segunda-feira, 25 de novembro de 2019

Fundação de uma Organização Bancária pronta para ser Bank 4.0.

Brett King, autor do livro Bank 4.0: Banking Everywhere, Never at a Bank  (UK; John Wiley & Sons; 2019),  se pergunta: o que é preciso para um banco sobreviver? Essa é a pergunta de um bilhão de dólares, mas começa com o óbvio: para competir contra os principais players de tecnologia, o banco 1.0, 2.0 ou 3.0 precisa evoluir para um primeiro estágio tecnológico de banco 4.0.

Mas a tecnologia não é o objetivo final. Experiências bancárias atraentes, incorporadas pelos clientes, são a meta. Como plataforma, seu banco precisa ser integrado à vida de seus clientes quando e onde eles mais precisarem – é o destino para onde a tecnologia bancária está nos levando. Compreensão de o que essa tecnologia significa implica em entender: os clientes nunca mais precisarão “vir ao banco”.

Capital One, BBVA, DBS, USAA e outros já anunciaram seus objetivos de se tornarem empresas de tecnologia como os principais bancos digitais. Mas, se for esse também o seu caso, indo disputar espaço onde os clientes estão hoje, para se tornar uma organização liderada por experiência e tecnologia, primeiro exigirá uma substancial reforma em sua organização. Os recursos necessários para vencer neste ambiente têm quase nada a ver com o sistema bancário tradicional.

Nos capítulos anteriores, Brett King discutiu muitos aspectos da Revolução do Bank 4.0 – os principais elementos para o sucesso estão resumidos aqui:

  • Experiências, não produtos: a única maneira de vencer entre os Bancos 4.0 mundiais é repensar todo o paradigma do produto e entregar a utilidade da sua plataforma bancária de maneira incorporada à vida das pessoas. O princípio aqui é simples: tecnologias como celular, voz e realidade aumentada estão atacando o atrito, ou seja, o melhor engajamento sem atrito no setor bancário não parece ser uma pequena economia na conta corrente, enviada como a oferta de um telefone celular, é simplesmente uma experiência capaz de ajudar você a economizar sempre. O mesmo se aplica a todos os outros aspectos bancários. Se você está tentando conseguir alguém pagar seu cartão de crédito via Alexa [por meio de voz], você perdeu completamente o objetivo.
  • Pare de contratar bancário: King já disse isso antes e diz novamente, você precisa atrair talentos inovadores, entendedores de tecnologias profundas como voz, aprendizado de máquina, blockchain, integração em nuvem, biometria e design de experiência. Experiência de bancário é um legado rejeitado por você nos primeiros princípios de modo a repensar os serviços financeiros do dia-a-dia.
  • Os dados são o novo petróleo: o “banco” do futuro será impulsionado por dados, mas não por dados transacionais ou de cadastro positivo de crédito, possuídos hoje; o futuro é sobre dados capazes de fornecerem contexto para entrega de serviços bancários em tempo real. Onde, quando, por que, como? Os dados são o combustível para alimentar a inteligência artificial, fazer aconselhamentos e cativar clientela. Sem uma estratégia de dados, para toda a organização, você apenas terá banco de dados herdados sem possibilitar conhecer (e crescer com) seus clientes.
  • Legado não é desculpa: na arquitetura do sistema principal, o legado do passado nunca pode ser uma desculpa para não executar uma experiência atraente para um cliente. Se seus sistemas impõem um processo cuja origem está na agência bancária e foi gradualmente adaptado para o banco digital, você não chegará ao status do banco 4.0. Você precisa ter uma equipe de modo a adotar agressivamente middleware, nuvem e soluções FinTech para preencher as lacunas onde quer que elas apareçam. Progressivamente, com o tempo, você criará uma nova tecnologia dependente apenas do centro das operações do tipo contabilidade, e mais e mais e mais capacidade de entrega mudará o meio e o engajamento em camadas tecnológicas. A agilidade está no centro da arquitetura do Bank 4.0.
  • IA, é claro: uma mudança central para onde o banco se encaixa no mundo será a reformulação do “aconselhamento” [consultoria financeira]. Hoje, confiamos nos humanos para aconselhar clientes por telefonemas ou diante presencialmente de clientes, mas no futuro os conselhos adequados para uma experiência em tempo real será cada vez mais orientada pela IA. À medida que as máquinas aprendem sobre seu comportamento, perfil de risco e as melhores ferramentas para resolver seus problemas, elas responderão a mudanças nas condições, logo quando elas ocorrerem. A IA estará no centro de uma mudança de paradigma de consultoria no setor bancário, entregue contextualmente através da camada de tecnologia.
  • Não tente fazer isso em casa: o segredo da agilidade é reconhecer, se você tenta replicar o que alguma FinTech já fez, você vai queimar alguns anos – e 10 vezes mais em custos – em lugar de você simplesmente licenciar a tecnologia já desenvolvida e possuída por uma equipe externa. À medida que mais e mais tecnologia é conectada, bancos e FinTechs se tornarão muito hábeis em implantar novos recursos muito rapidamente através de APIs e camadas de nuvem em comum. Não se esqueça de a principal razão por trás disso não ser apenas essas parcerias serem mais rápidas e baratas em vez dos tradicionais esforços internos, mas ser mais provável os FinTechs usarem os primeiros princípios de pensar e adotar uma abordagem contraintuitiva para bancos costumeiramente iterando em modelos de agências.
  • Abra o quimono, não bloqueie o blockchain: apesar do furor atual sobre o compartilhamento de dados do Facebook e Equifax quanto às violações de dados sigilosos, a realidade é o mundo correr cada vez mais para obter dados para segmentar (e manipular) decisões de clientes. O objetivo aqui não é interromper o compartilhamento de dados, mas sim elaborar um sistema de auditoria e permissões para o compartilhamento de dados ser eficaz e seguro. Bancos abertos, regulamentos quanto à privacidade de dados, blockchain e o papel dos novos gatekeepers de dados serão críticos na navegação em rede (internet) nos próximos anos. Se você quiser ser capaz de perguntar à Siri [comando de voz da Apple] se você pode sair para jantar hoje à noite ou perguntar à Alexa [comando de voz da Amazon] se você pode comentar um novo vídeo no Netflix, como consumidor, você precisará fornecer acesso aos dados possíveis de direcionarem esses comentários, então, você vai querer mais além de uma simples esperança de a Apple e nem a Amazon não lidarem com esses dados adequadamente. Neste mundo onde a capacidade de resposta aos dados influencia 80% dos relacionamentos com seu cliente, se você não estiver conectado a uma cooperativa de dados capaz de permitir uma colaboração segura, você é uma “ilha de dados” cada vez mais irrelevante. Os bancos, hoje, são ilhas de dados. Amanhã, o Banco 4.0 nem fará coleta de identidade como acontece hoje: eles simplesmente verificarão sua identidade em relação a um perfil conhecido disponível em uma blockchain. Caso contrário, eles serão prejudicados na disputa concorrencial.

