O Novo Duster finalmente chegou ao Brasil e traz muitas novidades, continuando aquele veículo robusto e pronto para a realidade nacional.
Projeto de baixo custo da Dacia, o Novo Duster 2021 evoluiu bastante em relação ao anterior, mas continua a ser um carro simples e prático.
Ainda devendo em desempenho, melhorou um pouco em economia, fruto da ajuda do CVT. Custando R$ 90.690 na versão Iconic, completo chega a R$ 96.390.
Coincidentemente em relação ao Sandero Intense 1.6 CVT que avaliamos, ele custa exatos R$ 30.000 a mais, usando mesmo motor e câmbio, com números diferentes, é claro.
Como uma opção para “bater” no dia a dia, o Duster 2021 reúne vantagens e desvantagens consideráveis que compõem seu custo-benefício.
Por fora…
Sem firulas, o Novo Duster é aquele carro honesto em sua proposta. Mesmo com as mudanças, não promete o que não pode cumprir.
Nisso, a frente mais envolvente passa uma boa impressão, ainda mais com as luzes em LED, mas suas formas focadas no baixo custo mostram que sua essência continua.
Lanternas em LED quadradas, colunas grossas, maçanetas simples e aquele ar de viatura, não escondem sua origem, mas o Duster 2021 também agrada por ter cara robusta.
Isso vem reforçado com o pacote Outsider com o “chifre” dotado de faróis auxiliares na frente. A suspensão alta não dá brecha às mais terríveis lombadas ou o que vier por aí.
Barras no teto, rodas com desenho esportivo e aro 17, para-choques reforçados, apliques laterais e até escape cromado, enfeitam um carro que nasceu rústico para o dia a dia.
Por dentro…
Se por fora o Novo Duster parece ter evoluído pouco para manter sua aparência de resistente, dentro ele se torna o Renault com ambiente mais interessante no Brasil neste momento.
Só aquele ar condicionado digital com displays nos botões já surpreende de início. O desenho do painel também deixa a rusticidade para trás no Duster, com boa proporção nas formas.
O cluster analógico com computador de bordo centralizado (com comandos no volante) tem boa visualização e agrada, bem como o volante de novo padrão da Renault.
Ele agora traz o piloto automático com limitador, que felizmente saiu de entre os bancos, embora tenha deixado sua marca por lá (a capa do botão continua).
Tem regulagem de profundidade e altura, mas ainda fica a sensação de que está longe para motorista de estatura alta. Na coluna, a conhecida haste de mídia, telefonia e volume.
A multimídia com Android Auto e CarPlay é bem intuitiva e tem perfis para diferentes motoristas. Ela traz um sistema de câmeras nos quatro lados do carro, mas sem fundi-las.
Você escolhe o que deseja ver individualmente. Ele não é um sistema tradicional de 360 graus. Com botão de partida, o Novo Duster Iconic chama atenção por outra coisa.
A chave é presencial, mas nas maçanetas não há botões ou sensores de toque. Basta chegar a meio metro do carro para destrava-lo. Ao sair, uns 2 metros bastam para ele se fechar todo.
Isso, sem dúvida, limpa o visual do Duster de botões aparentes e de sensores físicos caríssimos. O SUV da Renault também vem com alerta de ponto cego, o que é muito bom.
O acabamento das portas dianteiras melhorou um pouco, mas, atrás o visual é o esperado no Duster (não deveria ser assim), sem qualquer tecido.
Os bancos têm revestimento em couro e com visual personalizado, custando R$ 1.700 (cobrado 2 vezes no configurador), somando então aos R$ 2.300 já pagos pelo Outsider Pack.
A alavanca de câmbio está em boa posição, assim como o motorista, com exceção da distância ao volante em condutor alto. Falando nisso, nesse ponto, o Duster decepciona.
Atrás, o espaço não condiz com os 4,37 m de comprimento e 2,67 m de entre eixos. Novamente, apontamos que a culpa está no porta-malas com seus amplos 475 litros.
Para ter tudo isso, numa plataforma de assoalho raso, ele empurrou o banco traseiro para a frente.
Assim, o assento se aproxima bem dos lugares da frente, sobrando pouco espaço para pernas. Pelo menos a densidade dos bancos não é cansativa e o motorista tem um bom apoio de braço também.
Bom, dessa forma, fica fácil elogiar o bagageiro com tanto espaço, bem acima da concorrência. Contudo, o estepe continua lá embaixo, do lado de fora.
Por ruas e estradas…
O Novo Duster 2021 é tão grande quanto o anterior, tendo linhas robustas e um bom peso de 1.279 kg nessa versão. Para tudo isso, um motor mais forte que o 1.6 SCe se faz necessário.
Bem dimensionado para um Sandero Intense, o quatro cilindros da Renault é pouco para o utilitário esportivo. Ainda sem o prometido 1.3 TCe de 160 cavalos, é o que tem para hoje.
Seus 118 cavalos na gasolina e 120 cavalos no etanol, são diferenciais dele para o hatch, ambos a 5.500 rpm.
O torque é apenas 0,2 kgfm acima do Sandero, ficando em 16,2 kgfm. Ele aparece também nos dois combustíveis e na mesma rotação: 4.000 rpm.
