sexta-feira, 29 de novembro de 2019

Desalavancagem e Novo Ciclo de Alavancagem Financeira de Pequenas e Médias Empresas

Edna Simão (Valor, 27/11/2019) informa: a aversão dos donos de micro e pequenas empresas à tomada de empréstimos teve uma redução de 2018 para 2019 devido à melhora de indicadores de confiança e expectativa de retomada da economia. Neste ano, 23% dos pequenos negócios estavam reticentes a pegar dinheiro emprestado neste ano devido à falta de credibilidade na política econômica, medo de não conseguir pagar ou não gostar de empréstimos, ante 32% em 2018 e 41% em 2017, segundo pesquisa do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

O levantamento aponta ter havido aumento – de 29% em 2018 para 31% em 2019 – da proporção de empreendedores sem dificuldade na obtenção de empréstimos neste ano. Além disso, 63% dos empresários em busca de obter um empréstimo novo tiveram sucesso.

Mesmo com a melhora dos números em relação a pesquisas anteriores, mais da metade dos entrevistados (56%) considera os serviços de empréstimo e financiamento oferecidos pelas instituições financeiras como ruim ou muito ruim. No ano passado, foram 61% – um recorde desde que o levantamento teve início, em 2013. Os problemas com os bancos dizem respeito a

  1. relacionamento,
  2. dificuldade de acesso ao crédito, considerado muito caro, e
  3. burocracia.

Na avaliação do Sebrae, com a economia reativando, esse cenário deve melhorar porque as instituições financeiras têm trabalhado no desenvolvimento de novos produtos para as pequenas empresas, ou seja, o microempresário passou a ser visto como um bom negócio. Mas, conforme a pesquisa, os principais empecilhos para tomada do crédito continuam os mesmos:

  1. a taxa de juros alta na ponta;
  2. falta de garantias e de fiador; e
  3. falta de documentação contábil e fiscal.

“Com a retomada do crescimento, as pequenas empresas, principais responsáveis pela manutenção do emprego no país ao longo da crise, se sentem mais seguras para buscar crédito e investir na ampliação de seus negócios. Além disso, o brasileiro agora está mais livre para empreender, com a chegada da Lei da Liberdade Econômica. As novas regras deixam o ambiente menos burocrático e sem amarras”, disse o presidente do Sebrae, Carlos Melles.

Pela pesquisa, a melhora dos índices de confiança dos empresários brasileiros contribui para os donos de pequenos negócios retomarem o interesse em buscar financiamento para suas empresas junto ao sistema financeiro. Após uma sequência de quedas, houve melhora neste ano na proporção de empresários em busca de empréstimo ou financiamento novo: 18%, quatro pontos percentuais mais do que no ano passado. Em 2015, 24% dos donos de pequenos negócios ouvidos na pesquisa haviam buscado crédito nos bancos.

A pesquisa do Sebrae teve como objetivo levantar com o microempreendedor individual (MEI), o microempreendedor (ME) e a empresa de pequeno porte (EPP) informações sobre como financiam seus negócios. Foram feitas 6.001 entrevistas, por telefone, entre 22 de julho e 21 de agosto por todo o país. A margem de erro é de 1% para cima ou para baixo.

Desalavancagem e Novo Ciclo de Alavancagem Financeira de Pequenas e Médias Empresas publicado primeiro em https://fernandonogueiracosta.wordpress.com



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