domingo, 24 de novembro de 2019

Scorecard de Digitalização do Bank 4.0

Analógico é relativo à analogia, à semelhança entre coisas ou ações distintas. É fundado a partir de analogia ou ocasionado por analogia. Um raciocínio analógico refere-se às palavras dispostas pelas semelhanças de seus sentidos. Em Informática, mede uma grandeza ou demonstra valores de maneira contínua e linear, por exemplo, um relógio de funcionamento analógico. Um sinal analógico é um sinal contínuo, cuja variação ocorre em função do tempo, representado por uma curva, é emitido pelos aparelhos capazes de trabalharem esse tipo de frequência maior e mais instável.

O antônimo de analogia é diversidade, discrepância, diferença, assimetria. Pense em inconstância, multiplicidade, pluralidade, variação, variedade, heterogeneidade, flutuação, alteração, mudança, modificação, erro, distinção, volubilidade. Estará pensando em sistema complexo com múltiplos componentes interativos.

Os celulares passaram a ser uma interface centralizadora dos diversos recursos disponibilizados por uma infinidade de outros equipamentos, “um visor para sua vida digital”. Partindo do formulário contínuo, a Era do Computador chegou à Era Digital e à nuvem de armazenamento de dados e informações.

Cada novo chip capaz de aumentar a capacidade computacional nos dá mais formas de registrar dados. A cada dia, nos aprofundamos mais naquilo registrado, guardado, processado. Assim, entramos em um processo desensorização”, com tudo sendo registrado em big data, tipo “privacidade hackeada”.

O novo desafio é transformar todos esses dados em vantagens para o usuário. Recomendações de horário para sair de algum lugar e chegar a outro, ou de quantos quilômetros andar por dia, por exemplo, passou a ser trivial. Tudo isso graças aos algoritmos, capazes de interpretar os dados e transformar o que é armazenado sob padrões em serviços. Essa quantidade de dados a ser analisada se transforma em uma “nova moeda”, isto é, valor capaz de detectar comportamentos padrões – ou segmentação de clientes a ser negociada pelas empresas.

Os telefones inteligentes deixarão de ser somente um meio de distribuição para se tornarem um tomador de decisões autônomas? A conexão se tornará somente um meio de facilitar o fluxo de dados e serviços? Depende de a inteligência humana de cada usuário superar a inteligência artificial dos padrões comportamentais. Assim como saem informações de seu celular vêm outras capazes de manipular seu comportamento sem você ter consciência disso, simplesmente, explorando “a força de seus hábitos”.

A autonomia expressa a liberdade de cada indivíduo gerir livremente a sua vida, efetuando racionalmente suas próprias escolhas. Neste caso, a autonomia indica uma realidade dirigida por uma lei própria, apesar de ser diferente das outras, não ser incompatível com elas. Autonomia é autodeterminação, ou seja, livre-arbítrio.

Receber informações não implica em capacidade de processar essas informações. Isto depende de Educação, seja a tradicional em sequência familiar-escolar-profissional, seja em Educação Financeira ou em Educação Tecnológica. Só. Você se considera já educado em tudo? Eu a cada dia me educo, tento aprender o desconhecido em uma cadeia infindável…

Alertas recebidos através dos aparelhos estão de acordo com dados disponíveis por terceiros. O celular não é inteligente, é apenas uma máquina operada por terceiros ou por você, dependendo de sua educação e/ou inteligência acumulada em cultura.

Uma nova gama de serviços surgirá em cada vez maior escala, em todas as mídias possíveis, para facilitar nossa vida ou para alguém ganhar dinheiro à nossa custa? Ou para manipular nossas decisões eleitorais – e nos mover a votar em um populista da direita neofascista?! Tudo isso está em forma de rede e centralizado nos smartphones, nosso gadget mais essencial. É o manipulador maior de corações e mentes… ignorantes.