Acoplado ao câmbio CVT X-Tronic da Nissan, o 1.6 SCe acaba entregando menos do pouco que já tem. Embora as saídas sejam até espertas, basta subir um pouco mais o giro e, nessa altura, pronto…
Lá se vai agilidade e as respostas começam a ficar lentas. Deslizando bem acima dos 2.000 rpm, a combinação SCe + CVT produz sensação que não é boa.
Para uma condução moderada, o conjunto motriz até que não é ruim, mas ultrapassagens e retomadas exigem giros elevados.
Eles vêm com um ruído de motor indesejável, sem ter a resposta esperada. Basta uma pisada pouco mais forte para o ponteiro estar entre 3.000 e 4.000 rpm.
Subidas longas e pouco íngremes também movem a rotação para cima de 3.000 rpm. Se fosse um 1.3 TCe com aquela cavalaria citada, certamente ele responderia muito melhor.
Na estrada, ele fica manso aos 2.000 rpm com 110 km/h. Por isso, mesmo com álcool no tanque, ele fez bons 10,1 km/l. No circuito urbano, conseguimos 7,5 km/l.
Diante dos fatos, até que não está ruim. O CVT, como já dito, ajuda muito para manter a linearidade no funcionamento do propulsor 1.6 16V.
O Start&Stop é outro auxílio que funciona muito bem. Você ainda pode contar com o modo Eco para tentar melhorar a coisa.
Se desejar, pode tentar a sorte nas mudanças manuais, explorando mais o motor, mas com CVT, não dá para ir muito longe nesse sentido.
Não adiantariam paddle shifts, afinal, não teria de onde tirar fôlego extra para fazer a diferença numa condução mais esportiva.
Então, o Novo Duster continua focando no dia a dia de quem quer um carro sem pretensão de performance.
Com direção elétrica firme, o Novo Duster melhorou muito na dirigibilidade, com um conjunto mais “na mão”. Os freios também atuam bem e sem surpresas.
Já a suspensão é aquilo, firme e pouco convidativa para quem quer conforto maior. Ele aguenta bem a buraqueira nacional e passa a (boa) impressão de que não tem tempo ruim.
Transmite uma parte do que enfrenta no dia a dia, isso é verdade, mas quem busca o Novo Duster, sabe que o caminho a seguir não é para qualquer “SUV”.
A filtragem de algumas irresponsabilidades do alheio (poder público), até que passa bem na nova geração do Renault.
O conjunto tem boa altura, passando fácil por lombadas das mais horripilantes ou valetas bem acentuadas. Com bom curso, a suspensão transmite segurança dentro e fora da estrada.
Nesta última, se comporta firme, apesar do deslocamento da pesada carroceria, mas nada que incomode.
O Novo Duster vem com controles de tração e estabilidade, assim como de rampa, mas peca em ter apenas dois airbags em pleno 2020.
Então, novamente sem firulas, o SUV romeno não se intimida com um meio urbano largado, BR da vida ou aquele caminho ruim para o sítio. Nisso, a evolução do Duster não precisou se alterar.
Por você…
A versão Iconic com pacote Outsider e bancos em couro tem um preço bem próximo da barreira psicológica (e principalmente financeira) dos R$ 100 mil. É um preço alto, é claro.
Antes de receber a crítica, porém, é preciso entender que o Duster não é um carro cosmético, apesar de a Renault tentar com o Outsider, mas um rústico eslavo, pensado para a dureza cotidiana.
Ele também não tem a pretensão de ser um off roader, embora tivesse a tração 4×4 na geração anterior. Mesmo assim, continua apto a enfrentar o mau caminho.
Isso, no entanto, não justifica seu valor. O mercado nacional possui preços tão irreais que o Duster é só mais um a sofrer com isso.
No mercado, pelo menos, ele já teve uma resposta boa, mesmo sob quarentena. Imagine se não tivéssemos restrições?
Feito para ser simples, robusto e confiável, este Renault vale para quem precisa de um intermediário entre esses dois extremos.
Medidas e números…
Ficha Técnica do Renault Duster Iconic 1.6 CVT 2021
Motor/Transmissão
Número de cilindros – 4 em linha, flex
Cilindrada – 1.597 cm³
Potência – 118/120 cv a 5.500 rpm (gasolina/etanol)
Torque – 16,2 kgfm a 4.000 rpm (gasolina/etanol)
Transmissão – CVT com simulação de seis marchas na alavanca
Desempenho
Aceleração de 0 a 100 km/h – 12,4 segundos (etanol)
Velocidade máxima – 173 km/h (etanol)
Rotação a 110 km/h – 2.000 rpm
Consumo urbano – 7,5 km/litro (etanol)
Consumo rodoviário – 10,1 km/litro (etanol)
Suspensão/Direção
Dianteira – McPherson/Traseira – Eixo de torção
Elétrica
Freios
Discos dianteiros e traseiros com ABS e EDB
Rodas/Pneus
Liga leve aro 17 com pneus 215/60 R17
Dimensões/Pesos/Capacidades
Comprimento – 4.376 mm
Largura – 1.832 mm (sem retrovisores)
Altura – 1.693 mm
Entre eixos – 2.673 mm
Peso em ordem de marcha – 1.279 kg
Tanque – 50 litros
Porta-malas – 475 litros
Preço: R$ 96.390 (versão avaliada)
Renault Duster Iconic 1.6 CVT 2021 – Galeria de fotos
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