sábado, 23 de maio de 2020

Ministro da Economia: Desonestidade Intelectual e Leviandade

[Ao ler a transcrição, na íntegra, do vídeo da reunião ministerial realizada no dia 22/04/2020, para apresentar um plano de retomada do crescimento após a crise econômica gerada pela pandemia, muita coisa estarrece a quem não sofre de cegueira ideológica, comungando as mesmas estultices do capitão eleito e sua equipe composta de gente despreparada para os cargos. “Se quiser conhecer verdadeiramente um Homem, dê-lhe autoridade.”

Quem se cerca só de oportunistas e puxa-sacos, certamente é desqualificado para o cargo de presidente. Não é crime de responsabilidade defender uma guerra civil?!]

Jair Bolsonaro: O que esses filha de uma égua quer, ô Weintraub, é a nossa liberdade. Olha, eu tô, como é fácil impor uma ditadura no Brasil. Como é fácil. O povo tá dentro de casa. Por isso que eu quero, ministro da Justiça e ministro da Defesa, que o povo se arme! Que é a garantia que não vai ter um filho da puta aparecer pra impor uma ditadura aqui! Que é fácil impor uma ditadura! Facílimo! Um bosta de um prefeito faz um bosta de um decreto, algema, e deixa todo mundo dentro de casa. Se tivesse armado, ia pra rua. E se eu fosse ditador, né? Eu queria desarmar a população, como todos fizeram no passado quando queriam, antes de impor a sua respectiva ditadura. Aí, que é a demonstração nossa, eu peço ao Fernando e ao Moro que, por favor, assine essa portaria hoje que eu quero dar um puta de um recado pra esses bosta! Por que que eu tô armando o povo? Porque eu não quero uma ditadura! E não da pra segurar mais! Não é? Não dá pra segurar mais.

[Depois de uma tentativa frustrada de apresentar um PowerPoint com um plano genérico por um general sem domínio dessa tecnologia primária e das palavras ( – Como é que é o nome mesmo?  – Facilitadoras. Braga Netto: – Facilitadoras.) – e sem ninguém lhe dar importância –, o capitão eleito em função da facada e do antipetismo, sem nenhum comentário a respeito do objeto da reunião, chama seu posto Ipiranga.]

Jair Bolsonaro: Vamos dar a palavra ao Paulo Guedes, acho que é … com todo respeito aos demais, acho que é o ministro mais importante nessa missão aí.

[Mais adiante diz ele ser o único ministro sem ter feito sabotagem de seu governo!]

Paulo Guedes: Eu queria fazer a primeira observação, é o seguinte, não chamem de Plano Marshall porque revela um despreparo enorme.

Braga Netto: Não, não, não, isso aqui foi só aqui e agora. É o Pró-Brasil.

Paulo Guedes: Então, quan … quando se falou em Plano Marshall, Pró-Brasil é um nome espetacular. Dez, mil. Plano Marshall é um desastre. Eu… ma … revela despreparo nosso.

[Neste ato falho psicológico, o old Chicago’s Boy confessou sua impressão real daquele ministério: “despreparo nosso”. Aí, sem querer, ele foi honesto intelectualmente.

O diálogo entre o economista e o general faz lembrar o diálogo entre banqueiro e entrevistador (imitados por comediantes ingleses) sobre a crise financeira de 2008: – Bem, é porque todos esses “hedges funds” têm nomes muito bons… – É bom. Soa muito confiável. Tem boas palavras.]

Paulo Guedes: Não se fala Plano Marshall, porque é um desastre. Vai revelar falta de compreensão das coisas. A segunda coisa é o seguinte: é super bem-vinda essa iniciativa, para nos integrarmos todos. Agora, não vamos nos iludir. A retomada do crescimento vem pelos investimentos privados, pelo turismo, pela abertura da economia, pelas reformas. Nós já estávamos crescendo.

[Revela aí sua leviandade ou ausência de seriedade. Possui um modo de agir ou uma fala leviana. Falta-lhe sensatez. Sua irreflexão levar a brigar contra os números. Ele não cita nenhum indicador para comprovar essa retomada do crescimento antes da pandemia.