Brett King, autor do livro Bank 4.0: Banking Everywhere, Never at a Bank  (UK; John Wiley & Sons; 2019),  propõe uma avaliação do estágio de desemprego tecnológico promovido em um banco. Se você quiser saber o quão perto está de se tornar um player do Bank 4.0, use as questões levantadas abaixo para pontuar.

Os primeiros princípios são o seu mantra, ou seja, se sua organização não trabalhar com a sabedoria convencional, ela não itera a analogia com o negócio bancário existente. Francamente, você está preparado para queimar “tudo sobre o chão e sob o céu” e começar de novo, porque você percebe a maneira como o banco funciona hoje com base em um sistema de 700 anos não é assim como vai funcionar daqui a 20 anos?

Você está animado para reimaginar o banco a partir do zero. Quaisquer operações tradicionais existem para proporcionar lucro ou capital de giro para se transformar em um futuro Banco 4.0. Você, funcionário com emprego dependente do banco, está disposto a sacrificar retornos trimestrais nos balanços contábeis para apoiar uma nova iniciativa de inovação e, então, você convence sua diretoria a “subir a bordo e não perder o barco”, isto é, “o bonde da História”?

Se você teve iniciativa e já conseguiu o orçamento para se tornar um novo banco digital, ótimo! Porém, se só se preocupou, imediatamente, em conseguir bons números contábeis trimestrais, este não é um banco digital, ou seja, ele dará lucro em curto prazo e perderá o horizonte em longo prazo. Se você já ouviu alguém em sua equipe executiva usar a frase “não é assim que fazemos serviços bancários” ou similar, você não está em um banco 4.0.

Um CEO digital é um nerd de tecnologia capaz de ter subido na carreira para se tornar um CEO. Ele se diferencia de um CEO evangélico, apoiador de um crente na presidência da República. Este rezará apenas por “Venha a nós, seja Jesus, seja FinTech”. Este não dirá a todo o banco sua missão ser digital e falar com autoridade em tecnologias como IA e voz. Se o seu CEO não deu sua orientação em negócios como uma missão para ser um player digital, você não fará a transição para ser um Banco 4.0.

Digital não é um departamento, canal ou competência separada, é simplesmente o trabalho do banco. O CEO é o chefe do digital com uma grande equipe atrás dele, totalmente comprometida. Você pode ter algumas competências especializadas, mas se você tem um chefe de digital se reportando apenas à Diretoria Executiva, completamente ignorante de inteligência artificial e defensora do status quo, você não está em um banco digital. Você é apenas um banco tradicional com alguma competência digital, tipo “me engana porque eu gosto”. Apple e Amazon não têm chefes digitais – Tim Cook e Jeff Bezos são os chefes do digital.

A tecnologia e a arquitetura herdadas não são uma restrição. O núcleo bancário em tempo real ou middleware forte tem a capacidade para criar qualquer instância de produto ou experiência de serviço a partir de sua plataforma digital em tempo real. Tem a capacidade de lidar com acordos em tempo real sobre pagamentos em qualquer plataforma.

Lembre-se de a Amazon, Ant Financial, Tencent e seus filhotes não precisarem de um sistema central para fazer sua versão do setor bancário, então você pensará da mesma maneira. Essencialmente, você está criando um conjunto de recursos da plataforma de tecnologia para fornecer experiências para quando e onde seu cliente precisar delas – se a tecnologia atual não permitir você fazer isso, você simplesmente buscará contornar essas restrições.

As “nuvens” não mostram uma tempestade a se aproximar. Você deve pensar em nuvens como você faz em relação a qualquer outra peça de tecnologia ou recursos tecnológicos disponíveis: se isso o ajudar a executar com mais eficiência ou permitir acesso a melhores recursos, você o adotará. Com nuvem, você não precisa ter toda sua tecnologia off-line ou no local, porque um firewall não é simplesmente garantia da melhor tecnologia ou da melhor segurança. Se você atualmente não tem uma experiência significativa entregue via nuvem, você não é um banco digital.

O design da experiência é uma competência essencial. Você tem uma equipe constantemente fazendo protótipos e revisitando todos os aspectos da interação com o cliente, tentando não apenas otimizá-lo, mas também revolucioná-lo?

