Imagine se não tivesse ocorrido a capitalização da Petrobras no mercado de capitais e os empréstimos do BNDES, BB e Caixa no fim do governo Lula e no primeiro mandato da Dilma. O Brasil não estaria colhendo os frutos do aumento da produção e exportação de petróleo extraído de águas profundas, i.é, no pré-sal.
André Ramalho e Rodrigo Polito (Valor, 11/02/2020) informam: a Petrobras se consolidou, em 2019, como uma exportadora relevante de petróleo no mercado internacional. A companhia bateu recorde mensal de vendas da commodity para o exterior, em novembro, de 767 mil barris/dia, e fechou o ano com um aumento de 25,2% nas exportações de óleo cru, em relação a 2018. Ao todo, foram embarcados, em média, 536 mil barris/dia no ano passado. Os números refletem os recordes da produção da companhia no pré-sal.
A empresa produziu em 2019, em média, 2,172 milhões de barris/dia de petróleo no Brasil, o que representa alta de 6,7% na comparação anual. O volume ficou acima da meta prevista para o ano, de 2,1 milhões de barris diários. O pré-sal respondeu, segundo a petroleira, por 59% do volume de óleo produzido por ela no país. Em 2018, para efeitos de comparação, esse percentual era de 49%.
Já a produção total de petróleo e gás natural cresceu 5,4%, para um patamar recorde de 2,77 milhões de barris de óleo equivalente por dia (BOE/dia). No último trimestre, os volumes atingiram os 3,025 milhões de BOE/dia – crescimento de 13,7% em relação a igual período do ano anterior.
Em relatório de produção e vendas, a Petrobras destacou ter atingido o limite superior da meta traçada para 2019, de 2,7 milhões de BOE/dia, com variação de 2,5% para cima ou para baixo. A estatal reafirmou a meta ser a mesma para 2020. Com relação à produção específica de óleo, a empresa reafirmou a meta de 2,2 milhões de barris/dia para este ano.
A Petrobras explicou a performance recorde no ano passado “refletir o melhor resultado no segundo semestre de 2019, impulsionado pelo ramp-up [crescimento da produção] dos novos sistemas de produção, que mais do que compensou os desafios, enfrentados no primeiro semestre de 2019”.
Enquanto no pré-sal a companhia registra recordes, o pós-sal manteve a sua trajetória descendente. Houve queda de 13,7% na produção de óleo nessa região, que concentra uma série de campos maduros em fase de declínio. Ao todo, o pós-sal em águas profundas e ultraprofundas produziu, em média, 704 mil barris/dia.
A empresa atribuiu a queda, em parte, a:
- o encerramento do ciclo produtivo da P-33 e P-37, que serão substituídas pelas novas unidades do projeto de revitalização de Marlim, na Bacia de Campos;
- ajustes nas unidades de processamento das plataformas, para enquadramento do teor de óleo e graxas da água descartada, em linha com o termo de compromisso firmado com o Ibama.
A companhia também registrou queda de 18,8% na produção de óleo e gás no exterior, para média de 82 mil BOE/dia. A retração é reflexo da venda de ativos.
A Petrobras atualizou, ainda, o cronograma dos novos projetos do pré-sal, e prevê começar a operar a plataforma P-70, no campo de Atapu, na Bacia de Santos, ainda no primeiro semestre.
A petroleira destacou a aquisição dos ativos de Itapu e Búzios no leilão do excedente da cessão onerosa, em novembro de 2019, reafirmar o “foco na exploração e produção de ativos offshore [em alto-mar] de classe mundial”. Segundo a Petrobras, Búzios possui reservas substanciais, baixo risco e baixo custo de extração, “sendo resiliente a cenários de preços inferiores a US$ 40 por barril”.
Já no mercado de combustíveis, a produção nas refinarias da Petrobras em 2019 foi de 1,779 milhão de barris/dia, alta de 0,8% em relação ao ano anterior. O crescimento foi destinado à exportação de bunker (óleo combustível para navios) e de gasolina de alta octanagem, “valorizada no mercado americano, diante de menores vendas deste derivado no mercado interno”.
As vendas de gasolina no mercado doméstico somaram 378 mil barris diários, queda de 6% ante 2018. A retração, explicou a companhia, foi motivada pela maior participação dos importadores de combustíveis e pelo aumento das vendas de etanol. Já a comercialização de diesel recuou 0,8%, totalizando 725 mil barris/dia, também devido ao aumento da participação de importadores.
INVESTIMENTOS DAS ESTATAIS:
Alguns programas, principalmente no âmbito do setor de Petróleo e Gás, destacam-se em comparação aos demais, não apenas pelo vulto dos recursos que lhes são destinados como, também, pelo empenho das empresas. São apresentados em seguida os programas com os 5 maiores valores realizados e a participação de cada um no total realizado pelas empresas estatais nos 10 programas:
– Petróleo e Gás, 72,2%;
– Combustíveis, 12,5%;
– Energia Elétrica, 6,2%;
– Programa de Gestão e Manutenção de Infraestrutura de Empresas Estatais Federais, 5,3%; e
– Programa de Gestão e Manutenção de Infraestrutura de Instituições Financeiras Oficiais Federais, 2,5%.
Importância do Investimento Estatal antes do Desmanche da Petrobras: Produção e Exportação de Petróleo publicado primeiro em https://fernandonogueiracosta.wordpress.com
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