Ele é o “anti-Compass” da JAC Motors no Brasil, posicionando-se acima do T50. Equilibrado, o JAC T60 é a mais recente proposta de SUV da marca chinesa por aqui.
Tendo um visual bem consistente, o T60 trouxe inovação na JAC Motors do Brasil, que agora tem um modelo com motor turbinado numa faixa de preço interessante.
Sim, antes havia o JAC T8, mas era uma minivan. Aqui, o JAC T60 é um “SUV” como diz o mercado e apresenta missão de intermediário entre o compacto T50 e o grande T80.
Custando a partir de R$ 108.990, o SUV da JAC tem um bom conteúdo, apesar de alguns detalhes, além de motor 1.5 Turbo que eleva o nível da proposta, porém, o CVT mata…
Por fora…
O JAC T60 tem um porte estranhamente alto, dado seu teto elevado acima das janelas. A frente não é tão elevada e o conjunto ótico chama atenção pelos faróis com LEDs diurnos.
A grade hexagonal é bem mais equilibrada que as propostas anteriores da JAC, tendo elementos cromados interessantes. Os faróis de neblina possuem lentes complexas.
Com saias de rodas quadradas, o T60 lembra um pouco o rival nessa parte, tendo ainda belas rodas aro 17 polegadas com pneus 215/50 e pinças de freio devidamente vermelhas.
Tal como o T50, o T60 tem retrovisores grandes e câmeras do monitoramento em 360 graus nelas. Só não rebatem eletricamente.
As lanternas em LED lembram o Kia Seltos (na verdade, é o contrário) e o defletor de ar mostra como o teto foi erguido para alcançar 1,660 m no total. Tem barras no teto e antena tubarão.
Por dentro…
Por dentro do JAC T60, o ambiente mostra a evolução da marca em relação aos últimos T50 e T80. O painel tem um design moderno e agradável.
O volante é antigo e merece uma substituição, mas tem couro e comandos de piloto automático, computador de bordo, mídia, telefonia e tema do cluster.
Com ajuste apenas em altura, fica devendo em profundidade. O JAC T60 vem com um cluster digital no Pack 3 (versão avaliada) de ótima qualidade e três temas.
Um lembra o recente da BMW e outro é inspirado na Peugeot. Um terceiro, menos interessante, parece exclusivo. A qualidade visual é muito boa e valeria para o T50 e T80.
Configurável, esse display realmente combina com a multimídia, cuja tela de 10,25 polegadas tem boa resolução e apresentação gráfica apreciável.
Contudo, falta Android Auto e CarPlay, tendo apenas um difícil espelhamento de smartphone. As imagens das câmeras em 360 graus, porém, não acompanham a qualidade do display.
A parte central do painel tem comandos touchscreen, ótimos com os faróis no modo Auto, no entanto, se tornam quase invisíveis na estrada com os faróis baixos ligados durante o dia.
Isso não é primazia da JAC, a Honda tem modelos com o mesmo problema. Eles não foram feitos para as regras atuais brasileiras.
O ar condicionado digital (não é dual zone) não mede em temperatura, mas gela muito bem. O painel tem ainda revestimento soft costurado em cor bronze, assim como sobre o cluster.
Mesmo o console inferior e a capa da alavanca (assim como o volante), possuem o mesmo acabamento. Há um botão de partida discreto junto aos difusores de ar.
O JAC T60 tem freio de estacionamento eletrônico e função Auto Hold, para bloquear os discos com o carro parado. As portas têm couro costurado e maçanetas de belo visual.
Atrás, o acabamento das portas é o mesmo que na frente, algo bom quando vemos tantos carros até mais caros, empobrecidos nessa parte.
Os bancos são bem envolventes e confortáveis, devidamente em couro com dupla costura bronze (apenas no Pack 3). O do motorista tem ajuste elétrico apenas no assento.
Atrás, existem duas entradas USB, mas não há difusores de ar. De qualquer forma, o espaço para as pernas é bom, e o banco tem apoio de braço central, além de ajuste de encosto.
Com teto solar elétrico apenas de tamanho padrão, o JAC T60 bem que poderia dispor de um vidro panorâmico. O porta-malas tem bom tamanho e 650 litros até o teto.
Ele pode ser ampliado com o rebatimento do banco bipartido e alcançar até 1.210 litros no total. O estepe é simples e de aço. Luzes de leitura e porta-óculos fazem parte do pacote.
Por ruas e estradas…
O JAC T60 é um carro esperto. Seu propulsor 1.5 Turbo tem uma boa disposição e números que realmente corroboram para uma performance interessante.
Contudo, o detalhe é que o CVT é chinês… Tendo quatro cilindros com duplo comando de válvulas variável e injeção eletrônica indireta, a gasolina, o motor é um projeto da AVL.
Ele entrega bons 168 cavalos a 5.500 rpm e 21,4 kgfm entre 2.000 e 4.500 rpm, mostrando boa elasticidade. Não é barulhento, exceto acima dos 4.000 rpm.
Se o ruído se traduzisse em desempenho, não reclamaríamos, porém, o CVT tem uma calibragem excessivamente longa para o conforto dos chineses.
