Na França, ele foi feito entre 1968 e 1983, porém, seu sucesso cruzou o mundo e o fez ser produzido ou montado em inúmeros países. Sua trajetória foi longeva o suficiente para chegar até 2006. Este é foi o Peugeot 504.
O grande modelo da Peugeot nunca foi produzido no Brasil, mas chegou por estas bandas em forma de picape, tendo sido vendida entre 1992 e 1999, quando encerrou a produção argentina.
Versátil, o Peugeot 504 foi um cavalo de batalha para a marca francesa, tendo sido feito em carrocerias das mais diversas, incluindo uma picape cabine simples e dupla, cupê e conversível, além de sedã e perua.
De tamanho médio, o 504 inovou ao aplicar o tubo de torque para tração, tendo ainda suspensão robusta e carroceria bem resistente, que o fez ir aos lugares mais difíceis, tanto em competições de rali quanto no dia a dia dos proprietários.
Peugeot 504
Sucessor do 404, o Peugeot 504 estreou no Salão de Paris como uma sensação para a época, trazendo linhas modernas e inovações técnicas, que o tornariam um ícone da resistência.
Com 4,486 m de comprimento, o 504 sedã era bem menor que a perua, que tinha nada menos que 4,800 m. Havia ainda as opções conversível e cupê, ambas com duas portas.
O Peugeot 504 inovou ao dispor de injeção de combustível no lugar do clássico carburador, mas não era de série. Essa injeção era mecânica e fabricada pela FAG Kugelsficher, sendo mais tarde feita também pela Robert Bosch AG.
Nove anos depois do lançamento, a Peugeot lançava o 504 em forma de picape, que viria a ser conhecida aqui no Brasil, onde a pressa em destacar sua principal virtude, levou a um erro de português.
Basicamente, o 504 teve sete motores, sendo que um era 1.6 e exclusivo da picape em certos mercados, tendo este apenas 62 cavalos. O modelo usou mais os motores a gasolina 1.8 de 80 cavalos, 2.0 com 105 cavalos e um V6 2.7 de 138 cavalos.
Com diesel, a oferta foi de 1.9, 2.1 e 2.3 litros, tendo ainda transmissão manual de 4 ou 5 marchas, bem como automática com 3 marchas, sendo três tipos com um sendo feito pela GM.
Na Europa, o Peugeot 504 foi produzido na França e Espanha, onde mais de 3 milhões saíram das linhas de montagem. Em fabricação completa, o modelo foi feito ainda na Argentina, África do Sul, Nigéria, Quênia, Taiwan e China.
Contudo, o sucesso do francês era tamanho que conquistou os mais diversos lugares por sua robustez. Assim, foi montado em CKD na Austrália, Chile, Nova Zelândia, Egito, Portugal e Tunísia.
Peugeot 504 – Estilo
O Peugeot 504 era marcante em estilo, apesar de nem todos gostarem de suas formas ousadas. A frente tinha faróis poligonais bem expressivos e de tamanho grande, com lentes simples. A grade era ampla e levava o leão cromado.
O para-choque era laminado e o eixo dianteiro era bem avançado (o entre eixos era de 2,74 m no sedã), tendo colunas estreitas e teto alto, criando assim uma boa área envidraçada.
A antena do rádio fica presa à coluna A direita, enquanto as maçanetas cromadas eram embutidas. Já as colunas C eram largas e possuíam entradas de ar estreitas.
O que muita gente não gostava nesse sedã era a traseira caída, com a tampa do porta-malas curvada em direção às lanternas compactas e coloridas. A trava desta ficava sobre a placa. O para-choque era também laminado.
As rodas de aço tinha calotas centrais cromadas. Desenhado por Pininfarina, o Peugeot 504 teve faróis circulares em alguns mercados, incluindo até quatro em versões específicas, como a vendida nos EUA, por exemplo.
Por dentro, o painel era bem vistoso e tinha cluster com velocímetro, relógio e medidores de combustível, temperatura da água e manômetro de óleo. O painel tinha ainda nada menos que seis difusores de ar e ainda havia um sobre o conjunto.
