A situação da Renault não está nada boa na França. A montadora local está atravessando sua maior crise, em decorrência do coronavírus, chegando ao ponto de sua continuidade como fabricante de veículos ser questionada até pelo governo francês.
O alerta foi dado por Bruno La Maire, ministro das Finanças da França, ao ser questionado sobre a situação do fabricante de veículos: “Sim, a Renault pode desaparecer”. Isso, no entanto, só acontecerá se a empresa não receber ajuda para suportar os danos da quarentena sobre suas operações.
A Renault pretende fechar quatro fábricas somente na França, sendo que Dieppe e Flins terão suas portas fechadas. Além disso, a empresa está transferindo alguns modelos para a Nissan como forma de reduzir os custos em € 2 bilhões nos próximos dois anos.
Sua irmã japonesa deve levar para o Reino Unido os modelos Captur e Kadjar, enquanto Scénic, Espace e Talisman sairão de cena. Em Flins, fala-se que o término das operações pode acontecer em 2022, com a saída de cena do Renault Zoe.
Nessa sequência de cortes, a Alpine também pode desaparecer novamente, já que Dieppe será fechada. Apesar do anúncio alarmista de Le Maire, o mesmo tem nas mãos a caneta para assinar um empréstimo de € 5 bilhões para ajudar a salvar a Renault, sendo que o mesmo já foi aprovado pela Comissão Europeia.
Le Maire já havia dito que ainda não tinha assinado o empréstimo “salvador” para a Renault e o motivo, embora não tenha dito abertamente, é que o governo de Paris quer que a empresa assuma três compromissos para receber o dinheiro.
Um deles é o aumento do portfólio de carros elétricos no país. O outro é uma relação justa com empregados terceirizados e, por fim, operações de tecnologia avançada com base na França. E tem mais uma: realocação de produção de veículos no país. Le Maire disse: “A Renault está lutando por sua sobrevivência”.
O ministro da França lembrou ainda que a Renault já recebeu do governo um montante equivalente a € 450 bilhões desde o fim da Segunda Guerra, o que equivaleria a 20% do PIB do país.
Para a segunda maior economia da zona do Euro, 2020 será o pior ano desde a guerra, com o PIB encolhendo 8% e um déficit orçamentário recorde de 9%.
No caso das empresas e da economia em geral, a União Europeia fechou os olhos para gastos públicos para a salvação do bloco e sem data para encerrar. A França acredita que isso vá durar até 2021.
[Fonte: Auto News Europe]
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