Construir experiências em tempo real é o mais crescente item de linha do orçamento em investimento digital, exceto talvez um núcleo de substituição do sistema e reorganização de pagamentos em tempo real. A capacidade de criar experiências para os clientes, rapidamente, em dias ou semanas, é essencial.

Se você não tem nenhum designer na equipe interna, você não é um banco digital. Se o seu CTO nunca fez um desenho de estrutura de arame em um quadro branco ou em um pedaço de papel para explicar para onde a empresa precisa ir, você não é um banco digital. E se seu orçamento de marketing tradicional exceder o diretamente focado no digital, você, definitivamente, não é um banco digital. Se um Departamento de Produtos Bancários (ou qualquer chefe) pode substituir ao seu bel prazer o designer de experiência, você não é um banco digital.

Ciência de dados e aprendizado de máquina são o seu novo núcleo, porque a capacidade de aproveitar seus dados e a capacidade de capturar mais dados e os triturar através de algoritmos para identificar novas oportunidades, novos segmentos e novos comportamentos, energizaram o negócio bancário. A maior questão permanece: como, rapidamente, você pode operacionalizar esse recurso, não se, mas quando.

Se você não tem um chefe de ciência de dados ou um forte orçamento para IA, você não é um banco digital. Se você não sabe pelo menos um punhado de empresas de IA capazes de trabalharem no espaço virtual, você não é um banco digital.

Regulamentos nunca são uma desculpa: se você é um banco digital, você nunca usará a regulamentação como desculpa. Aqui vai o teste: se, nos últimos seis meses, você foi ao regulador com um piloto de tecnologia ou experiência não possível de se encaixar na atual regulamentação para obter aprovação para prosseguir.

Se você não fez isso, você não é um banco digital. Se sua equipe de conformidade tiver permissão para matar no nascedouro as novas iniciativas de experiência, novos recursos em tempo real e as capacidades ou as tentativas de reduzir o atrito para o cliente, você não é um banco digital. Sua equipe de conformidade deve pensar sim em consultores, para ajudar a navegar pelas mudanças do ambiente regulatório, de modo você poder fazer as inovações ainda não regulamentadas.

Você está fazendo parceria, investindo ou adquirindo FinTechs? Os bancos digitais inteligentes sabem: quanto maior eles são, quanto mais difícil é inovar, puramente, em função do próprio tamanho. Os bancos mais inteligentes estão encontrando maneiras de aprender mais rapidamente fazer parcerias com equipes muito ágeis capazes de pensar diferentemente sobre cada problema.

Se você executou uma “hackathon“, mas não para financiar uma startup da FinTech, você não é um banco digital. Se você tem uma equipe de compras capaz de diluir uma pequena aquisição de uma startup de 20 pessoas em 80 páginas de acordos legais, adaptados de seu último contrato de serviços Oracle, em vez de simplificar a parceria, você não é um banco digital.

Você não precisa construir toda inovação por si mesmo: muitas vezes, quando se trata de nova tecnologia, como dispositivos móveis, voz ou IA, você terá equipes de tecnologia bancária gastando milhões de dólares apenas para ter controle completo sobre o processo e manter tudo internamente. Os bancos digitais, no entanto, valorizam a velocidade de execução para possuir a tecnologia. Portanto, são agnósticos quanto ao desenvolvimento interno ou se a inovação for apenas acessada através da conexão com a tecnologia de um parceiro. Os players do Banco 4.0 percebem: FinTechs e sua galera serão mais rápidos e mais baratos, em vez de construir tudo internamente, nove em cada dez vezes, se sua organização for construída para se engajar com tal parceira inovadora.

Seu banco está aberto, ou seja, mandatado por meio de regulamento ou entendendo não ser mais uma ilha isolada, mas sim parte de um arquipélago em uma plataforma de venda de bens e serviços, inclusive de terceiros, ser torna libertador em relação ao potencial de oportunidades apresentadas. Você já possui, então, milhares de APIs capazes de permitirem o acesso a dados e aos recursos essenciais para partes permissíveis de incorporar sua plataforma bancária às experiências dos clientes.