Olhe para trás desta lista de competências essenciais e você verá quase nada ser possível de ser visto atuando apenas com os recursos bancários típicos. Isso é porque Brett King já te assumiu como sendo um banco histórico e você só conhecer e fazer o modelo tradicional de “banco”. Mas se você der um salto enorme para poder competir com a Amazon, Alipay e os principais bancos desafiadores como N26, Monzo, Tandem, WeBank, Simple, Moven e outras, a história do seu futuro será outra.

Essas organizações não estão investindo para se tornarem bancos como eram os da Era do Banco 1.0, 2.0 ou 3.0. Elas estão investindo em tecnologia capaz de transformar o chamado hoje de “banco” em algo novo. Não podemos esperar essa inovação alcançar um novo platô estável nos próximos anos – se não for reversível, o pico da inovação só aumentará.

Lembre-se de existirem apenas dois caminhos de inovação disponíveis para serviços financeiros:

  1. itere no modelo de agência bancária, ou
  2. revolucione desde os primeiros princípios de pensamento sobre a essência de o que pode ser um novo banco digital.

A revolução no setor bancário não está acontecendo de modo a apenas redesenhar a filial ou simplesmente modernizar produtos vendidos em agências para novos canais como voz. Está acontecendo uma evolução radical em engajamento, distribuição e relevância.

Amazon e Alibaba têm vastamente dados superiores com os quais podem entender o relacionamento dos consumidores com o dinheiro deles. Seu custo de aquisição é muito mais próximo de zero em lugar do custo sempre pago por um banco. Apesar das garantias dos principais bancos de sua continuidade e de sua relevância como instituições financeiras licenciadas pelo Banco Central, a capacidade de se conectar com um cliente, em 2025, não será baseada em uma carta, será baseado em dados.

Fundação de uma Organização Bancária pronta para ser Bank 4.0. publicado primeiro em https://fernandonogueiracosta.wordpress.com



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