A pandemia de coronavírus colocou o mercado automotivo em quarentena, assim como outros setores da economia, mas não foi empecilho para as vendas continuarem. Embora nem todo o país tenha se fechado, o volume vendido caiu bastante.
Como alternativa para mitigar o impacto da crise instaurada, as marcas buscaram no comércio eletrônico a saída para atender aos clientes que ainda desejavam um automóvel novo. Para isso, vários meios foram usados pelos fabricantes para que o carro novo chegasse ao comprador, mesmo com restrições.
Diante de serviços que permitem que o comprador nem saia de sua casa para ir ao revendedor, muitos consumidores devem começar a optar pelo e-commerce como forma de adquirir um bem, nesse caso, o automóvel.
Essa tendência é esperada pelo mercado no período pós-pandemia, que deve ser marcado por uma mudança nos hábitos dos consumidores. Ter um veículo na porta, higienizado e pronto para um test drive ou mesmo para entrega definitiva, é algo que gera um enorme conforto, sem dúvida.
Ainda assim, com um aumento (talvez expressivo) nas vendas remotas, as concessionárias vão sobreviver. É isso que afirma a Fenabrave, entidade que reúne esse setor. Alarico Assumpção Júnior, presidente da federação, disse:
“No Brasil, hoje, elas representam entre 4% e 4,5% das vendas. Eu digo que podemos até dobrar neste ano – o volume de vendas online –, porém, no mercado da prestação de serviço e da mercantilização, a venda comprada diretamente do concessionário nunca vai deixar de existir”.
Para Assumpção Júnior, não se pode decretar o “começo do fim” das revendas por conta dessa mudança no perfil dos consumidores. Ainda assim, o impacto da pandemia nas revendas foi bem expressivo, com queda no faturamento de 76,9%.
“As redes de concessionárias estão prontamente capacitadas para reabertura, porém temos duas dificuldades extremas ainda no nosso setor, que é a falta de liquidez e a falta de previsibilidade. Se eu dizer que vão fechar 2.000 concessionárias, estou dando um tiro no escuro”, afirma Alarico.
Elétricos distantes
Nessa mudança do mercado nacional, devido ao coronavírus, o presidente da Fenabrave acredita também que, entre os segmentos, os carros elétricos ficarão mais distantes do mercado nacional.
Alarico Assumpção Júnior diz que os carros elétricos ainda são muitos caros e estão longe da realidade brasileira, apesar de alguns modelos terem sido lançados no mercado nacional.
Para o presidente da Fenabrave, um acordo entre fornecedores, montadoras e governo, pode gerar incentivos fiscais para atrair compradores. Ele acredita que os híbridos terão maior aceitação e terão vida de curto e médio prazo, para então os elétricos aparecerem em peso.
[Fonte: O Tempo]
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