Pela Retrospectiva 2012-2019 da PNAD Contínua do IBGE, de 2014 a 2019 o contingente de desocupados passou de 6,7 para 12,6 milhões (aumento de 5,9 milhões), ou seja, quase dobrou (87,7%). O fim da Era Social-Desenvolvimentista, em 2014, foi quando o mercado de trabalho brasileiro registrou o menor nível de desocupação desde o início da série da pesquisa. Houve crescimento da taxa de desocupação de 2014 (6,9%) a 2017 (12,5%), mantendo-se no patamar de 12,3% em 2018 e 11,9% em 2019.]

Paulo Guedes: Voltar uma agenda de trinta anos atrás, que é investimentos públicos financiados pelo governo, isso foi o que a Dilma fez trinta anos. Então tá cheio de gente pensando nessa eleição agora, e botando coisa na p … na cabeça do … do … de todo mundo aqui dentro, que são governadores querendo fazer a festa, são às vezes ministros querendo aparecer, tem de tudo. E todo mundo vem aqui: “vamos crescer, agora temos que crescer, tem que ter a resposta imediata, porque o governo vai gastar”.

O governo quebrou! O governo quebrou! Em todos os níveis. Prefeitura, governador e governo federal. Que que nós conseguimos fazer? Nós sinalizamos o contrário. Nós desalavancamos banco público, reduzimos endividamento, baixamos juros e o Brasil ia começar a voar. Então se agente lançar agora um plano, é … todo o discurso é conhecido: “acabar com as desigualdades regionais”, Marinho, claro, tá lá, são as digitais dele. É bi … é bonito isso, mas isso é o que o Lula, o que a Dilma tão fazendo há trinta anos. Se a gente quiser acabar igual a Dilma, a gente segue esse caminho.]

[Desonestidade intelectual é falsear levianamente os fatos em uma atividade intelectual como é a comunicação. É desonesta essa defesa de uma posição contrária a fatos e dados, cujo economista diplomado era obrigado a saber ser falsa ou enganosa. Ele fez a omissão consciente dos aspectos da verdade conhecida, em um ambiente onde estava cercado de ignorantes, todos comungando da mesma ideologia de extrema-direita.

Essa retórica pode ser usada em reunião da cúpula do Estado brasileiro para promover uma agenda ou reforçar algo profundamente arraigado em crenças ideológicas em face de esmagadoras provas contrárias. Se o ministro defende uma visão contraditória, ele comete uma desonestidade intelectual. Se não tem conhecimento das provas, é ignorante e despreparado para o cargo, sob o qual centralizou toda a economia.

Em retórica rasteira, abusa da Culpa por Associação: desacreditar uma ideia ao associá-la a algum indivíduo ou grupo malvisto na sua rede social. No caso, o leviano falseia até o tempo de presidência do Lula (2003-2010) e Dilma (2011-2014), porque a partir de 2015 ela não conseguiu mais governar sob as pautas-bombas no processo golpista processado por sabotagem de seu governo pelo PMDB aliado.

Quanto aos dados, o PIB per capita brasileiro, isto é, a divisão de todos os bens e serviços produzidos no país pelo número de habitante, já tinha caído 0,3% entre 2011 e 2018 – e prosseguiu sua queda no mesmo ritmo em 2019.  Na Era Neoliberal, entre 1981 e 1990, o recuo havia sido de 0,5%. Os anos 1991-2000, a média anual foi de apenas 0,9%. Na Era Social-Desenvolvimentista, predominante na década 2001-2010, elevou-se para 2,5%.

A média de variação anual do PIB per capita, desde o início do século XX, é estimada em 2,4%. As duas primeiras décadas do século passado, durante a República oligarca-liberal, e as duas décadas quando predominou uma política econômica neoliberal ficaram abaixo dessa média. Daí surge uma evidência para o baixo crescimento após 1980: a ausência de um Estado desenvolvimentista intervindo diretamente na produção.

A média anual do PIB real, desde o início do século XX, é estimada em 4,4%. Entretanto, quando o Brasil tinha a economia com maior crescimento sustentado em longo prazo no mundo, de 1901 a 1980, essa média foi 5,5% – e a do PIB per capita 3,2% aa. Em contraste, após esse período desenvolvimentista, essas médias caíram para, respectivamente, menos da metade (2,3%) e de um terço (1%).

