O Mustang GT500 é o nome dado ao pony car americano quando em sua versão GT preparada pela Shelby. É importante frisar que o esportivo da Ford nunca utilizou comercialmente o termo “GT500” em sua versão GT com V8.
Isso nunca ocorreu por dois motivos: o primeiro era que a Shelby havia batizado seu modelo mais potente de GT500 em 1967. O segundo era que o Ford Mustang apenas tinha um pacote chamado GT Equipment Group.
Assim, o Mustang GT poderia se vestir parcial de GT350, que era o único modelo feito pela Shelby até o surgimento do GT500 em 1967.
Dessa forma, o Mustang GT500 é um produto único, muito superior ao Mustang GT Premium V8, que hoje em dia é vendido pela Ford no mercado nacional.
Numa escala, o GT500 é o suprassumo de performance do Mustang, seguido pelo GT350 e depois apenas pelo GT da Ford. Aliás, todos os três estão ligados à marca americana.
Mustang GT500
O Mustang GT500 surgiu quando Carrol Shelby, da American Shelby, percebeu que podia acrescentar mais poder ao já famoso GT350, buscando assim um modelo acima.
Naquela época, a única opção para o novo carro seria um imenso V8 7.0 litros FE-428 da Ford, que tinha 360 cavalos e 57,9 kgfm na época. Depois surgiu o King of The Road, que ficou bem famoso e teve releitura décadas depois.
Após breve produção com Shelby e Ford, nessa ordem, o Mustang GT500 desapareceu após a Shelby Europa. Ele retornou apenas em 2007, na geração S-197 I da Shelby Ford.
Revivendo até o Super Snake, o GT500 evoluiu para a geração S-197 II e virou astro de TV na série Knight Rider com a edição “KR”, citada acima. Por fim, o mais poderoso dos Mustangs de fábrica chegou à terceira geração com o Predator.
Geração atual
O Mustang GT500 2020 surgiu em 2019 após uma longa espera, depois do surgimento da quinta geração do pony car da Ford, que foi lançado em 2015 como um produto global.
Musculoso, ameaçador e extremamente potente, o GT500 atual é um monstro que foi proposto para manter a hierarquia do topo de linha da Shelby, extraindo ao máximo as potencialidades do Mustang.
Seu desenvolvimento demorou muito e ainda observou os avanços da concorrência, como o Hellcat do Dodge Challenger com seus 717 cavalos e o Chevrolet Camaro ZL1, dotado de 660 cavalos.
A Ford não conseguiu esperar pelo Chevrolet Corvette e adicionou ao GT500 o insano V8 5.2 Predator, mais poderoso que o Voodoo 5.2 usado no GT350. Deve-se lembrar que o Mustang GT usa o Coyote 5.0, já usado pela Shelby.
Estilo
O Mustang GT500 2020 é um carro altamente expressivo, adotando um pacote aerodinâmico mais eficiente e reforços para suportar sua enorme cavalaria. Ele é também a versão mais potente de fábrica do modelo da Shelby.
A frente traz uma boca enorme, criada a partir da fusão da grade em estilo colmeia com o suporte da placa e o próprio para-choque, tendo a mesma grelha na parte inferior.
Com formato hexagonal, esse frontal tem ainda a cobra estilizada da Shelby, além de molduras proeminentes que ajudam a formar entradas de ar laterais para resfriamento dos discos de freio.
Um spoiler bem pronunciado e pintado de preto brilhante se apresenta logo abaixo. O conjunto ótico mantém os farpóis full LED com DRL´s de LED triplos, originais do Mustang.
No para-choque ainda existem outros dois faróis, mas de neblina e lanternas/piscas. Bem elevado e bastante leve, o capô do GT500 possui um difusor para saída de ar com moldura central preto, além de ser decorado com faixas duplas.
O capô tem ainda travas especiais extras nas laterais, o que reforça a imagem de carro de corrida do mesmo. O Mustang GT500 2020 traz também retrovisores pequenos e pretos, além de teto igualmente com dupla faixa.
Essa decoração é vista ainda no para-choque dianteiro e no traseiro, assim como sobre a tampa do porta-malas e nas laterais, mas estas em tamanho menor.
Na traseira, o Shelby GT500 2020 conta com uma asa fixa para manter o conjunto grudado no chão, gerando enorme efeito downforce. As lanternas triplas de LED ficam num fundo preto, onde a cobra da marca aparece.
