domingo, 24 de maio de 2020

Aversão ao Risco: “flight to quality”

Talita Moreira (Valor, 19/05/2020) informa: a explosão da bolha interrompeu a festa da bolsa e levou muitos investidores a se refugiar nos bancos. As maiores instituições financeiras do país tiveram em março o maior crescimento da base de depósitos em pelo menos seis anos, fruto da busca dos poupadores por segurança para atravessar a tempestade.

Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Banco do Brasil (BB) encerraram o primeiro trimestre com um total de depósitos à vista e a prazo de R$ 1,844 trilhão, o que significa crescimento de 10,9% em três meses. Foi, de longe, o maior salto observado na série histórica iniciada em março de 2014 (maior intervalo para o qual há dados comparáveis). Também foi a maior alta desde o terceiro trimestre de 2018, quando o volume cresceu 5%, mostra levantamento feito pelo Valor com dados dos balanços.

Embora o volume de depósitos não tenha deixado de crescer nos últimos anos, os CDBs de grandes bancos vinham perdendo muito de seu brilho para ativos mais rentáveis — movimento encorajado pelos cortes na taxa Selic. Com a fuga da renda fixa, houve uma migração dos investidores para a qualidade, o que beneficiou os instrumentos bancários de captação.

Executivos de Itaú e Bradesco também destacaram: suas captações foram beneficiadas pelo aumento da aversão a risco dos investidores. Houve aumento da captação tanto do varejo quanto do atacado.

O chamado “flight to quality” é um movimento natural em períodos de instabilidade, em que pessoas e empresas tentam proteger seu patrimônio, mais do que multiplicá-lo. Na crise atual, entretanto, essa busca surpreendeu pela intensidade e pela velocidade maiores que o habitual.

Além de pessoas físicas mais receosas, empresas à procura de liquidez também contribuíram para engordar os depósitos bancários. Muitas companhias tomaram recursos nos bancos para reforçar o caixa e os deixaram depositados em suas instituições financeiras.

Bancos de médio porte também viram a procura por depósitos aumentar. Em um primeiro momento, essa alta se deu especialmente nas instituições mais voltadas a pessoas físicas. Foi o caso do BV (ex-Banco Votorantim), cuja base de depósitos cresceu 24,2% de dezembro para março, chegando a R$ 20,318 bilhões.

No caso de instituições médias mais especializadas no atendimento a empresas, houve leve queda no total de depósitos no fim de março. Porém, de acordo com executivos do setor, aumentou de abril em diante. A vinda de clientes pessoa física e pessoa jurídica para banco médio tem sido surpreendentemente positiva. Com a queda dos juros, vinha assistindo a migração da renda fixa para a variável. Agora, começa a enxergar um retorno para ativos tradicionais.

Dados da B3 ilustram essa alta. Em março, o volume de captações via CDB somou R$ 677,3 bilhões, ante R$ 391,9 bilhões em igual mês do ano passado.

Alguns motivos ajudam a entender por que até mesmo bancos pequenos e médios têm conseguido atrair mais depósitos a despeito do cenário adverso. O principal deles é que, passada a turbulência inicial, foi ficando claro que esta não é uma crise de origem financeira. Outro fator é que o sistema bancário estava líquido e bem capitalizado quando os ventos mudaram, e o BC agiu com rapidez para evitar escassez de recursos.

Apesar disso, os bancos pequenos e médios tiveram de aceitar um aumento nas taxas de captação. A média de rentabilidade dos CDBs de instituições desse porte estava em 128,7% do CDI na semana passada, de acordo com a plataforma de comparação de investimentos Yubb. No ano passado, a taxa média ficou em 124,5%. A Selic caiu de 6,5% para 3% ao ano desde o início de 2019.