Se você for banco digital, é alguém como Uber, abrindo contas bancárias para novos motoristas, ou a Amazon, oferecendo empréstimos a comerciantes de pequenas empresas, ou agregadores de plataformas como o Mint.

Você tem competência em tecnologia no seu quadro técnico e em toda a equipe executiva, porquanto celular, voz e realidade aumentada serão todas competências essenciais ao longo dos próximos 10 anos, mas o setor bancário ainda está significativamente atrasado face à maioria das outras indústrias em termos de abordagens inovadoras, embora não necessariamente em adoção. Portanto, ter um assento de pessoa de origem não bancária, mas sim da área de tecnologia, no Conselho de Administração, para nivelar as expectativas quanto à inovação tecnológica, é realmente uma chave para o futuro. Se sua equipe executiva responsável site do banco não incluir alguns veteranos em tecnologia, você não é um banco digital.

Você já é independente de agência e receita com relacionamento interpessoal, mas você há muito tempo argumenta as pessoas adorarem atendimentos pessoais. Logo, você ainda pensa se os manterá, se puder continuar a justificar um tamanho adequado para a rede, seja em números de funcionários muito menores, seja em metragem quadrada, com base em critérios de custo, mesmo você já sendo independente de receita por esse canal. Qualquer que seja o canal usado pelo cliente, você apoiará sua manutenção.

Se você não pode inscrever um cliente para uma conta bancária estritamente no aplicativo, você não é um banco digital. Se você ainda precisar de uma assinatura à caneta para qualquer produto ou serviço oferecido aos seus clientes, você não é um banco digital – nenhuma FinTech usa assinaturas para integrar clientes, ponto final. Se você não fizer mais de 50% de sua receita no varejo via digital, você não é um banco digital.

O trabalho de todos de sua equipe deve ser digital. Todo mundo é apaixonado por construir ótimas experiências para os clientes e todos acreditam a melhor maneira de fazer isso ser via digital, não através de abertura de “sucursais futuras” ou outro tipo de tolice.

Se você tem um executivo sênior capaz de derrubar uma iniciativa digital em favor do status quo, você não é um banco digital. Se seu orçamento digital anual não exceder seu orçamento imobiliário, você não é um banco digital. Se em pelo menos 30% de sua equipe não sabe fazer algumas coisas básicas, tipo de codificação, você não é um banco digital.

A tecnologia não é simplesmente um canal. Em um mundo do Bank 4.0, celular inteligente, voz, realidade aumentada e internet não são canais, eles são simplesmente tecnologias incorporadas na vida de um cliente.

O problema de falar em abordagens de omni-channel, opti-channel ou multi-channel é eles serem todos baseados na crença central de a agência bancária ser a principal responsável pelo desempenho bancário e outros canais serem apenas “complementos”, para esse canal de distribuição principal. Se você está pensando nessa proposta de reforçar as iterações no modelo de agência bancária você não é um banco digital.

Um CEO de banco 4.0 examina a utilidade principal do banco e descobre a maneira mais perfeita e sem atritos de obter essa capacidade para um cliente, quando e onde eles precisarem. Você não está apenas oferecendo os produtos bancários atuais, formulários e processos de rotina, e tentando fazer o retro ajuste para dispositivos móveis ou web.

Se você acha ser preciso de um cartão de plástico para efetuar pagamentos, você não é um banco digital. Se você falar sobre sua capacidade multicanal, você não é um banco digital. Se você falar sobre os benefícios de ver um humano na agência em comparação a um engajamento digital, você não é um banco digital.

Todo mundo quer ser um banco digital, mas, na realidade, poucos são. No coração do momento do Banco 4.0 está uma mudança fundamental. Ela diminui o valor dos atuais canais de distribuição e os produtos colocados nesses canais.

Scorecard de Digitalização do Bank 4.0 publicado primeiro em https://fernandonogueiracosta.wordpress.com



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