Aliás, ela também está presente nas laterais do carro. O para-choque traseiro tem difusor de ar e quatro saídas de escape bem generosas e cromadas. Com saias laterais, o GT500 só fica completo com as belas rodas esportivas aro 20 polegadas.
Elas podem ser substituídas por um conjunto feito em fibra de carbono, expondo mais as enormes pinças de freio da Brembo, que possuem seis pistões na frente e quatro atrás.
No interior, o Mustang GT500 é personalizado para mostrar sua exclusividade. O muscle car americano tem um painel com detalhes em fibra de carbono, além de volante esportivo de fundo chato e marcador 00:00.
A cobra da Shelby fica estampada na direção, que tem acabamento em Alcantara. Esse é o mesmo material usados assentos Miko Suede, revestidos parcialmente em couro. Há opção do Recaro totalmente em couro com elemento vazado.
Com ambiente inteiramente escuro, o Mustang GT500 tem cluster digital MyColor com 12 polegadas e inúmeras configurações, bem como multimídia SYNC 3 com navegador GPS, rádio-satélite, Android Auto e Apple Car Play, etc.
Além da guarnição em fibra de carbono, o bólido tem apenas a partida remota como opcional para o interior. O pacote jká bem completo e inclui itens como MyKey, modo de escape, modos de condução, seletor de marchas, entre outros.
Com espaço apenas para dois, mas com quatro lugares (o GT350 tem apenas 2), o Mustang GT500 é um carro que ainda pode ter asa traseira em fibra de carbono, teto preto, faixas de vinil e sensor de ponto cego com alerta de tráfego cruzado.
Ele traz ainda sete airbags, incluindo de joelho do condutor, além de controles de tração e estabilidade em vários níveis de atuação. Há também os modos burnout e de largada.
Motor
O motor Predator é uma evolução do Voodoo do GT350. Desenvolvido pela Ford com ajuda da Shelby, esse V8 5.2 litros é feito em alumínio e tem um compressor volumétrico de 2,65 litros.
Tendo dois intercoolers refrigerados a ar e água, o Predator ainda tem a primazia de ser feito à mão, o que o torna um propulsor especial. Com toda a preparação que ele possui, alcança 771 cavalos a 7.300 rpm e 86,1 kgfm a 5.000 rpm.
Para despejar tudo isso nas rodas traseiras, o Mustang GT500 conta com um câmbio de dupla embreagem Tremec com sete velocidades, além de diferencial da Torsen com relação 3,73 e com deslizamento limitado.
Esse diferencial da Torsen recebe ainda um radiador especial para seu resfriamento. Já o escape duplo possui gerenciamento eletrônico de ruído para suas quatro bocas.
O GT500 vem ainda com suspensão independente nas quatro rodas, utilizando o sistema adaptativo MagneRide nos amortecedores. Usando seus potentes discos de 420 mm, esse Mustang faz 0-160-0 km/h em 10,6 segundos.
De 0 a 96 km/h, ele precisa de apenas 3,3 segundos, alcançando máxima de 320 km/h. Em relação ao último GT500, antes deles, o tempo melhorou em 0,2 segundo e a final é a mesma.
Origem do GT500
Em 1967, Carrol Shelby desenvolveu um modelo mais potente em relação ao GT350. Este novo Mustang seria baseado no uso do motor V8 FE 428 de 7.0 litros, sendo o maior disponível que podia ser colocado no esportivo da Ford.
Tratava-se do Ford Cobra V8, que tinha dois carburadores quadrijet CFM da Holley, que transformavam o carro num Mustang GT500. O problema era que o novo bólido chegava num momento difícil para a marca.
Com problemas na produção, a Shelby começava a perder o controle sobre os processos à medida que a Ford ia assumindo algumas funções. Até o ano seguinte, era a American Shelby que produzia os GT350 e GT500.
Tendo seu V8 nada menos que 360 cavalos e quase 58 kgfm, o Mustang GT500 tinha as mesmas modificações do GT350 em relação ao pony car padrão.
Isso incluía suspensão mais rígida, direção com melhor relação para esportividade, freios reforçados e partes em fibra de vidro para deter o peso, cuja distribuição não exigia mais que a bateria ficasse no porta-malas, como nos GT350 iniciais.
Além disso, o GT500 trazia as mesmas mudanças estéticas, que incluíam faróis auxiliares na grade, entradas de ar no capô, rodas de magnésio exclusivas, logotipos da cobra, traseira escura e faixas decorativas, entre outros.
