terça-feira, 30 de junho de 2020

Aplicação da Interdisciplinaridade na Ciência e na Educação

A interdisciplinaridade surge no século XX como um esforço de:

  1. superar o movimento de especialização da ciência e
  2. superar a fragmentação do conhecimento em diversas áreas de estudo e pesquisa.

A Ciência, no século XX, tornou-se especializada ao ponto de não ser mais possível realizar o movimento pretendido quando do início da especialização. Era chegar ao reducionismo unitário para conseguir ver o todo de forma plena e completa.

Também se chegou ao ponto onde, em algumas áreas, não ser mais possível continuar aprofundando no conhecimento, tendo chegado ao limite do possível a determinadas especialidades pesquisar. Então a interdisciplinaridade surge como proposta para a realização do movimento inverso, partir do micro – ou o individualismo metodológico – e retornar ao todo.

Com a aplicação da interdisciplinaridade na Ciência, surgem novas disciplinas agregadoras. Elas unem áreas específicas do conhecimento a fim de compreender fenômenos incompreensíveis com os conhecimentos de apenas uma área, como é o caso da bioengenharia. Ela une as áreas da biologia e engenharia a fim de dar conta de estudos incapazes de uma ou outra disciplina sozinha dar conta.

Com a ampliação da aplicação da interdisciplinaridade na Ciência, têm se desenvolvido novas práticas de pesquisa. Muitas disciplinas, até então, eram consideradas incomunicáveis, considerada a distância entre seus objetos de estudo, estão sendo reunidas para dar respostas a novos problemas de pesquisa e a questões impossíveis de uma única disciplina responder.

Houve o aparecimento de novos tipos de formações disciplinares. Ela organizou em três grandes tipos:

  1. Ciências de Fronteiras: são disciplinas híbridas. Elas se constituem pelo cruzamento de duas disciplinas tradicionais, quer no âmbito das Ciências Exatas e da Natureza (por exemplo, a Biomatemática, a Bioquímica ou a Geofísica), das Ciências Sociais e Humanas (Psicolinguística ou História da Economia), quer entre umas e outras (Sociobiologia, Etologia), quer ainda entre Ciências Naturais e disciplinas técnicas (Engenharia Genética ou Biónica).
  2. Interdisciplinas: são novas disciplinas. Surgem do cruzamento, também ele inédito, das disciplinas científicas com o campo industrial e organizacional. Por exemplos: Relações Internacionais e Organizacionais, Sociologia das Organizações, Psicologia Industrial, ou ainda o exemplo constituído pela investigação operacional, resultante da conglomeração, ou mesmo da fusão, entre cientistas, engenheiros e militares.
  3. Interciências: são várias, sendo impossível estabelecer qualquer espécie de hierarquia entre elas. Os exemplos mais pertinentes são a Ecologia, as Ciências Cognitivas, a Cibernética e as Ciências da Complexidade. Neste conjunto temos várias novidades epistemológicas, por exemplo, as Ciências Cognitivas.

A interdisciplinaridade está presente na Educação desde quando começou a ser aplicada na Ciência. Muitos projetos e práticas têm sido adotados, sobretudo no Ensino Médio, em uma tentativa de superar a fragmentação do conhecimento e criar uma relação entre o conhecimento e a realidade do aluno. Há um destaque maior para a interdisciplinaridade no nível de Ensino Superior, dada sua reforma para enfrentar o desafio de formar profissionais mais bem preparados para o mercado de trabalho.

Na prática, a interdisciplinaridade é um esforço de superar a fragmentação do conhecimento, tornar este relacionado com a realidade e os problemas da vida moderna. Muitos esforços têm sido feitos neste sentido na Educação. Na Ciência, por sua vez, os esforços estão na busca de respostas, impossíveis com os conhecimentos fragmentados de uma única área especializada.

Aplicação da Interdisciplinaridade na Ciência e na Educação publicado primeiro em https://fernandonogueiracosta.wordpress.com



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