A Teoria Alternativa da Moeda é a outra face da (Teoria da) Moeda. Uma contra-Teoria Quantitativa da Moeda pode ser construída a partir da possível inversão lógica de seus postulados, sempre realizada pelos seus críticos, ao longo dos últimos 200 anos.
Contra esta ortodoxa Teoria Monetária dos Preços se ergue uma Teoria da Fixação Oligopolista dos Preços. Esta explica o valor da moeda. Este não é explicado pela quantidade da própria moeda.
O nível geral dos preços estabelece o poder de compra da moeda, independentemente de sua quantidade em circulação. Esta sanciona esse determinado nível. A quantidade de moeda em circulação é estabelecida de maneira endógena pelas forças do mercado, não sendo possível o total controle exógeno pela Autoridade Monetária. A moeda importa nas decisões de gastos, mas não é crucial nas decisões de fixação de preços.
Em síntese, em um parágrafo, este é o esboço dos postulados fundamentais de uma Teoria Alternativa da Moeda. Eu os organizei a partir de todas as críticas à Teoria Quantitativa da Moeda desde seus primórdios na virada do século XVIII para o XIX.
Eu a defendi como minha tese no concurso para Livre-Docência, realizado em 1994. Na banca para a julgar, em conjunto com a prova de títulos e a aula didática em 50 minutos, estavam: Luiz Carlos Bresser Pereira (FGV-SP), Antônio Maria da Silveira (EPGE-FGV-RJ), Ana Maria Bianchi (FEA-USP), Mário Possas (IE-UFRJ), Wilson Suzigan (IE-UNICAMP).
Eu a resumi no capítulo inicial do livro didático “Economia Monetária e Financeira: Uma Abordagem Pluralista”, publicado em 1999. Foi finalista do Prêmio Jabuti, mas o vencedor na Categoria foi um livro do Celso Furtado.
Embalado pela revisão do livro escrito no ano seguinte, Fernando Nogueira da Costa – Economia em 10 Lições – 2a. Edição 2020 , resolvi também fazer uma segunda edição revista deste, cujo teor é mais original e ainda o consulto periodicamente. Teoria Pura, Teoria Aplicada e a Arte da Política Monetária não são conhecimentos com muitas alterações nas últimas duas décadas.
Para atualizar, incluí um resumo da Teoria Moderna da Moeda (MMT), recentemente muito discutida. Suas raízes estão em antigas Teorias da Moeda, aliás, assim como a Teoria Alternativa da Moeda. São complementares.
Também revi mais profundamente o capítulo 14 sobre “Bancos no Brasil”. Depois de sua publicação, escrevi sobre a história bancária brasileira nos livros “Brasil dos Bancos” (EDUSP, 2012) e Fernando Nogueira da Costa – Bancos Públicos – FNAE-FPA 2016 (FENAE-FPA, 2016), além do último capítulo do livro Fernando Nogueira da Costa – Complexidade Brasileira (IE-UNICAMP, 2018), denominado “Capitalismo: Sistema Financeiro Complexo“. Isto sem falar no primeiro capítulo Fernando Nogueira da Costa – Variedades de Capitalismo e Bancos Públicos 25.07.17 do livro organizado pelo Emir Sader, “Se é Público, é Para Todos: Defender as Empresas Públicas é Defender o Brasil” (LPP-UERJ, 2018).
Sendo assim, optei em sua revisão colocar anotações de aulas dadas por mim sobre Administração dos Riscos Bancários, depois da minha experiência na alta administração de um banco público (CAIXA: 2003-2007). Acrescentei também o escrito recentemente sobre Fintechs e Bancos Digitais versus os Big Five Bancos Brasileiros. Com isso, evitei a ideia do livro ser datado. A maior mudança desde 1999 talvez tenha ocorrido no meu estilo de escrever com maior fluência: frases curtas sem o “queísmo”.
Espero você tirar proveito de sua leitura e divulgar aos interessados.
Download gratuito: Fernando Nogueira da Costa – Economia Monetária e Financeira 2a. Edição Revista 2020
Economia Monetária e Financeira: Uma Abordagem Pluralista – 2a. Edição Revisada 21 Anos Depois publicado primeiro em https://fernandonogueiracosta.wordpress.com
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