Os custos subiram, mas não foi nada material. No Agibank, o custo subiu de 110% do CDI antes da crise a 120%. O volume de captação melhorou muito no último mês. O Agibank foi um dos poucos até agora a usar o novo DPGE, instrumento de captação de pequenos e médios junto a investidores institucionais. O banco digital levantou R$ 200 milhões na modalidade.

Outros bancos têm preferido instrumentos como as letras financeiras garantidas (LFG), para diversificar o funding. O ABC tomou R$ 2,6 bilhões nessa linha e acessou também recursos de acionistas, que subscreveram duas emissões privadas de títulos de dívida. O Daycoval, por sua vez, deve captar junto ao IFC, braço de investimentos do Banco Mundial no setor privado.

Naiara Bertão (Valor, 12/05/2020) informa: a maior crise desde a Grande Depressão certamente não deixaria de influenciar as decisões das pessoas sobre o que fazer com seu dinheiro. Era de se esperar que uma crise dessa mexeria com os fluxos financeiros da poupança e das aplicações e provocasse uma realocação dos investimentos das pessoas.

Os dados disponíveis até agora sobre os últimos dois meses mostram, porém, sinais que aparentemente parecem contraditórios. Não existe uma forma ou lugar para olhar diretamente a carteira inteira, consolidada, do pequeno investidor. Por isso, foi mapeado com diversas fontes o fluxo do dinheiro das pessoas físicas, para onde foi e de onde saiu.

De um lado, vê-se que o investidor não fugiu da bolsa, ao contrário do que se esperava. Por outro, houve uma grande fuga dos fundos de investimentos de renda fixa. Em apenas quatro meses, a classe teve um resgate líquido de R$ 120,79 bilhões, sendo que R$ 100 bilhões só em março e abril, segundo dados da Anbima.

Ao mesmo tempo que o investidor brasileiro tem se arriscado mais em ações, fundos de ações e ETFs, aproveitando oportunidades com a queda dos papéis, também apostou em CDBs (Certificados de Depósito Bancário) de grandes bancos, considerados mais seguros, apesar de menos rentáveis, e aplicando em ouro e fundos cambiais, para surfar a onda de valorização e proteger a carteira.

Para fazer as análises, foram cruzados dados de Tesouro Direto, B3, Anbima, Banco Central e da plataforma de fundos Morningstar, além de entrevistas com agentes do mercado.

“A crise atual é diferente das outras pelas quais o Brasil já passou quando se fala em investimento”, afirma Guilherme Leal, sócio e diretor de distribuição da XP. Ele explica que, no passado, sempre que havia turbulência no mercado, as ações caíam, a incerteza se estabelecia e o investidor corria para a renda fixa (CDI), que pagava dois dígitos.

“Isso aconteceu na época da eleição do Lula, na crise do subprime de 2008, no impeachment da Dilma [Rousseff], no Joesley Day [polêmica envolvendo o ex- presidente Michel Temer], na greve dos caminhoneiros e por aí vai. Agora, com juros a 3% ao ano, o investidor começa a ter desafios para encontrar o porto seguro que antes era a renda fixa”, diz.

Na ponta de captação, não há dúvida de que a bolsa e a poupança foram as grandes estrelas dos investimentos na pandemia. Nos últimos dois meses, os investidores pessoa física foram responsáveis pela entrada líquida de quase R$ 25 bilhões no mercado secundário da B3. O número de CPFs cadastrados na bolsa bateu recorde em abril: 2,385 milhões, 42% maior do que em dezembro de 2019.

Mas, não foram todos os papéis que interessaram ao investidor. “Vemos que vigora a seletividade, a busca por ações de companhias que são mais resistentes, com maior previsibilidade de geração de caixa e baixo nível de endividamento como as de bancos. Segundo o Big Data SmartBrain [estudo mensal sobre a carteira de investimento], a Vale e a Petrobras continuaram sendo procuradas”, explica Cassio Bariani, presidente e fundado da SmartBrain.

