Atif Mian (Princeton University) e Amir Sufi (University of Chicago) propõem uma Teoria da Demanda Endividada, cuja ideia-chave é grandes dívidas sobrecarregarem as famílias e os governos, diminuindo a demanda agregada e, portanto, as taxas de juros naturais. No centro dessa teoria está a observação simples, porém subestimada, de tomadores de empréstimo e poupadores diferirem em suas propensões marginais a economizar suas rendas permanentes. Incorporando esse insight de duplicidade dos agentes econômicos, 90% de devedores mais pobres e 10% de poupadores mais ricos, os coautores apontam as tendências recentes de desigualdade de renda e liberalização financeira levarem à demanda endividada das famílias, reduzindo as taxas de juros naturais.
Além disso, políticas expansionistas populares – como política monetária acomodatícia e gasto público deficitário – geram um boom de curto prazo, financiado por dívida, às custas de corte da demanda endividada no futuro. Quando a demanda está excessivamente endividada, a economia fica presa em uma armadilha de liquidez, originada na armadilha da dívida. Escapar dessa armadilha exige a consideração de novos fatores macroeconômicos e menos políticas econômicas padronizadas, dando lugar às políticas sociais ativas, focadas na redistribuição de renda ou redutoras das fontes estruturais de alta desigualdade da riqueza.
Download do Texto para Discussão: Fernando Nogueira da Costa – Grande Depressão Deflacionária – junho 2020
Grande Depressão Deflacionária publicado primeiro em https://fernandonogueiracosta.wordpress.com
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