Ainda assim, a JAC conseguiu deixar o T60 esperto nas saídas, o que ajuda muito no trânsito urbano, onde não é necessário imprimir velocidades altas.
Nesse ponto, nem parece um carro chinês (geralmente longo demais), tendo uma tocada até gostosa com essa programação, que ainda pode ser alterada nos modos Sport e manual.
Aí, basta jogar a alavanca para a direita e mudar as marchas ou deixar o giro subir em torno de 1.000 rpm. No entanto, acima dos 3.000 rpm o CVT desliza e a resposta não é a mesma.
Nem adianta tentar algo com o modo manual, que também só ouvirá o ronco alto do 1.5 Turbo, já que o CVT não responde na mesma medida.
Por isso, na cidade, o melhor é deixar em Drive e ir embora. Nesse ambiente de anda-e-para, o T60 se mostrou um carro econômico, fazendo 10,4 km/l. O T60 tem ainda Start&Stop.
Na estrada, contudo, o SUV da JAC tem um desempenho mediano, exigindo giros bem altos nos aclives suaves e muito nas ultrapassagens, chegando a 5.000 rpm facilmente.
O problema aí não é a rotação, mas a disposição do CVT e passar isso para as rodas, sendo que a sensação não corresponde com a audição.
Andando de forma esportiva, ele demora a embalar e, é aquilo, se meter o pé, ele grita muito e reage pouco. Então, sua proposta passa longe da esportividade, como poderia surgir o turbo.
Na rodovia, o T60 fez bons 13,7 km/l e andou a 2.300 rpm aos 110 km/h. Um câmbio automático de seis marchas com conversor de torque faria bem ao SUV.
Andando no dia a dia, o JAC T60 se mostra um carro agradável, mas sua suspensão é bem macia e não combina em nada com a direção extremamente leve.
Em desvios rápidos ou curvas bem fechadas, será preciso atenção com estes dois, ainda mais com volante sem ajuste de profundidade, que deixa o motorista de estatura alta mais longe.
Outro ponto é que a suspensão, como em outros carros da JAC Motors, tem curso pequeno e salta fácil em depressões mais severas ou juntas dilatadas de pontes, por exemplo.
Na frente, McPherson. Atrás, eixo de torção. A estabilidade, por conta desse ajuste para chinês ver, deixa um pouco a desejar. Controles de tração e estabilidade devem valer a pena aí.
Os freios são suficientes para a proposta do JAC T60, que tem discos nas quatro rodas e belas pinças vermelhas.
A posição de dirigir é boa, mas falta ajuste de profundidade, que seria o ideal. Também faltou o ajuste elétrico do encosto, pois, só existe o do assento.
A visibilidade geral é boa, mas o sistema de desembaçamento é muito lento e torna as coisas bem difíceis em dias ruins. Retrovisores com aquecimento seriam bons nesse caso.
Rodando em pisos ruins, nota-se algum ruído interno, proveniente do acabamento, mas não que incomode.
As luzes de conversão ajudam muito à noite. Uma projeção JAC no chão é um mimo do Pack 3. O sistema Brake Hold é um auxílio bom no trânsito pesado.
Por você…
O JAC T60 tem uma proposta interessante, mas poderia levar mais em consideração seu preço de R$ 112.990 no Pack 3. Falta, por exemplo, airbags laterais e de cortina. Sim, pasme, só existem dois.
Mais conectividade e melhor ergonomia são dicas que a JAC poderia procurar resolver, assim como os ajustes de suspensão e do CVT, apesar deste cumprir sua parte na cidade.
No mais, trata-se de um SUV com bom espaço interno e bagageiro para ninguém botar defeito, assim como bom conteúdo, mesmo com ausências importantes.
Até econômico, o JAC T60 mostra avanço da marca chinesa, com conforto a bordo e desempenho suficiente para a cidade.
Vale a pena testar se a pretensão é gastar num SUV dessa faixa de preço.
Medidas e números…
Ficha Técnica do JAC T60 1.5 Turbo 2020
Motor/Transmissão
Número de cilindros – 4 em linha, turbo
Cilindrada – 1.499 cm³
Potência – 168 cv a 5.500 rpm (gasolina)
Torque – 21,4 kgfm a 2.000 rpm (gasolina)
Transmissão – CVT com simulação de 6 marchas e mudanças manuais na alavanca
Desempenho
Aceleração de 0 a 100 km/h – 9,6 segundos
Velocidade máxima – 195 km/h
Rotação a 110 km/h – 2.300 rpm
Consumo urbano – 10,4 km/litro (gasolina)
Consumo rodoviário – 13,7 km/litro (gasolina)
Suspensão/Direção
Dianteira – McPherson/Traseira – Eixo de torção
Elétrica
Freios
Discos dianteiros e traseiros com ABS e EDB
Rodas/Pneus
Liga leve aro 17 com pneus 215/50 R17
Dimensões/Pesos/Capacidades
Comprimento – 4.410 mm
Largura – 1.800 mm (sem retrovisores)
Altura – 1.660 mm
Entre eixos – 2.620 mm
Peso em ordem de marcha – 1.365 kg
Tanque – 50 litros
Porta-malas – 650 litros
Preço: R$ 108.990 (preço base) R$ 112.990 (versão avaliada)
JAC T60 2020 – Galeria de fotos
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