Tão nebulosa quanto a neblina que cai ao sul de São Bernardo do Campo, a compra da fábrica da Ford pela CAOA ainda não se definiu e o mais interessado nisso tudo realmente não sabe o que está acontecendo.
O sindicato dos metalúrgicos do ABC decidiu ir ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para saber se a CAOA contraiu um empréstimo, necessário para conseguir o montante para comprar a fábrica do bairro do Taboão, que encerrou suas atividades no começo do mês.
A entidade que reúne os empregados da Ford descobriu que a CAOA de fato teve reuniões com o BNDES, mas que não fez pedido de financiamento para algum negócio envolvendo a fábrica do ABC paulista. No caso da compra, de fato não poderia haver tal pedido.
O motivo é que o BNDES, por suas regras, não financia aquisição de bens, mas empresta dinheiro para investimentos em modernização, pesquisa e desenvolvimento, entre outros, que possam alavancar um negócio. Além disso, o banco explicou que isso só pode ser feito após a conclusão da compra.
Agora o sindicato quer uma reunião com a CAOA para saber como está o processo e ainda existe interesse do grupo brasileiro na aquisição da fábrica paulista. O impasse impacta a vida de 30 mil trabalhadores na região do ABC, segundo a entidade. Na unidade da Ford, cerca de 3 mil trabalhavam.
A área administrativa ainda está por lá, mas até março de 2020, serão transferidos para um endereço comercial em São Paulo. O sindicato também diz que o governador João Dória Jr havia prometido um desfecho em 45 dias, mas isso não ocorreu.
Na ocasião do anúncio de compra, Carlos Alberto de Oliveira Andrade, fundador da CAOA, disse que não haveria empréstimo do BNDES para o negócio, que poderia envolver o programa IncentivAuto. O sindicato quer se reunir também com o governo estadual para saber como esta a situação.
[Fonte: Automotive Business]
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