Ray Dalio acredita três forças principais conduzirem a maior parte da atividade econômica:
1) o crescimento da produtividade além da linha de tendência,
2) o ciclo da dívida em longo prazo e
3) o ciclo da dívida em curto prazo.
Figurativamente falando, eles se parecem com os mostrados acima.
O que se segue em seu livro é uma explicação de todas essas três forças. Mostra como, sobrepondo o arquétipo de ciclo da dívida em curto prazo ao topo do ciclo arquetípico da dívida de longo prazo, há a sobreposição de ambos à produtividade.
Na linha de tendência, pode-se derivar um bom modelo para rastrear a maioria dos movimentos econômicos de mercado. Enquanto essas três forças se aplicam às economias de todos os países, neste estudo, Dalio examina a economia dos EUA nos últimos 100 anos como um exemplo para transmitir o modelo. Este modelo mostrará tudo o que Dalio tem a dizer.
Sempre quando começa a falar sobre ciclos, particularmente a variedade de longo prazo, os ouvintes levantam as sobrancelhas e têm reações semelhantes às esperadas se Dalio estivesse falando sobre astrologia. Por esse motivo, antes dele começar a explicar esses dois ciclos de dívida, gostaria de dizer algumas coisas sobre os ciclos em geral.
Um ciclo nada mais é do que uma sequência lógica de eventos capaz de levar a um padrão repetitivo. Em um mercado econômico, ciclos de expansões no crédito e contrações no crédito conduzem a ciclos econômicos e ocorrem por razões perfeitamente lógicas. Cada sequência não está pré-destinada a repetir exatamente da mesma maneira nem a tomar exatamente a mesma quantidade de tempo, embora os padrões sejam semelhantes, por razões lógicas.
Por exemplo, se você entende o jogo Monopoly®, você pode entender muito bem os ciclos econômicos e de crédito. No início do jogo de Monopoly®, as pessoas têm muito dinheiro e poucos hotéis, e vale a pena converter dinheiro em hotéis. Aqueles que têm mais hotéis ganham mais dinheiro. Vendo isso, as pessoas tendem a converter o máximo de dinheiro possível em propriedades para lucrar fazendo outros jogadores lhes darem dinheiro.
Assim, à medida que o jogo avança, mais hotéis são adquiridos, o que cria mais necessidade de dinheiro (para pagar as contas de desembarque na propriedade de outra pessoa com vários hotéis) ao mesmo tempo quando muitas pessoas gastam seu dinheiro para comprar hotéis. Quando são pegos precisando de dinheiro, elas são forçadas a vender seus hotéis a preços com desconto.
Quando está no início do jogo, “a propriedade é rei” e mais tarde no jogo, “o dinheiro é rei”. Os melhores jogadores entendem como manter a combinação certa de propriedades e dinheiro, pois essa combinação certa muda ao longo do jogo.
Agora, vamos imaginar como esse jogo Monopoly® funcionaria se mudássemos o papel do banco para de modo ele poder fazer empréstimos e receber depósitos. Os jogadores poderiam então emprestar dinheiro para comprar hotéis e, em vez de manter seu dinheiro à toa, eles o depositavam no banco para obter juros, o que daria ao banco mais dinheiro para emprestar.
Vamos imaginar também os jogadores deste jogo poderem comprar e vender propriedades um do outro, dando um ao outro crédito, ou seja, prometendo dar mais dinheiro (juros) em uma data posterior. Se o Monopoly® fosse jogado dessa maneira, seria fornecedor de um modelo quase perfeito para o modo como nossa economia opera.
Haveria mais gastos em hotéis, financiados com promessas de entrega de dinheiro posteriormente. O montante devido rapidamente aumentaria para múltiplos da quantidade de dinheiro existente, os preços dos hotéis seriam mais altos e a escassez de caixa dos devedores possuidores de hotéis se tornariam maiores no futuro. Assim, os ciclos se tornariam mais pronunciados.
O banco e aqueles poupadores, tendo depositado seu dinheiro, também teriam problemas quando a incapacidade de multiplicar o dinheiro necessário causar saques do banco ao mesmo tempo quando os devedores não conseguiram dinheiro para pagar ao banco. Basicamente, os ciclos econômico e de crédito funcionam dessa maneira.
Agora, veremos como os ciclos de crédito, tanto os ciclos de dívida de longo prazo, quanto os de dívida de curto prazo, influenciam os ciclos econômicos. Mas primeiro precisamos entender algumas noções básicas de como dinheiro e crédito funcionam em uma economia de mercado.
Modelo das Três Grandes Forças publicado primeiro em https://fernandonogueiracosta.wordpress.com
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