Se um ministro não estiver ciente dessa evidência, e propositalmente não a verificar, depois agindo como se sua posição fosse confirmada, comete uma desonestidade intelectual. Aliás, uma obsessão desse governo militarizado é ser reeleito.]

Paulo Guedes: Então, eu acho um discurso bom, mas nós temos que tomar cuidado e reequilibrar as coisas. Não pode ministro pra querer ter um papel preponderante esse ano destruir a candidatura do presidente, que vai ser reeleito se nós seguirmos o plano das reformas estruturantes originais. Então eu tenho que dar esse recado, nós vamos estar à disposição, nós vamos ajudar tudo, mas nós não podemos nos iludir. O caminho desenvolvimentista foi seguido, o Brasil quebrou por isso, o Brasil estagnou. A economia foi corrompi … a política foi corrompida, a economia estagnou através do excesso de gastos públicos. Então achar agora que você pode se levantar pelo suspensório, como é que um governo quebrado vai investir, vai fazer grandes investimentos públicos?

[Essas palavras demonstram seu total despreparo para o cargo de direção do necessário planejamento para a retomada do crescimento econômico pós-coronacrise.]

Paulo Guedes: … o seguinte. Quanto é cê consegue, Tarcísio [ministro da Infraestrutura]? Passar de cinco bi para quanto? Pra quinze, pra vinte, pra trinta? Multiplicou por seis. Quanto é que você consegue de … de investimento em concessões?

Tarcísio: Duzentos e cinquenta.

Paulo Guedes: Duzentos e cinquenta. Tá certo? Então ó, tem cem bilhões vindo pra saneamento. Tinha cem bilhões que viriam, as dezessete maiores é … é … é … petroleiras do mundo viriam pra a nossa cessão onerosa, cem bilhões de cessão onerosa, cem bilhões de mineração, cem bilhões de saneamento, duzentos trinta bilhões de concessões. Quinhentos bilhões! Cadê o dinheiro do governo pra fazer isso?

Num tem. Então quem tá sonhando, é sonhador. A gente aceita, politicamente a gente aceita. Vamos fazer todo o discurso da desigualdade, vamos gastar mais, precisamos eleger o presidente. Mas o presidente tem que pensar daqui a três anos. Não é daqui a um ano não. Tem muita gente pensando na eleição desse ano. É só a observação que eu faria.

[“O primeiro passo para a cura é saber qual é a doença.”]

Paulo Guedes: Ô presidente, esses valores e esses princípios e o alerta aí do Weintraub [prisão para os ministros do STF] é válido também, como seu [armas para as família se levantarem contra os governadores e prefeitos]… Sua evocação é que realmente nós estamos todos aqui por esses valores [morais]. Nós tamos aqui por esses valores [ideológicos]. Nós não podemos nos esquecer disso.

Nós podemos conversar com todo mundo aqui, porque é o establishment, é porque nós precisamos dele pra aprovar coisa, mas nós sabemos que nós somos diferentes [neoliberais de extrema-direita]. Nós temos noção que nós somos diferentes deles [centrão corrupto]. E quando eles cruzam a linha a gente solta a mão e sai andando sozinho. Enquanto eles tiverem no trilho, conosco, no caminho de fazendo as reformas que nós prometemos, nós tamo junto. Na hora que o cara soltou a mão e passou pro lado de lá, a gente deixa o cara ir sozinho e a gente continua sozinho e vai procurar outra conversa, em outro lugar. Então, eu acho que manter essa ideia [conservadorismo neoliberal] que nos trouxe aqui, e eu tenho dito isso em todo lugar, e lá fora eu converso.

[“Se quiser conhecer um cavalo, monte nele; se quiser conhecer uma pessoa, dome seus instintos animais”].