O GT500, assim como o GT350, tinha toda a frente, capô, partes das laterais, traseira, tampa do porta-malas e outros itens fabricados em fibra de vidro para reduzir o peso.
Era nessa parte que a Shelby estava tendo problemas e passou o processo para a Ford, que assumiu a produção completa dos carros em 1969. Antes disso, porém, o GT500 ainda teve novidades.
Uma delas era a adição do motor FE 427 de competição, cuja potência alcançava impressionantes 650 cavalos. Esse era o lendário Mustang GT500 Super Snake, que teve apenas um exemplar feito e leiloado em 2013, alcançou US$ 1,3 milhão!
O Super Snake era insanamente veloz, tanto que Carrol Shelby atingiu 274 km/h em um teste. No futuro, essa designação seria usada novamente.
King of The Road
Em 1968, o Mustang GT500 teve seu motor FE 428 modificado para usar apenas um carburador quadruplo da Holley, mantendo potência e torque. Devido ao uso do motor Cobra, o nome foi adicionado ao produto comercialmente.
No mesmo ano, surge o GT500KR, abreviação para “King of The Road”, que usava o Cobra Jet 428 com 340 cavalos e pouco mais de 60 kgfm e tampas de válvulas em alumínio “Le Mans” do GT40, que já havia emprestado o Cobra V8.
Oferecido nas carrocerias fastback e conversível, o bólido foi relembrado posteriormente. No ano seguinte, a Ford assumiu a produção dos Shelby GT350 e GT500, já com a atualização visual que deixou a frente longa e retilínea.
Sem o mesmo apelo, o GT500 perdia o nome Cobra e trazia um visual mais comportado com o estilo Sportsroof. O V8 428 continuava, mas a Shelby não, tendo seu contrato rescindido em 1969.
Foi aí que a produção parou e nenhum carro novo saiu em 1970, porém, a Ford teve que fazer modificações obrigatórias por lei nos carros já produzidos, incluindo mudanças na numeração dos chassis para atender as novas regras ambientais.
Carrol Shelby ainda tinha nove exemplares dos dois modelos, que vendera em 1971 na Bélgica, através da Shelby Europa.
S-197 I
Em 2005, a Ford retornou com a Shelby, mas apenas dois anos depois do GT350, surgira o Mustang GT500 na quinta geração do pony car. Ele recebera o código S-197 I do GT350, identificando a geração.
Com spoilers levemente pronunciados e saias laterais, tinha rodas exclusivas e faixas decorativas brancas, além de aerofólio traseiro pouco proeminente e na cor do carro. O para-choque dianteiro era bem avançado.
Seu motor era o V8 5.4 Modular com sobrealimentação e intercooler, entregando 507 cavalos e 66,1 kgfm. Desenvolvido pela divisão SVT da Ford e pela Shelby, esse GT500 teve 30.000 unidades feitas em três anos.
Em 2008, o King of The Road retornou em uma série especial do GT500 com suspensão reforçada e carroceria com partes em fibra de carbono, a fim de reduzir o peso. Tinha uma preparação mais agressiva pela Ford Racing.
O Mustang GT500KR foi usado no seriado Knight Rider (remake) da época, sendo o protagonista KITT, mas tendo o gêmeo antagonista KARR. Nessa mesma época, o Super Snake voltou, mas com o V8 5.4 preparado para 610 cavalos.
Além disso, o GT500 com kit Kenne Bell atingia nada menos que 735 cavalos, fazendo o bólido “voar” até 96 km/h em 3,5 segundos. A Prudhomme Edition alcançava mais de 800 cavalos com gasolina de competição ou 760 na gasolina normal.
S-197 II
Em 2010, o Mustang GT500 chegou à atualização S-197 II, que trazia o V8 5.4 Modular com 540 cavalos. Teve melhoramentos na mecânica, especialmente para uso de gasolina comum e atingia 290 km/h.
O GT500 Super Snake reeditado trazia mais elementos em fibra de carbono como o anterior, mas agora com a mesma preparação da série Prudhomme, ou seja, era capaz de alcançar mais de 800 cavalos com combustível de competição.
Nos anos seguintes, as atualizações levaram o GT500 para 671 cavalos de forma regular e mais de 850 cavalos no Super Snake. Teve ainda uma série Limited Edition em 2012 e a comemorativa de 50 anos, com faixas douradas como da Hertz.
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