Até novembro, o mercado de capitais doméstico captou R$ 346,2 bilhões em 2019, superando em 55,6% o volume registrado no mesmo período do ano passado, de R$ 222,5 bilhões. Entre os instrumentos de captação, as debêntures detêm a maior parcela, com 44,3% das emissões, seguidas das ofertas subsequentes de ações (follow-ons), já representando 19,7% do total captado. Vale destacar o crescimento dos FIIs (Fundos de Investimentos Imobiliários). Eles correspondem atualmente a 9,4% contra 6,4% do mesmo período no ano anterior.
Os investidores institucionais (basicamente formados por fundos de investimentos e investidores estrangeiros, sendo o último mais atuante nas ofertas de ações) foram os principais subscritores nas ofertas públicas de ações (92,5%), debêntures (57,6%), notas promissórias (51,2%), letras financeiras (95,7%) e CRIs (57,4%) realizadas este ano, até novembro. As únicas exceções se referem às colocações dos FIIs e dos CRAs (Certificados de Recebíveis Agrícolas). Estas tiveram nas pessoas físicas seus principais subscritores com 52,8% e 78,9%, respectivamente.
Em 2019, houve mudança no perfil dos indexadores das debêntures colocadas via oferta pública, em decorrência da redução de patamar dos juros na economia. Os papéis indexados ao percentual do DI eram os rendimentos predominantes desde 2016. Hoje, representam 26,7% do volume colocado, contra 48,3% do mesmo período do ano passado. Por sua vez, os títulos remunerados pelo DI + Spread passaram de 33,6% em 2018 (até novembro) para 53,0% em 2019. No mesmo período de comparação, as debêntures atreladas ao IPCA subiram de 13,5% para 19,4%. Não houve, entretanto, alteração relevante do prazo médio relacionado ao vencimento ou à primeira repactuação. Ele se manteve os 6,1 anos apresentado no mesmo período do ano passado.
Em novembro de 2019, até o fechamento das captações, o volume mensal das emissões foi de R$ 17,3 bilhões, uma queda de 58,7% em relação a outubro. Até o momento as captações de debêntures e os FIIs representaram, juntos, mais da metade das captações mensais, com participação de, respectivamente, 38,4% e 27,2%.
Em relação às operações do mercado externo, foi registrada a maior captação mensal de 2019 no valor de US$ 6,5 bilhões, todas relacionadas à títulos de renda fixa. O grande destaque foi a emissão soberana do governo brasileiro, realizada em duas tranches. Somadas, totalizaram US$ 3 bilhões. No ano, o volume total da captação externa foi de US$ 24,8 bilhões, contra US$ 15,4 bilhões no mesmo período de 2018.
Juro Baixo possibilita Emergência do Mercado de Capitais publicado primeiro em https://fernandonogueiracosta.wordpress.com
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