De acordo com cálculos do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), o PIB per capita – medida do Produto Interno Bruto (PIB) pelo número de habitantes do país – cresceu 0,4% no terceiro trimestre deste ano, frente aos três meses anteriores, feitos os ajustes sazonais. Na comparação ao mesmo período do ano passado, o indicador mostrou o mesmo crescimento, de 0,4%.
Mantido esse ritmo de recuperação econômica, o PIB per capita voltará ao nível pré- recessão – registrado no primeiro trimestre de 2014, conforme a medição do Comitê de Datação de Ciclos Econômicos (Codace) da FGV – apenas daqui a 18 anos, ou seja, em meados de 2037.
O Brasil passou por uma grande recessão de segundo trimestre de 2014 ao quarto trimestre de 2016. O PIB per capita recuou 10,2% nesse período.
O tempo de recuperação poderá, contudo, ser reduzido para apenas seis anos se a economia acelerar como previsto a partir de 2023 – e mantiver o ritmo nos anos posteriores. Espera-se o fim deste péssimo governo ultraliberal e inerte quanto à retomada do crescimento econômico. Só se preocupa em reduzir o Estado ao mínimo!
Se houver um avanço de 2,2% do PIB, descontada a variação da população, o PIB per capita do país cresceria 1,3%.
Como as projeções de crescimento têm sido frustradas nos últimos anos, calculou-se um cenário intermediário. Este repete o desempenho da atividade em 2017 e 2018, quando o PIB cresceu 1,3% em cada ano. Nesse quadro, o PIB per capita avançaria 0,5% ao ano e levaria mais 15 anos para atingir o nível pré-recessivo.
Em todos os cenários traçados, contudo, a saída da crise econômica é considerada como a mais lenta da história. Desde o fim da recessão, no primeiro trimestre de 2017, o PIB per capita recuperou-se apenas 2,6%.
Nunca vimos uma retomada tão lenta da economia, nem nos anos 80, quando o país entrou em recessão mais de uma vez.
O PIB per capita do terceiro trimestre de 2019 foi de R$ 8.785 – algo como R$ 35 mil anualizado. No pico da série com ajuste sazonal, registrado no terceiro trimestre de 2013, esse valor estava em R$ 9.525. Essa riqueza, é claro, não é igualmente distribuída pela população, característica acentuada durante a crise. Estamos em estagdesigualdade.
No acumulado de quatro trimestre, o PIB per capita mostrou avanço de 0,2%. Para chegar ao número, o Ibre/FGV divide o valor do PIB pela população total, que cresce atualmente num ritmo médio de 0,8% ao ano.
A população deve avançar mais lentamente nos próximos anos. O ritmo de aumento populacional deverá encolher para 0,7% em 2021 e 0,6% em 2024. E assim por diante. Se o denominador (a população) será menor, a lógica seria o PIB per capita avançar mais rapidamente. A demografia também influencia o desempenho da atividade.
Fica cada vez mais difícil crescer porque temos um avanço cada vez menor da força de trabalho. Ela é a população economicamente ativa. Em algum momento, outros países já enfrentam esse tipo de problema com o fim do bônus demográfico.
Seis a 18 anos para Zerar Perdas da Renda Per Capita na crise publicado primeiro em https://fernandonogueiracosta.wordpress.com
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