A sinergia entre Renault e Nissan, na nova estratégia global da aliança, que ainda envolve a Mitsubishi, produzirá os dois primeiros modelos sobre a plataforma CMF-B até 2023 no Brasil.
De acordo com Marco Silva, presidente da Nissan no Brasil, em entrevista ao jornal Estadão, a montadora está trabalhando agora com a Renault para definir quais serão esses dois primeiros modelos, que serão fabricados em Resende-RJ.
Como se sabe, hoje existem quatro bases diferentes para seis modelos em produção, todos do segmento B. Nesse caso, a Renault faz Sandero, Logan, Duster, Captur e Oroch. Na Nissan, são produzidos Versa, March e Kicks.
Todos esses modelos terão plataforma modular CMF-B, mas isso não irá acontecer em um breve período de tempo. O Novo Duster, por exemplo, acabou de chegar e ainda é feito sobre a B0.
Na Nissan, as coisas ficam mais fáceis, visto que March e Versa já possuem novas gerações CMF-B no exterior. Essa dupla poderia ficar acima de Sandero e Logan para evitar um conflito de interesse entre as marcas.
O próximo Kicks terá naturalmente que ser CMF-B e pode chegar ainda nesse período, com o Versa sendo importado em definitivo do México. Sobre o Kicks, uma possibilidade é que o mesmo venha a ser apenas híbrido ou elétrico com extensor.
Isso permitiria que o mesmo não concorresse com Duster e Captur. O trio da Nissan pode ser feito em Resende-RJ atendendo esses segmentos, deixando a Renault com os novos Sandero e Logan numa faixa mais abaixo.
Silva disse que existem projetos individuais que podem correr em paralelo. Nesse caso, as possibilidades acima podem simplesmente deixar de existir. De fato, hoje Renault e Nissan não dependem uma da outra para que a aliança tenha boas vendas no país.
Em realidade, o que a Nissan do Brasil está vislumbrando mesmo é a redução de custos que pode chegar a 40% com o compartilhamento de plataformas, facilitando assim a liberação de investimentos das matrizes, segundo Silva.
Nesse caso, tanto ela quanto a Renault terão maior poder de atração de fundos provenientes do Japão e da França para aplicar no mercado nacional. Marco Silva enfatiza que de 300 mil carros produzidos em quatro plataformas, o mesmo volume será feito em apenas uma.
Com duas fábricas no Brasil, as duas empresas produzirão uma gama de veículos com alto grau de comunalidade de peças e componentes, reduzindo gastos com compras, logística, processo produtivo e desenvolvimento.
[Fonte: Estadão]
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