Paulo Guedes: Semana passada eu conversei com os ministros da Fazenda do G20, conversei com os ministros, é … também de Economia, é … dos BRICS e a mensagem que eu levo é sempre a mesma: o Brasil vai surpreender o mundo. Vocês duvidavam da nossa democracia, duvidavam do nosso presidente, nosso presidente é democrata e vai fazer as mudanças. E aprovamos a reforma da Previdência o ano passado, enquanto os franceses fizeram passeatas contra a reforma da Previdência. Agora, a mesma coisa, eu tô dizendo: nós vamos continuar aprofundando as reformas, nós vamos seguir. É … eu conheço todas as histórias de reconstrução por ter, por profissão, obrigado a estudar isso. A reconstrução da Alemanha, a reconstrução da Alemanha na segunda guerra, na primeira guerra com o Schacht. A segunda guerra com o Ludwig Erhard, é … a reconstrução da economia do Chile com os, os caras de Chicago. É … todos os ca … o caso da fusão das duas Alemanhas. Eu conheço profundamente, no detalhe, não é de ouvir falar. É de ler oito livros sobre cada reconstrução dessa.

[“Os sábios não dizem o que sabem, os tolos não sabem o que dizem.”]

Paulo Guedes: Então, eu li Keynes, é … três vezes no original antes de eu chegar a Chicago.

[Quem se dedica a ler a Teoria Geral de Keynes três vezes (e comete a “Falácia da Prova Social”, ou seja, não prova nada falar ou ler em inglês), demonstra apenas uma imensa dificuldade de entendimento – e não aprende nada sobre planejamento

“Nunca é tão fácil perder-se como quando se julga conhecer o caminho.”]

Então pra mim não tem música, não tem dogma, não tem blá-blá-blá. Tem estudo sobre todas essas ocasiões. E nós demos uma demonstração disso quando nós távamos indo numa direção norte, com as reformas estruturantes e, de repente, em três semanas e meia, nós fomos pro sul.

[“O burro nunca aprende, o inteligente aprende com sua própria experiência e o sábio aprende com a experiência dos outros.”]

E nós somos elogiados hoje lá fora – semana passada todo mundo elogiando, fazendo referência – que o Brasil tá à frente de todos os emergentes e pari passu ali, só tá atrás um pouquinho dos Estados Unidos, porque o Estados Unidos está naquele caso que é o cara que tem a moeda forte, emitiu um trilhão pra cada problema que ele tem e ninguém reclama. Fizemos vários programas antes dos alemães, vários programas antes dos ingleses. Vários programas. De todo tipo. Então, se não existe algo aqui é dogma. Existe capacidade de trabalho com um grupo extraordinário que eu tenho.

[“Os sábios aprendem com os erros dos outros, os tolos com os próprios erros e os idiotas não aprendem nunca.”]

Paulo Guedes: Então, nós atacamos em todas as direções. Primeiro, o Campos foi lá e reduziu os compulsórios em duzentos bilhões. Logo depois nós não tínhamos espaço constitucional, fizemos antecipações de benefícios e diferimento de impostos, porque não tinha espaço constitucional. Logo depois tivemos espaço [concedido] pelo Supremo e pelo Congresso, entramos nas constitucionais. Gastamos trezentos e poucos bilhões, que não é muito. Pra terem uma ideia, o último déficit do governo Temer foi cento e sessenta. Nós gastamos trezentos. Não é? E não gastamos tanto assim, mas atingimos cinquenta milhões de brasileiros como diz lá o Pedro.

Pedro [presidente da Caixa]: Setenta.

[“A coisa mais difícil para o homem é o conhecimento próprio.”]

Paulo Guedes: Se … setenta milhões de brasileiros, não é? A … os … lançamos essa camada pros mais frágeis. É, pegamos os idosos. Pegamos as empresas, microcrédito, depois de te … de … de zero a dez, de … a … trezentos e sessenta mil e depois de trezentos e sessenta mil a dez milhões. Montamos um comitê de bancos, estamos lá com o Montezano agora fazendo justamente a reestruturação.

Não vai ter molezinha pra empresa aérea, pra nada disso. É dinheiro que nós vamos botar usando a melhor tecnologia financeira lá de fora. Nós vamos botar dinheiro, e … vai dar certo e nós vamos ganhar dinheiro. Nós vamos ganhar dinheiro usando recursos públicos pra salvar grandes companhias. Agora, nós não vamos perder dinheiro salvando empresas pequenininhas. Então, nós tamos fazendo tudo by the book, direitinho. Na conversa com os ministros da Fazenda lá de fora eu disse que nós ‘tamos com um déficit extraordinariamente es… alto esse ano. É… da mesma forma que eles, tá todo mundo na mesma direção, só que nós caímos no chão, tá uma confusão. Tiro, porrada e bomba, mas nós não perdemos a bússola. A gente cai, levanta e sabe pra onde nós temos que ir.

