sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Jacto K3: a primeira colhedora de café do mundo completa 40 anos

Em 2019, a primeira colhedora de café do mundo comemora os seus 40 anos de lançamento. Uma história que passa pelo rigor do trabalho do engenho e chega até os dias de hoje na indústria do café.

Como uma máquina pode seguir uma história tão longa? É o que vamos desvendar neste conteúdo, com a colaboração de Paulo Henrique Fulanete Guirao, gerente de negócios colhedora de café na Jacto — a empresa que criou a primeira colhedora, também conhecida como Jacto K3.

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O processo de criação da colhedora de café 

A história se inicia quando o senhor Shunji Nishimura, fundador da Jacto, trabalhava na colheita manual do café antes de fundar a empresa. “Ele relatava como as mãos dele doíam e, às vezes, sangravam com esta atividade”, conta Paulo Guirao.

Com as dificuldades práticas e físicas da execução da atividade, aliadas à vontade de criar algo inovador e um pedido especial do secretário da Agricultura da época, o Sr. Nishimura viu-se motivado a iniciar o desenvolvimento de uma colhedora de café.

Foram sete anos de trabalho até que o projeto chegasse em sua terceira geração de protótipos e se transformasse no produto que foi lançado em 1979. Essa é também a explicação para o nome da máquina: K3.

Junto ao surgimento da K3 também começava a nascer o departamento de pesquisa da Jacto, com o corpo de engenheiros formado para desenvolver o projeto da colhedora de café. “Esse legado a Jacto mantém e aprimora até hoje, fazendo dela uma das empresas que mais investem em pesquisa e desenvolvimento no Brasil e no mundo”, explica Paulo Guirao.

Um desafio vencido com o trabalho em equipe

O maior desafio na criação da K3 foi desenvolver uma máquina que se igualasse, em complexidade e capacidade, às demais já produzidas pela Jacto. Por isso, em sete anos de projeto, apenas a terceira geração de protótipo foi considerada apta para virar produto. “O Sr. Nishimura era um homem determinado e levou o projeto até o final”, conta Paulo Guirao. “Essa máquina não foi fruto de uma invenção, e sim de trabalho duro e determinação de um time”, completa. 

Por isso, alguns nomes que participaram desse processo merecem destaque: o primeiro, o do Sr. Shunji Nishimura, fundador da Jacto e primeiro patrocinador dessa ideia; os engenheiros Marcílio Vilella Bastos e Sergio Sartori, que participaram diretamente da criação da colhedora de café; os agrônomos João Francisco Mendonça Fava, Toyoshiko Kashima, José Maria Jorge Sebastião e João Louis Marcelino Pereira, que contribuíram com os seus estudos e experiência sobre a produção e colheita do café; e, por fim, o desenhista técnico Cezar Akamatsu, que idealizou o design da máquina. 

Na ocasião do lançamento da colhedora de café, em 1979, o Sr. Shunji Nishimura estendeu uma grande faixa com a seguinte frase: “Ninguém cresce sozinho”. Para ele, o trabalho só havia sido possível com a contribuição de muitos. Após esse fato, o Grupo Jacto passou a ter o trabalho em equipe como um de seus principais valores. 

Uma máquina que revolucionou a colheita de café no mundo

A Jacto K3 possibilitou que o Brasil se tornasse o maior produtor e exportador de café do mundo. A máquina pode fazer o trabalho de 150 a 200 pessoas colhendo café manualmente. Além disso, atualmente não é mais possível fazer esse trabalho manual em grandes áreas, pois a mão de obra está cada vez mais escassa. 

“Não há dados sobre o número de vendas, porém, depois do lançamento da máquina, demorou-se aproximadamente 15 anos para que a maioria dos cafeicultores pudessem adaptar as suas lavouras à entrada da máquina”, explica Paulo Guirao.

Ele conta que, quando os produtores perceberam que já não era mais economicamente viável uma colheita totalmente manual, uma grande parcela optou pela colhedora. Essas experiências revelavam como a Jacto estava à frente do seu tempo, ao lançar uma máquina que otimizaria a colheita de café e alavancaria a produção e exportação desse bem para todo o mundo. 

A evolução da colhedora de café K3 da Jacto

Nestes 40 anos, a Jacto buscou promover melhorias na sua colhedora. Por isso, atualmente, ela tem a máquina mais especificada do mercado. “Essa máquina conta com um pacote tecnológico que permite colheita em grandes velocidades, com o máximo índice de retirada de café da planta sem prejudicá-la e o mínimo de perda”, detalha Paulo Guirao. 

Graças a essa evolução, hoje o produtor consegue evitar prejuízos tanto para a sua produção quanto para o meio ambiente, valendo-se de máquinas que oferecem conforto e mais segurança para os operadores. 

Perspectivas futuras para a colheita de café

Atualmente, o grande desafio dos cafeicultores é controlar os custos da produção para conseguirem passar por períodos de baixa de preços em relação à demanda mundial. É nesse momento que as colhedoras de café da Jacto mostram o seu diferencial, uma vez que a perda na colheita é mínima. 

As perspectivas para a colheita de café com esses equipamentos são, portanto, as melhores possíveis. “O consumo de café cresce no mundo e as pessoas buscam um café de qualidade”, aponta Paulo Guirao. Em sua visão, o futuro exigirá cada vez mais máquinas para esse trabalho, pois a mão de obra disponível tende a ficar ainda mais escassa, como mencionado.

Dessa forma, a Jacto continuará cumprindo o seu papel de se manter ao lado do cafeicultor. “Uma empresa que está atenta às necessidades do produtor, para aprimorar as suas colhedoras e oferecer para ele opções e soluções tecnológicas que reduzam os seus custos e aumentem a sua lucratividade”, define Guirao.

A partir dos seus valores, como a colaboração e o trabalho em equipe, a Jacto segue avançando no desenvolvimento de máquinas e produtos que facilitem a produção e a colheita. 

Uma máquina não sobrevive 40 anos se não for de muito boa qualidade e não representar ganhos verdadeiros para quem a utiliza. Por isso, a Jacto K3 é mais uma prova do empenho que começou com um senhor que tinha as mãos feridas na colheita do café e que hoje leva o nome de uma empresa que ajuda a transformar a economia de um país.

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