O Peugeot 406 foi um modelo de porte considerado grande dentro do portfólio da marca francesa, tendo existido por quase 10 anos e fazendo a ligação entre os anos 90 e 2000.
O modelo chegou pouco tempo depois de sua estreia no Salão de Frankfurt de 1995, tendo desembarcado inicialmente apenas com motor 2.0, mas depois recebera um potente V6 3.0, assim como as variantes perua e cupê.
Aliás, a Peugeot 406 Break era uma das boas opções familiares daquela época, mas o que realmente chamou atenção foi mesmo o Peugeot 406 Coupé. Este desembarcou com um V6 e se distinguia muito por seu estilo fluido e elegante.
Montado sobre a plataforma do Xantia, o Peugeot 406 durou até 2004, quando foi substituído pelo Peugeot 407, que também foi vendido no Brasil. No Egito, ele foi produzido até 2008.
Peugeot 406
O Peugeot 406 foi o sucessor de um modelo que está virando lenda na história do automóvel, o Peugeot 405, que ainda hoje é produzido no Irã, mesmo após 33 anos de lançamento na França.
Para fazer o 406, a Peugeot utilizou-se da mesma plataforma do Citroën Xantia, porém, sem agregar a suspensão hidro-pneumática Hydractive.
Lançado em setembro de 1995, o Peugeot 406 tinha porte grande para a época, sendo hoje considerado seu porte como médio. Ele nasceu em variantes sedã e perua, utilizando o peculiar visual da marca francesa.
Com 4,555 m de comprimento, 1,764 m de largura, 1,396 m de altura e 2,700 m de entre eixos, o Peugeot 406 Sedan foi acompanhado da 406 Break, que media 4,376 m de comprimento.
Produzido na França, Reino Unido, Itália, Irã e Egito, o Peugeot 406 foi um modelo trouxe bastante conforto e sofisticação, tendo evoluído ainda para o Peugeot 406 Coupé, que simplesmente arrebata os olhares das pessoas.
Apesar de não ser fluído como o cupê, o sedã (e também a perua) tinham um bom coeficiente aerodinâmico, de 0,30 de cx. Bem conservador, o Peugeot 406 era totalmente emocional em sua forma cupê, praticamente sendo um carro distinto.
Na Europa, a gama de motores foi extensa, partindo de um 1.6 de apenas 88 cavalos e chegando ao desejado V6 2.9 (3.0 comercialmente aqui) de 207 cavalos.
O Peugeot 406 introduziu algumas coisas no segmento da marca, como suspensão traseira multilink e até bateu um recorde, usando motor diesel e percorrendo 2.348 km com um único tanque de combustível em 2002.
Estilo
O Peugeot 406 bebeu na mesma fonte de estilo dos demais modelos da marca do leão em 1995. Mesclando leve fluidez com formas retilíneas, o modelo era bem conservador e sóbrio, não buscando chamar atenção para si.
A frente tinha faróis duplos de policarbonato com piscas integrados, que mais tarde atualizariam as linhas de outros modelos da marca. O 406 tinha grade com duas aberturas e o logotipo do leão, sempre cromado.
A carroceria tinha poucos vincos, em especial o capô, quase liso, tendo também boa área envidraçada e linha de cintura mediana. As colunas eram retas, sendo que as “C” eram reforçadas para dar a imagem de robustez construtiva.
Nas portas, as maçanetas eram embutidas e reduziam o arrasto aerodinâmico, enquanto os retrovisores eram pequenos, exatamente para melhorar a fluidez do veículo.
O para-choque dianteiro era envolvente e tinha protetor preto superior que, nas versões mais completas, vinha com friso cromado. Abaixo, na cor do carro, o conjunto trazia faróis de neblina retangulares e grandes.
Havia ainda um spoiler integrado e discreto na base do para-choque. Na traseira, as lanternas eram pequenas e de lente única, dividida entre parte branca e vermelha.
O porta-malas tinha uma tampa curta, mesmo sendo um sedã de bom porte e proposta para o segmento D, acima dos médios. Um aplique preto com o logotipo do leão, parecia um brasão de armas de alguma família importante.
Já o para-choque parecia amadoramente feito, tendo extensão para se ligar às lanternas e recordes retilíneos desagradáveis para sua classe. Trazia também o protetor preto com ou sem friso cromado.
A plataforma ampla garantia ao Peugeot 406 bons acessos na parte de trás, com portas grandes e espaçadas. A visibilidade geral era muito boa para um carro de sua categoria.
Na Peugeot 406 Break, as coisas eram um pouco mais diferentes. A carroceria era mais longa para acomodar melhor família e bagagens, tendo até as colunas B, a mesma estrutura do sedã.
