Material propagativo (sementes ou mudas) de boa procedência, com sanidade garantida, livre de pragas e doenças;

Cuidados com o maquinário, evitando que tragam fontes de inóculo de áreas vizinhas tanto nos mecanismos de trilha (colhedoras), pneus e outros componentes que entram em contato direto com o solo ou cultivos doentes;

Cultivares adaptadas para a região…

Cultural

Consiste na utilização de certas práticas culturais com o objetivo de controlar as pragas e doenças. Podem ser aplicados métodos como:

  • época de plantio: pretende dessincronizar a fase vulnerável da lavoura com o auge de ocorrência da praga. Um exemplo é o plantio no início da época de chuvas, que diminui os danos de formigas e cupins;
  • vigor das sementes, densidade de semeadura e distribuição de sementes na área cultivada: quanto maior o vigor das sementes, melhor for a distribuição das sementes na área de cultivo e maior for a densidade de semeadura, mais rápido é o fechamento da entrelinha, o que dificulta a instalação de plantas daninhas;
  • preparo de solo: a gradagem e aração causam um ressecamento da camada superficial do solo, eliminando pragas que têm algum estágio na superfície. Exemplo: gradagem para acabar com ninfas e adultos do percevejo castanho;
  • adubação: plantas bem nutridas são mais resistentes aos ataques de pragas;
  • plantio direto: beneficia os inimigos naturais dos insetos, mas propicia algumas pragas de solo, como formigas cortadeiras.

Mecânico

A diminuição da infestação também pode ser realizada por meio do arranque, da destruição ou poda de lavouras intensamente doentes e infestadas, assim como de restos culturais contaminados depois do plantio e da colheita. Utiliza medidas de controle que causam o extermínio direto de insetos ou que dificultam ou impeçam seu acesso à planta, como:

  • catação manual: consiste na coleta e eliminação direta das pragas que estão causando prejuízos. sendo mais adequada para pequenas áreas devido a grande demanda por mão de obra;
  • barreiras: baseia-se na utilização de qualquer prática que dificulte ou impeça o acesso do inseto à planta.

Físico

É feito com métodos de origem física que fazem o controle dos insetos, como:

  • temperatura: consiste no controle do clima do ambiente, de forma a torná-lo letal aos insetos, como sementes protegidas em câmaras refrigeradas;
  • luminosidade: baseia-se no uso de uma faixa de radiação luminosa para atrair e capturar insetos de hábito noturno.

Biológico

Usa fatores ecológicos antagonistas ou inimigos naturais para reduzir a população das pragas e doenças. Essas são ferramentas importantes no controle dos insetos. Como vantagens, podemos citar o menor impacto sobre o meio ambiente e a eliminação de casos de intoxicação por produtos químicos.

As práticas preventivas apresentadas até aqui são muito úteis para minimizar e retardar a propagação, no entanto, em casos de alta incidência é importante consultar um profissional para a opção do uso de defensivos agrícolas. Nessa situação, o monitoramento é essencial para determinar os locais e o momento para a aplicação.

Químico

É o método mais utilizado na atualidade para manejo de pragas e doenças em áreas agrícolas comerciais. Tem como trunfos a elevada eficiência, praticidade de uso e baixo custo. Como principais desafios estão os riscos de contaminação ambiental, do operador e do consumidor dos produtos, se o período de carência não for devidamente respeitado. O uso massivo, sem os devidos cuidados técnicos, fez com que diversas moléculas químicas tivessem seu tempo de vida reduzido, sendo cada vez mais comuns os casos de pragas, doenças e plantas daninhas resistentes. Por isso, deve ser usado após a análise do nível de dano e prescrição agronômica, como dose, tipo de defensivo, registro para a cultura, definição do princípio ativo, verificação dos resultados, entre outras.

Novas tecnologias para auxiliar o controle fitossanitário

No intuito de otimizar a aplicação de produtos fitossanitários por meio da pulverização, algumas tecnologias vem se destacando por possibilitar reduções expressivas nas perdas de eficiência do processo, haja visto são frequentes os casos em que uma razoável porção das gotas produzidas pelo pulverizador, especialmente as de menor tamanho, sejam desviadas do alvo na forma de deriva ou evaporação, não atingindo o alvo. Neste sentido, a Embrapa Meio Ambiente lançou, em 2018, duas tecnologias para uma melhor aplicação de produtos para o controle fitossanitário das lavouras. São elas:

  • acessório de eletrificação de gotas para uso em pulverizadores costais hidráulicos;
  • acessório de eletrificação de gotas por indução em pulverizadores tratorizados com assistência de ar.

O segundo é usado em culturas arbóreas e arbustivas, como a fruticultura. O objetivo é inovar e oferecer, inclusive para o pequeno produtor, sistemas de pulverização eletrostática de baixo custo.

Com esses equipamentos, e com o produto correto de acordo com as recomendações de um profissional, é possível assegurar que um maior número de gotas alcançará os alvos biológicos e o efeito do produto para o controle da praga/doença será otimizado. A ausência desse cuidado pode causar impactos negativos ao meio ambiente, ao produto e à população.

O acessório para eletrificação de gotas para o uso de pulverizadores hidráulicos costais permite que pulverizadores hidráulicos comuns operem como eletrostáticos, desde que em determinadas configurações, como modelos de pontas de pulverização que forneçam gotas finas (jato plano duplo e jato cônico) e pressão de trabalho elevada. A previsão é que, assim, ele aumente de 30% a 60% a deposição nas plantas.

Já o sistema de eletrificação de gotas para pulverizadores tratorizados com indução de turbina de ar apresenta uma tecnologia que reduz o número de fontes de alta-tensão que alimentam o circuito. Isso evita que o conjunto eletrostático entre em curto-circuito ou fique sujo. A vantagem é que esse equipamento pode ser operado com tratores de menor potência, em relação aos antigos pulverizadores.

Outra tecnologia inovadora é o EletroVortex, um equipamento que reúne soluções tecnológicas avançadas, aumentando o nível de rendimento, qualidade e proteção ambiental da pulverização. Seus diferenciais são:

  • maior rendimento operacional;
  • maior precisão na pulverização;
  • aumento da produtividade;
  • tecnologia eletrostática;
  • velocidade de ar uniforme e localizada.

Fazer um manejo econômico e eficiente das doenças e pragas só é viável por meio do planejamento e da implantação de um bom controle fitossanitário. Em razão das diferenças presentes nos sistemas de cultivo, que consideram as culturas e os locais de implantação, o nível técnico do agricultor, além dos problemas agroecológicos, não existe apenas uma solução para atender todos os produtores: A solução definitivamente passa por uma combinação de ações que possuem o mesmo objetivo.

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