Em março, houve ainda uma forte procura por papéis de bancos. O Itaú, que ocupava a nona posição passou para a quinta, e entrou na lista dos mais procurados a Itaúsa, holding que controla o banco. Os grandes investidores também adicionaram ações do Banco do Brasil e do Bradesco às suas carteiras.

Outro destaque visto pela SmartBrain foi a busca pelo ETF BOVA11. Ele replica o Ibovespa. O ETF é um fundo de investimento que acompanha passivamente um índice do mercado.

O interesse pela bolsa também se manifestou na indústria de fundos de investimento. O saldo negativo do ano, de R$ 69,64 bilhões de resgates líquidos no primeiro quadrimestre, só não foi maior porque os fundos de ações captaram R$ 44,34 bilhões no período.

O que surpreende é que o apetite por renda variável foi visto justamente no período mais turbulento dos últimos anos, quando o Ibovespa passou por seis “circuit breakers” (paralisação dos negócios temporariamente por queda de mais de 10%) e o índice de volatilidade, o VIX, bateu recorde histórico. Desde a sexta-feira antes do Carnaval, em 21 de fevereiro, quando o Ibovespa encerrou o pregão aos 113.681 pontos, até o fechamento da última sexta, quando fechou aos 80.263 pontos, o principal índice do país acumula perda de 29%.

Nem os fundos imobiliários (FIIs), uma das principais apostas do ano passado e menos voláteis do que ações, atraíram tanta atenção. Em março, houve aumento de 4% no número de investidores em relação a fevereiro (agora são 792.229 investidores), mas o patrimônio líquido cresceu menos de 1%, para R$ 95,1 bilhões em março (os dados de abril ainda não saíram). Em março, a desvalorização do IFIX, índice que representa o segmento de FIIs, foi metade do Ibovespa, de 16%.

Adriana Cotias (Valor, 12/05/2020) informa: a primeira crise vivenciada pelo mercado de capitais brasileiro com os juros real zero tem mostrado um comportamento do investidor pessoa física não percebido em colapsos anteriores. Em vez de sair em massa de aplicações de maior risco, como bolsa ou fundos multimercados e de ações, o que se vê é um fluxo de dinheiro novo nessas alternativas. O reflexo da reviravolta de preços por conta do alastramento da covid-19 se nota mais em carteiras de renda fixa, especialmente aquelas com ativos de crédito, que sob um olhar menos técnico leva a conclusões de que não deveriam balançar.

De qualquer forma, a turbulência já teve efeito de paralisar ofertas de ações e dívida. Sem parâmetros de valor justo das empresas enquanto não se tem noção de quanto tempo durará a quarentena, companhias que estavam com operações previstas engavetaram planos. A percepção de especialistas é que é a volatilidade precisa baixar antes de uma retomada.

Em meio ao estresse do mercado, com uma sequência de “circuit breakers” na bolsa – mecanismo que paralisa as negociações quando o Ibovespa tem queda de 10% -, “o brasileiro” conseguiu ter sangue frio para ir às compras. Dados da B3 mostram que o número de pessoas físicas cadastradas nos segmentos de ações e fundos imobiliários em quatro meses de 2020 cresceu 41,9%, ao recorde de 2,4 milhões de investidores. No ano passado, essa base já tinha mais do que dobrado, a 1,7 milhão.

Os dados referentes a volumes financeiros dão clareza do que representa esse passo. No ano passado e nos primeiro meses de 2020 o investidor local patrocinou as altas do Ibovespa. E depois que a crise eclodiu em plena folia de Carnaval, ele não arredou o pé, só diminuiu o ritmo. Segundo a B3, em março a pessoa física ingressou com R$ 17,6 bilhões no segmento ações e outros R$ 10 bilhões em abril. Na conta do ano já são R$ 36 bilhões líquidos entre compras e vendas.