As portas traseiras tinham colunas mais verticais, tendo quebra-ventos falsos maiores que no sedã. Logo depois, as vigias laterais proporcionavam um bom acréscimo em visibilidade, o que não aconteceu na sucessora Peugeot 407 Break.
Já as colunas D eram pouco verticais e reforçadas, sustentando um teto reto com enormes barras longitudinais para prender todo tipo de rack ou compartimento de malas extras.
A tampa do bagageiro era bem ampla e recortava parte do para-choque, descendo até o nível do assoalho interno (do porta-malas) e tendo vigia grande, que era uma “exigência” para peruas naquela época. Um defletor de ar ficava no alto.
Compactas, as lanternas eram levemente arredondadas e vinham com lentes divididas entre parte clara (ou escurecida, dependendo da versão) e vermelha.
Tendo protetores nas laterais da carroceria (pretos) como no sedã, a Peugeot 406 Break trazia para-choque traseiro reforçado com essa proteção e vinco para escape, como no sedã, mas tinha até engate retrátil opcional.
Se por fora o Peugeot 406 parecia indicar um interior com formas retilíneas e bem anos 80, era exatamente o contrário. O conjunto do painel e demais detalhes, pareciam de um carro bem mais emocional por fora.
O painel tinha formas suavemente arredondadas e era bem apreciável em acabamento e materiais. Havia aplique imitando madeira no painel e portas, bem como o emprego de material soft.
Tecidos de boa qualidade eram empregados, assim como muitos itens de conforto e segurança. O cluster era amplo e analógico, tendo velocímetro e conta-giros grandes, enquanto nível de combustível e temperatura da água eram menores.
O volante em couro com quatro raios e sem nenhum botão era uma marca da Peugeot e que duraria anos ainda. Era volumoso por causa do airbag do motorista, sendo que ainda havia o do passageiro.
Essa coluna de direção ajustável trazia hastes para controle de cruzeiro e limitador, bem como para o sistema de som, características que continuam sendo usadas pela marca ainda hoje.
Os difusores de ar eram bem distribuídos e o console central trazia computador de bordo, ar condicionado automático e sistema de áudio integrado, podendo ter toca-fitas, CD player e disqueteira.
No console da transmissão, o manual tinha capa imitando couro, enquanto no automático, havia uma base cromada com seletor de marchas em estilo escada, como da Mercedes-Benz.
O Peugeot 406 tinha ainda comandos dos vidros nas portas, assim como retrovisores. Com bancos bem confortáveis e de múltiplos ajustes, o interior do modelo era bem acabamento e tinha espaço bom para pernas de quem ia atrás.
No sedã, o porta-malas tinha 430 litros. Na Break, o bagageiro tinha 525 litros, sendo bem amplo para família, que ainda podia rebater o banco traseiro bipartido para ganhar mais área útil. Ela tinha cobertura retrátil e até rede no assoalho.
Atualização
O Peugeot 406 não durou muito com o visual que acabou indo para o 306. Embora fosse bem sóbrio, sedã e perua careciam de algo mais, um ar mais sofisticado por fora.
Assim, em 1999 surgiu um facelift que, incompreensivelmente, não foi adotado em outros modelos da marca. Bem feito, a atualização praticamente mudou a cara do produto.
Na frente, os “faróis de 306” deram lugar a um conjunto triplo e de lente quase complexa. Saltando no frontal, os faróis novos davam mais personalidade ao Peugeot 406.
Os faróis de neblina cresceram na mesma medida, mas o aplique preto no para-choque continuou. A grade de fundo escuro e com molduras sutis, trazia um logotipo da Peugeot destacado.
Na traseira, as lanternas ganharam uma moldura que dividia as lentes em duas partes. Estas eram na cor do carro e deixavam o visual mais sofisticado sem a necessidade de adicionar lanternas maiores ou muito diferentes.
Já a Peugeot 406 Break, porém, não recebeu a mesma atenção atrás, ficando praticamente igual ao modelo anterior. Por dentro, bancos em couro com ajustes elétricos, sistema de som JBL e rebatimento elétrico dos espelhos eram novidades.
Havia ainda um sistema de navegação por GPS, o que indicava que o Peugeot 406 não estava para brincadeiras no segmento D. O ambiente ficou mais luxuoso e agradável com as mudanças.
O Peugeot 406 ainda ganhou motores com injeção direta de combustível e propulsores diesel mais eficientes, eliminado os aspirados. Com esse facelift, o modelo pôde seguir adiante até meados da próxima década.