Havia também um aplique central, que podia ser em madeira, onde ficava o porta-luvas, bem como console envolvente e volante de quatro raios bem estiloso.
O Peugeot 504 tinha suspensão traseira “multilink” com suporte para sustentação do diferencial (ativo, dependendo da versão) com semieixos para as rodas.
O conjunto rodante era preso em duas bandejas, fixadas em uma travessa de aço presa sob a carroceria do Peugeot 504. O tubo de torque passava por cima desta e não havia ligação entre as rodas.
Molas helicoidais e amortecedores dentro destas eram presos no mesmo suporte que sustentava o diferencial. O conjunto foi usado também nos Peugeot 504 Coupé e Cabriolet.
Peugeot 504 Break
O Peugeot 504 Sedan era bem espaçoso por dentro, tendo ainda 459 litros no porta-malas. Porém, ele nem chegava perto da perua 504 Break. Era media 4,800 m de comprimento e tinha 2,896 m de entre eixos.
Lançada junto com o sedã, a familiar da Peugeot chamava atenção pelo porte, sendo igual ao sedã até as colunas B, pois, a partir daí era tudo exclusivo, incluindo as imensas portas traseiras com quebra-ventos falsos.
As vigias laterais eram bem grandes e o teto seguia uma reta que se distanciava da linha de cintura do veículo, o que causava uma impressão estranha. Aliás, das colunas B para trás, o próprio teto era mais elevado.
Nas colunas C, bem inclinadas, haviam apliques pronunciados, enquanto as colunas D sustentavam uma longa tampa do bagageiro com limpador e cobertura cromada da placa. As lanternas eram verticais e elegantes, com para-choque abaixo.
Por dentro, a Peugeot 504 Break era muito espaçosa e contava com um porta-malas que chegava a 1.100 litros. O volume interno era tão bom que havia opção de um banco adicional para mais duas pessoas sentarem atrás, totalizando sete.
Devido ao seu porte, a perua 504 ganhou travessas de aço sob a carroceria para reforça-la e estas eram ligadas ao conjunto de suspensão traseira, que era diferente do sedã.
Sem o tubo de torque, o eixo cardã corria livre até o diferencial, que era fixado num eixo rígido. Este era apoiado por quatro molas helicoidais em cada roda, além de dois amortecedores inclinados para dentro. Tudo sob um suporte.
Com este conjunto, que era apoiado ainda por dois tirantes em “V”, esperava-se mais conforto e robustez a bordo da Peugeot 504 Break, mas a solução acabou dando certo para outra variante da família 504.
Peugeot 504 Pickup
Em 1979, a Peugeot conseguiu finalmente adaptar a plataforma do 504 para converte-la em uma picape robusta. Embora fosse um monobloco, a carroceria suportou bem a introdução de uma suspensão com feixes de molas.
Estas eram presas em alças móveis fixadas no monobloco da Peugeot 504 Pickup, que mantinha o eixo traseiro da Peugeot 504 Break, naturalmente sem as quatro molas e o suporte superior. Os tirantes em “V” foram mantidos.
Nesse esquema de suspensão, tanto a 504 Break quanto a 504 Pickup ganharam versões com tração 4×4. Visualmente, a picape francesa era bem robusta e dava a entender que tinha boa capacidade de carga.
Isso era realmente verdade, sendo que na primeira versão, podia levar 1.100 kg com um motor 1.6 de meros 62 cavalos. O 1.9 diesel entregava apenas 49 cavalos. O tanque de 50 litros ficava atrás da cabine, que levava 3 pessoas.
Logo, eles provaram ser fracos para a Peugeot 504 Pickup, que logo adicionou o 1.8 de 80 cavalos e um diesel 2.3 com 70 cavalos. Este último foi vendido no Brasil com 13,3 kgfm, tendo ainda velocidade máxima de 130 km/h.