“Claramente foi um movimento diferente do que em outros momentos. Apesar da volatilidade, houve aumento da pessoa física em março, coisa que não acontecia no passado”, diz Juca Andrade, vice-presidente de produtos e clientes da B3. O executivo cita que surpreende não só pelo ingresso de novos investidores como o aumento de posições de quem já tinha ações na carteira.

“A gente tem visto interesse da pessoa física para investir em ações apesar do ‘sell off’ [saída de risco] por causa do coronavírus porque muitos viram preços melhores em relação às condições anteriores à crise, os ‘valuations’ [cálculos de valor justo] estão bem mais atraentes, especialmente se considerar que o impacto nas empresas será temporário, com performance melhor a partir do ano que vem”, diz Carlos Sequeira, chefe de pesquisa de ações para América Latina, do BTG Pactual.

Com a Selic em 3% ao ano, o fato de não ter muito para onde correr também ajuda na continuidade do movimento de diversificação, acrescenta. “Na verdade, é a primeira crise em que os juros em vez de subirem vão cair. Isso atrai o investidor que não estava em bolsa ou tinha dificuldade para aumentar a exposição”, diz Sequeira.

Sair de ativos de maior risco na hora do estresse significa abrir mão da diversificação feita acertadamente e impor prejuízos permanentes à carteir., Não adianta ir para produtos mais conservadores porque não vai recuperar a perda. De fato, alguns se assustaram com a magnitude da oscilação, mas outros têm avaliado este momento como oportunidade. Assim como na bolsa, houve aumento do número de cadastros e volume transacionado em fevereiro e março.

O Ibovespa atingiu à mínima de 63.570 pontos, em 23 de março de 2020. O pico histórico de 119.527 pontos foi atingido em 23 de janeiro de 2020. Perdeu praticamente -56.000 pontos (-47%) em dois meses!

Segundo dados da Anbima, no primeiro trimestre, os Fundos Multimercados atraíram R$ 19,3 bilhões, mas em abril houve saídas de R$ 13,4 bilhões. Nos portfólios de ações, as captações superavam os saques em R$ 44,3 bilhões até o fim de abril, com os resgates no mês passado limitados a R$ 600 milhões. Nem parece crise.

A sangria tem sido notada nos fundos de renda fixa, com resgates de R$ 120,8 bilhões no ano. É nesse conjunto que está a maior parte das carteiras com ativos de crédito, que chacoalharam na crise por causa da menor liquidez. Quando o cotista pede o saque, o gestor é obrigado a se desfazer dos títulos a preços nem sempre favoráveis, retroalimentando o prejuízo dos portfólios.

O caminho rumo à diversificação está apenas nos primeiros capítulos porque finalmente o Brasil alcançou um padrão de juros mais normal, diz o ex-Banco Central Luiz Fernando Figueiredo, sócio-fundador da Mauá Capital. “As pessoas vão ter mais risco, como acontece em outros países do mundo. O Brasil sempre foi diferente porque tinha taxas absurdas, o rentista era bem atendido, mas era péssimo ao país que se tornou recordista em pagar juros para o investidor.”

O gestor diz que se surpreendeu com o fluxo positivo não só nos fundos da casa, como no mercado em geral nos últimos meses. “Mostra não só resiliência, mas que o investidor tem um entendimento sobre ativos de risco melhor que no passado.” A parcela em ativos de risco no Brasil é pequena, de 7% a 8% na indústria de fundos, enquanto nos Estados Unidos chega a 60%. O país não deve alcançar esse patamar, mas pode ter fatias mais representativas.

Naiara Bertão (Valor, 19/05/2020) avalia: apesar das incertezas sobre a duração da quarentena e os prejuízos que a pandemia trará para a economia brasileira, os mercados até que se acalmaram a partir de abril, especialmente na comparação com o turbulento mês de março. O Ibovespa subiu no mês passado e, como mostra levantamento da Luz Consultoria feito para o Valor Investe, os títulos de crédito privado tiveram queda nos juros ofertados, com consequente aumento de preço dos papéis no mercado secundário. Tal recuperação, porém, está sendo atrapalhada pelo agravamento da crise econômica e o aumento do risco político.