[“Conhecer o caminho não dispensa o percurso.”]

Paulo Guedes: Nós não vamos perder a bússola. Nós sabemos dos valores, sabemos dos princípios, sabemos que que nós tamo defendendo. Nós tamo defendendo liberdade: liberdade econômica, liberdade política. É … nós sabemos o que nós tamo defendendo. E num … e num … e tamos agora no meio dessa confusão, derrubando a última… a última torre do inimigo. Que uma coisa é que nós vamos fazer a reconstrução e a nossa transformação econômica. A outra coisa são as torres do inimigo que a gente tinha que derrubar. Uma era o excesso de gasto na Previdência, derrubamos assim que entramos. A segunda torre era os juros. Os juros tão descendo e vão descer mais ainda. O … o Campos tem o mapa já. Nós tamo descendo.

[“Mais vale pitadas de discernimento em lugar de acúmulo de conhecimento inútil”.]

Paulo Guedes: Né? Sem juros. De juros a menos. Então nós sabemos e é nessa confusão toda, todo mundo tá achando que tão distraído, abraçaram a gente, enrolaram com a gente. Nós já botamo a granada no bolso do inimigo. Dois anos sem aumento de salário. Era a terceira torre que nós pedimos pra derrubar. Nós vamos derrubar agora, também. Isso vai nos dar tranquilidade de ir até o final. Não tem jeito de fazer um impeachment se a gente tiver com as contas arrumadas, tudo em dia. Acabou! Não tem jeito. Não tem jeito. [Outro ato falho: revela a preocupação de evitar o provável impeachment.]

Paulo Guedes: E o presidente tá no ponto futuro, porque o presidente falou o seguinte: tudo bem, tem a primeira onda, que é a da saúde, mas tem a segunda que é a da economia, e uma vem agarrada com a outra. Nós tamo ainda tentando sair da primeira, po … a segunda já tá querendo bater. Eu ainda acho que nós tamo preservando os sinais vitais da economia brasileira.

[“O homem sábio conhece tudo, o homem astuto conhece todas as vaidades humanas”.

Guedes prossegue sua parolagem de farsante para um bando de gente inculta. Afinal, “ensinando um intelectual [como o Boçalnaro], tem de ter a tua própria inteligência”…]

Paulo Guedes: A China é aquele cara que cê sabe que cê tem que aguentar, porque pro cês terem uma ideia, pra cada um dólar que o Brasil exporta pros Estados Unidos, exporta três pra China. É. Você sabe que ele é diferente de você. Cê sabe que geopoliticamente cê tá do lado de cá. Agora, cê sabe o seguinte, não deixa jogar fora aquilo ali não porque aquilo ali é comida nossa. Nós tamo exportando pra aqueles cara.

Então nós temos um mapa de voo bom, nós temos uma equipe jovem, preparada. Todo mundo trabalhando juntos. Todo mundo trabalhando juntos. E nós não vamos perder o rumo. Nós não podemos perder o rumo. Então vai ter muita conversa: “vamos pra cá, vamos pra lá, vamos fazer isso, vamos fazer aquilo”. Não vamos perder o rumo não.

Pode dar vestimenta. Bota peruca loura, bota pe … é … passa batom vermelho, faz uma porção de coisa que for necessário politicamente, mas não vamo perder o rumo econômico não. Nós sabemos onde nós tamo indo. Então, eu tô só dando uma mensagem de tranquilidade pra todo mundo aqui que é o seguinte: nós tamo fazendo nada, é … exótico, dogmático, nada disso! Nós tamos indo numa direção. Fizemos o que o mundo inteiro fez. Em três semanas e meia nós fizemos o que o mundo inteiro fez, só que nós não vamos perder o rumo não.