Equipada com câmbio manual de quatro ou cinco marchas, chegou a ter 1.300 kg de capacidade de carga. Ela foi vendida com a descrição externa de “1,3 toneladas”, corrigida posteriormente para “1,3 tonelada”. Só teve cabine dupla lá fora.
Com 4,710 m de comprimento, 1,680 m de largura, 1,560 m de altura e 3,000 m de entre eixos, ela era igual ao Peugeot 504 até as colunas B. A partir daí, trazia uma caçamba de aço com relevos e conjugada à uma parte inferior lisa.
A traseira tinha tampa da caçamba pronunciada e com o nome Peugeot em relevo, além de lanternas pequenas na parte lisa, abaixo desta. Ali também ficava a placa e dois batentes. Ela tinha ainda para-barros nas rodas de aço aro 15.
504 Coupé e Cabriolet
Em março de 1969, o Peugeot 504 surgiu nas variantes Coupé e Cabriolet. Desenhados por Pininfarina, na Itália, a dupla teve um grande impacto e durou até 1983. Ele originou o recente conceito 504 Coupé e-Legend.
O 504 Coupé só foi sucedido na gama Peugeot em 1997, quando o igualmente estiloso Peugeot 406 Coupé surgiu, seguido do Peugeot 407 Coupé. Para fazer o cupê, a montadora encurtou a plataforma do 504 Sedan, reduzindo comprimento e entre eixos.
Assim, respectivamente, o Peugeot 504 Coupé tinha 4,36 m e 2,55 m, o que o tornava mais interessante para uma condução esportiva. Com quatro lugares, o modelo tinha em seu charme a atratividade que faltava nos demais.
A frente era longa e tinha um capô curvado próximo dos faróis, que eram quatro retangulares, mas levemente arredondados, marcando a identidade do modelo.
Chamava atenção ainda pela grade retraída, mas com três frisos cromados e o logotipo da Peugeot “suspensos”. O para-choque era laminado e os piscas separados, presos nos para-lamas.
O cupê ainda tinha batentes próximos dos faróis, apoiados sobre o cromado do protetor frontal.
No capô, havia o badge “504” e uma entrada de ar compacta ao centro. As portas avançavam além das colunas A, tendo ainda quebra-ventos e maçanetas cromadas em estilo clássico.
O logotipo da Pininfarina era facilmente visto sob as janelas traseiras, que não eram basculantes. As colunas C tinham ainda pequenas entradas de ar. Atrás, a vigia ficava um pouco retraída em relação às colunas C.
O porta-malas era pouco pronunciado e igualmente curvado próximo das lanternas. Estas, por sinal, eram bem estilosas, tendo lentes triplas num fundo branco, ainda com refletores. O para-choque laminado tinha batentes como na frente.
Um destaque a mais era o escape com ponteira cromada, simplesmente um luxo para a época. Por dentro, o painel era diferente em seu formato geral, mais estreito. O cluster mantinha os três mostradores grandes num fundo claro.
O Peugeot 504 Coupé tinha volante esportivo de dois raios perfurados, apenas três difusores de ar sobre o painel, além de comandos centralizados abaixo e um grande alto-falante no console, perto da alavanca de câmbio, que era longa.
No lado do passageiro, o porta-luvas abria para cima e ocupava a parte superior do conjunto. Já os bancos em vinil não tinham apoios de cabeça. Com espaço reduzido, o 504 Coupé tinha pouco conforto atrás.
Após 1979, recebeu faróis duplos e novas rodas de magnésio, tendo ainda para-choques envolventes com repetidores de direção e faróis de neblina. A grade ficou mais simples e o interior mais requintado.
Já o Peugeot 504 Cabriolet aproveitava a mesma carroceria do cupê, tendo o mesmo friso cromado nas laterais e outros detalhes, mas com capota de tecido preto retrátil manualmente.
O espaço bem era reduzido e feito mesmo para dois na frente, com um banco apertado para mais duas caronas eventuais atrás. A Pininfarina adicionou seu emblema nos para-lamas dianteiros. A carroceria era mais reforçada.
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