segunda-feira, 22 de junho de 2020

Grande Depressão Deflacionária

Atif Mian (Princeton University) e Amir Sufi (University of Chicago) propõem uma Teoria da Demanda Endividada, cuja ideia-chave é grandes dívidas sobrecarregarem as famílias e os governos, diminuindo a demanda agregada e, portanto, as taxas de juros naturais. No centro dessa teoria está a observação simples, porém subestimada, de tomadores de empréstimo e poupadores diferirem em suas propensões marginais a economizar suas rendas permanentes. Incorporando esse insight de duplicidade dos agentes econômicos, 90% de devedores mais pobres e 10% de poupadores mais ricos, os coautores apontam as tendências recentes de desigualdade de renda e liberalização financeira levarem à demanda endividada das famílias, reduzindo as taxas de juros naturais.

Além disso, políticas expansionistas populares – como política monetária acomodatícia e gasto público deficitário – geram um boom de curto prazo, financiado por dívida, às custas de corte da demanda endividada no futuro. Quando a demanda está excessivamente endividada, a economia fica presa em uma armadilha de liquidez, originada na armadilha da dívida. Escapar dessa armadilha exige a consideração de novos fatores macroeconômicos e menos políticas econômicas padronizadas, dando lugar às políticas sociais ativas, focadas na redistribuição de renda ou redutoras das fontes estruturais de alta desigualdade da riqueza.

Download do Texto para DiscussãoFernando Nogueira da Costa – Grande Depressão Deflacionária – junho 2020

Grande Depressão Deflacionária publicado primeiro em https://fernandonogueiracosta.wordpress.com



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