Quantos jovens aprendizes nós podemos absorver nos quartéis brasileiros? Um milhão? Um milhão a duzentos reais, que é o bolsa família, trezentos reais, pro cara de manhã faz calistenia, faz é… fa… né? Aprende ci … civil. .. organização social e… como é que é o? OSPB, né? [Organização Social e Política Brasileira era uma disciplina de doutrinação obrigatória durante a ditadura militar.] Faz ginástica, canta o hino, bate continência. De tarde, aprende, aprende a ser um cidadão, pô! Aprende a ser um cidadão. Disciplina, usar o … usar o tempo construtivamente, pô! É … voluntário pra fazer estrada, pra fazer isso, fazer aquilo. Sabe quanto custa isso? É duzentos reais por mês, um milhão de cá, duzentos milhões, pô! Joga dez meses aí, dois bi. Isso é nada!

Então, nós vamos pegar na reconstrução, nós vamos pegar um bilhão, dois bilhões e contrata um milhão de jovens aqui. A Alemanha fez isso na reconstrução. Aí você também quer fazer estrada? Precisa de três, quatro bilhões a mais. Tem um orçamento de oito. Toma aqui seus quatro bilhões. Isso não faz falta. Isso não faz falta. Não é isso o problema.

[Cito apenas mais algumas frases “guedianas” lapidares para registrar seu baixo nível intelectual e sua leviandade, no caso, sua defesa de implantar cassinos no Brasil.]

Paulo Guedes: A mesma coisa o nosso … o problema do jogo lá na … lá na … nos recursos integrados. Tem problema nenhum. São bilionários, são milionários. Executivo do mundo inteiro. O cara vem, é… fazem convenções … olha, a … o … o turismo saiu de cinco milhões em Cingapura pra trinta milhões por ano. O Brasil recebe seis. Uma pequena cidade recebe es … trinta milhões de turistas. O sonho do presidente de transformar o Rio de Janeiro em Cancún lá, Angra dos Reis em Cancún. Aquilo ali pode virar Cancún rápido. Entendeu? A mesma coisa aí Es … é, Espanha. Espanha recebe trinta, quarenta milhões de tmistas. Isso aí é uma cidade da Ásia. Macau recebe vinte e seis milhões hoje na … na China. Só por causa desse negócio. É um centro de negócios. É só maior de idade. O cara entra, deixa grana lá que ele ganhou anteontem, ele deixa aquilo lá, bebe, sai feliz da vida. Aquilo ali num …

Paulo Guedes: … atrapalha ninguém. Aquilo não atrapalha ninguém. Deixa cada um se foder. Ô Damares. Damares. Damares. Deixa cada um … Damares. Damares. O presidente, o presidente fala em liberdade. Deixa cada um se foder do jeito que quiser. Principalmente se o cara é maior, vacinado e bilionário. Deixa o cara se foder, pô! Não tem … lá não entra nenhum, lá não entra nenhum brasileirinho.

Damares: Se não tiver como lavar dinheiro sujo lá.

Paulo Guedes: Então só pra terminar, as observações também finais ali, o… o Campos falou duas coisas também interessantes. Então a … é … o … , o … , o Campos falou duas coisas interessantes ali, uma é o seguinte: o … o estrangeiro pra vir, pra fazer os investimentos, eu tive … eu re … eu recebi {embaixador} e já reportei isso pro presidente. Eu recebi o embaixador dos Estados Unidos e ele veio conversar conosco. E a mensagem maior dele era uma só. Assim olha: “nós queremos um bom ambiente de negócios. Nós vamos colocar centena de bilhões de dólares aqui. O mundo inteiro quer investir no Brasil. Agora, nós precisamos de um bom ambiente de negócios”.

Jair Bolsonaro: Fala que nos tamo com apoio do Trump aí.

Braga Netto: Presidente falou: “nós tamos com o apoio do Trump”.

Paulo Guedes: Não, o embaixador disse isso! O embaixador disse isso. O embaixador disse: “Nós não podemos perder a oportunidade do presidente tá tão próximo ao Trump. Os nossos dois presidentes tão próximos. Nós não podemos perder essa oportunidade”.

[Basta! Nunca o Brasil teve tanta gente despreparada e submissa aos Estados Unidos no comando do seu Estado! O país está desgovernado!]

 

Ministro da Economia: Desonestidade Intelectual e Leviandade publicado primeiro em https://fernandonogueiracosta.wordpress.com



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