Peugeot 406 Coupé
O Peugeot 406 tinha uma variante muito interessante e que impressionou a muitos. Tratava-se do Peugeot 406 Coupé, que surgiu em 1996, desembarcando no Brasil em 1998. Aqui, ele só foi vendido com motor V6 3.0.
Uma das obras-primas da Pininfarina, o 406 Coupé era muito atraente e chamava atenção por suas linhas suaves e altamente esportivas, que o tornavam um dos ícones dos anos 90 no mundo automotivo.
Medindo 4,615 m de comprimento, 1,781 m de largura, 1,396 m de altura e 2,700 m de entre eixos, era mais largo e longo que o sedã. Esculpida, a carroceria trazia frente longa e baixa, com faróis duplos, pequenos e com projetores.
A grade tinha apenas uma abertura com o logo da Peugeot, tendo para-choque bem envolvente e quase integrado ao desenho, tendo boca inferior grade e faróis de neblina com luzes de curva embutidas.
Os retrovisores eram pequenos e preto, tendo o teto curvado com portas sem batentes dos vidros, além de maçanetas embutidas e badge da Pininfarina nas laterais.
As vigias traseiras eram pequenas e basculantes, enquanto as colunas C se estendiam além da vigia traseira, criando um visual bem clássico. O porta-malas tinha tampa quase reta e prolongada suavemente.
Já as lanternas tinham formas menos arredondadas e parte central branca. O para-choque era bem liso e sem detalhes que chamassem atenção.
Por dentro, o painel era o mesmo dos Peugeot 406 Sedan e Break, mas o acabamento geral era em couro e com os bancos sendo feitos pela Recaro, tendo inclusive ajustes elétricos.
O couro ia também nas portas e volante, sendo este em dois tons, tal como o restante do ambiente na maioria das unidades fabricadas. A alavanca de câmbio manual era fabricada em alumínio.
Falando nesse material, a suspensão do Peugeot 406 Coupé tinha braços em alumínio forjado, enquanto os freios eram da Brembo na versão V6. O conjunto acabou por ampliar a bitola e a largura do carro.
O interior era de um 2+2, que se beneficiava bastante da plataforma longa do Peugeot 406. Na atualização de 2003, o cupê adicionou novos para-choques com spoiler pronunciado na frente e saias laterais.
Peugeot 406 – Motores
O Peugeot 406 teve uma gama extensa de motores, começando por 1.6 de 88 cavalos, passando pelo 1.8 com 90, 112 ou 117 cavalos, além do 2.0 de 132, 136 ou 139 cavalos.
Também teve um 2.0 Turbo de 147 cavalos e outro posterior, mas com 140 cavalos. Um 2.2 de 158 cavalos surgiu, assim como o famoso V6 2.9 (3.0) que teve 190 ou 207 cavalos.
Nos diesel, o Peugeot 406 teve unidades 1.9 TD e 2.0 HDi com 90 cavalos, bem como versão deste último com 109 cavalos para substituir o anterior 2.1 TD. Um 2.2 HDi alcançou 133 cavalos.
A transmissão era manual de cinco marchas ou automática com quatro velocidades, independente do motor usado. Por aqui, a Peugeot vendeu o 406 com apenas duas motorizações.
O propulsor 2.0 16V foi servido tanto no sedã quanto na perua por aqui. No Peugeot 406 Sedan (assim como na perua Break) ele tinha 1.997 cm3 e taxa de compressão 11:1.
Com isso, entregava por aqui 135 cavalos a 5.500 rpm e 18,7 kgfm a 4.200 rpm. Esse motor vinha na versão de acesso ST, que tinha opção automática.
Nesta última, fazia de 0 a 100 km/h em 14,1 segundos com máxima de 198 km/h. Porém, no manual, fazia o mesmo em 10,8 segundos e alcançava ótimos 208 km/h.
Seu consumo (no automático) era de 7,5 km/l na cidade e 11,5 km/l na estrada. O tanque tinha 70 litros, o que favorecia uma boa autonomia, podendo teoricamente passar de 800 km na rodovia.
Já o V6 3.0 tinha 2.946 cm3 e 24 válvulas em quatro comandos. Com injeção multiponto, como no 2.0, entregava inicialmente 194 cavalos a 5.500 rpm e 27 kgfm a 4.000 rpm.
Oferecida na versão topo de linha SV, o V6 levava o Peugeot 406 Sedan de 0 a 100 km/h em 8,2 segundos com máxima de 232 km/h. O Peugeot 406 Coupé precisava de 8 segundos e atingia a mesma final.
Algum tempo depois, o propulsor V6 3.0 passou para 210 cavalos a 6.000 rpm e 28,5 kgfm a 3.750 rpm, acrescentando performance ao produto.
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