Ao que tudo indica, com a névoa da pandemia se assentando, ficará evidente outro problema que o Brasil enfrenta: um crescente risco político. Isso tudo está trazendo mais volatilidade e incerteza em meio aos problemas de saúde e econômico que o Brasil enfrenta.

Levantamento da POP BR, empresa da Luz Soluções Financeiras que acompanha os preços das debêntures, mostra que, após ligeira melhora na volatilidade do mercado em meados de abril, as taxas de juros pagas pelos títulos de crédito privado voltaram a apresentar forte volatilidade após o dia 22 do mês passado.

“Os papéis começaram abril com uma tendência de melhora, mas este movimento permaneceu somente até o dia 22. Se compararmos as taxas pagas pelas debêntures naquele dia com as taxas desta semana podemos ver um novo movimento de alta. Este aumento pode ser um reflexo direto da piora das expectativas e as crescentes incertezas internas”, destaca a consultoria.

A data coincide com os primeiros rumores de que o “casamento político” entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro Sergio Moro estava no fim. Dois dias depois, em 24 de abril, Moro anunciou em coletiva de imprensa sua saída do ministério da Justiça e Segurança Pública.

“As taxas de juros pagas pelas debêntures chegaram a apresentar variações mais próximas da normalidade ao longo do mês de abril. Porém, nas últimas semanas, com o aumento das incertezas internas, nota-se um novo aumento das taxas. Como resultado, no acumulado entre fevereiro e maio, os juros ainda apresentam forte alta”, diz a consultoria. A mesma tensão foi observada no período nos mercados de câmbio e de ações.

“O impacto político sobre o dólar é muito grande, sendo que as discussões entre os Três Poderes trazem insegurança jurídica para os investidores, que ficam muito receosos de aplicar seu capital e não ter a certeza de que terão um retorno. Após o pedido de demissão de Nelson Teich do Ministério da Saúde, a tendência do dólar continua sendo de alta. O risco político, aliado ao coronavírus, influencia, e muito, essa alta”, diz Mauriciano Cavalcante, diretor de câmbio da Ourominas.

No levantamento das debêntures indexadas ao IPCA, entre abril e maio os papéis com rating “AAA” (a melhor nota de risco de crédito) apresentaram um aumento médio de apenas 0,16% nas taxas de juros oferecidas. Entre as debêntures analisadas, os papéis com rating “BBB” apresentam aumento expressivo de abril para maio, com alta de 6,43%. As maiores quedas ficaram com as debêntures “BB”, com recuo de 2,39%.

“Assim como outros ativos financeiros, os valores e taxas das debêntures ainda refletem as incertezas com a crise atual. Mesmo com a queda dos juros básicos da economia, os títulos privados ainda precisam pagar taxas elevadas para atrair investidores”, explica Aruã Torigoe Kalmus, analista da POP BR.

Para Kalmus, o secundário é um termômetro do humor do mercado. Ele explica que as taxas mais altas negociadas não impactam diretamente os custos das empresas, uma vez que ela paga pelo que está no contrato. Mas o analistas reitera que esta alta de juro implica que o risco aparente desse emissor está maior agora do que na época da emissão. Desta forma, no caso de uma nova emissão, esse emissor teria que pagar muito mais.

“Para os gestores de fundos, o preço dos ativos no mercado secundário é muito relevante. Como a posição das carteiras costuma ser grande principalmente em ativos com ratings bons, a alta das taxas no secundário faz o valor da cota cair muito de um dia para o outro, o que pode levar a uma corrida de solicitação de resgates por parte dos investidores que estão com medo de perder dinheiro”, diz.

 

Aversão ao Risco: “flight to quality” publicado primeiro em https://fernandonogueiracosta.wordpress.com



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