quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Citroen Xsara: história, modelos, motores e a perua Xsara Break

Citroen Xsara: história, modelos, motores e a perua Xsara Break

Houve uma época em que a Citroën tinha um portfólio de carros mais tradicionais e um desses produtos era o Citroen Xsara, que chegou ao Brasil no fim da década de 90, trazendo sua perua.

O modelo seguiu a linha do anterior ZX, abrindo caminho para os sucessores C4 e C4 Pallas, utilizando um recurso revolucionário para a época, mas que se mostrou problemático ao longo do tempo.

O Citroen Xsara chegou ao Brasil em 1998 com três versões, incluindo uma esportiva com bom desempenho. Além disso, viu a perua Break chegar logo depois e ganhou algumas opções interessantes no mercado.

De porte médio, o produto não ousava tanto quanto o irmão maior, o Xantia, que tinha a famosa suspensão hidropneumática Hydractiv.

Citroen Xsara: história, modelos, motores e a perua Xsara Break

Infelizmente, o tempo passou muito rápido para o Citroen Xsara no Brasil, que saiu de cena em 2003 após 25.864 unidades vendidas.

Com sua saída, abriu-se uma lacuna enorme do portfólio da Citroën, que só foi preenchido em 2007 com o C4 Pallas e no ano seguinte com o hatch C4.

Entretanto, a maior proeza da família do Citroen Xsara foi criar um legado que durou uma década após seu fim no país. Neste caso, trata-se da minivan Citroen Xsara Picasso, que foi produzida no país.

Citroen Xsara

Citroen Xsara: história, modelos, motores e a perua Xsara Break

O Citroen Xsara era um carro médio da marca francesa, lançado em 1997 na Europa. Embora fosse o sucessor do ZX, ele mantinha a mesma plataforma do modelo anterior, um meio-irmão do Peugeot 306.

Criado sob uma carroceria elegante, o modelo tinha forma de hatchback com duas ou quatro portas, além de perua de quatro portas, chamada Break. O francês não ousava nas formas, mas assim como todo Citroen, trazia alguma novidade.

Esta era a CATT, um sistema de eixo traseiro direcional, função que os franceses gostam até hoje (leia-se geração atual do Renault Megane), mas sendo conservador nos motores.

Fabricado na França, o Citroen Xsara teve duas linhas de montagem na Espanha, uma na China, outra no Egito e até no vizinho Uruguai.

Citroen Xsara – estilo

Citroen Xsara: história, modelos, motores e a perua Xsara Break

Quando chegou ao Brasil, o Citroen Xsara era bem recente e veio nas versões GLX e Exclusive, que eram equipadas com motor 1.8 16V, enquanto a esportiva VTS tinha propulsor 2.0 16V.

A carroceria de duas portas podia ser adquirida na GLX e, exclusivamente, na VTS. Assim, o hatch francês chegou ao mercado nacional.

Visualmente, o Citroen Xsara tinha linhas bem equilibradas e até certo ponto, conservadoras. Fiel aos hatchbacks da marca parisiense, o modelo tinha frente baixa com capô vincado triplamente, integrando também a grade.

Nesta, o duplo chevron da Citroen estava presente de forma discreta. Os faróis duplos incorporavam os piscas e tinham desenho fluído.

Citroen Xsara: história, modelos, motores e a perua Xsara Break

O para-choque era integrado e tinha um bumper preto bem destacado e que dominava toda a parte superior da peça. A impressão de proteção contra pequenas batidas e arranhões era compartilhada pelos protetores laterais e para-choque traseiro.

Faróis de neblina bem desenhados se harmonizavam com a grade inferior. Havia ainda um pequeno spoiler sob o para-choque. O nome “Xsara” vinha nos borrachões laterais, enquanto os para-lamas tinham repetidores de direção.

Retrovisores pequenos na cor do carro e maçanetas embutidas formavam o conjunto lateral, que ainda tinha portas traseiras amplas, graças ao bom entre eixos.

As colunas C eram largas e a vigia caía sobre uma pequena extensão da carroceria, formando um conjunto que lembrava muito o Ford Escort da época, que estava saindo de cena.

Citroen Xsara: história, modelos, motores e a perua Xsara Break

Aliás, tal como esse, o Citroen Xsara portava também um limpador traseiro, incluindo lavador e desembaçador do vidro. A tampa tinha uma pequena proeminência e portava luzes auxiliares de freio na parte central.

Ela também levava a placa de identificação e os nomes Citroen e Xsara, sendo moldada lateralmente pelas lanternas compactas e de desenho harmônico.

Com exceção do bumper preto, o para-choque traseiro era até que bem limpo visualmente, tendo apenas um recorte para o cano de escape.

Por dentro, o Citroen Xsara tinha um ambiente espaçoso e aconchegante, tendo painel com formas arredondadas e voltada para o condutor.

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Os difusores de ar integrados seguiam a mesma linha, enquanto havia espaços definidos para airbag do passageiro e porta-luvas, com direito a aplique diferenciado na fechadura.

O rádio com CD player era integrado de 1din, tendo seu visor em uma tela acima. Ele tinha controles no volante, que mais pareciam botões de vidros elétricos…

Aliás, o volante tinha airbag do motorista e ajuste em altura. O Citroen Xsara tinha ainda ar condicionado manual e botões dos vidros elétricos, estranhamente menores que os citados do volante, na parte inferior do console.

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O cluster era analógico com velocímetro, conta-giros, nível de combustível e temperatura da água. Os bancos tinham bom acabamento e padronagem jovial.

O Citroen Xsara tinha ainda freios ABS, direção hidráulica, travas elétricas e retrovisores elétricos, além dos itens já citados.

Com 4,167 m de comprimento, 1,698 m de largura, 1,401 m de altura e 2,540 m de entre eixos, o modelo tinha 408 litros no porta-malas e mais 54 no tanque de combustível.

Xsara VTS

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Com duas portas, o Citroen Xsara VTS até que era um carro discreto para um esportivo que realmente andava no fim dos anos 90. Seu visual era bem limpo e não havia elementos estéticos exagerados.

Na frente, o único diferencial era um spoiler mais pronunciado na parte inferior do para-choque, que era igual ao das demais versões. A grade tinha apenas um friso cromado, como no Exclusive.

Diferente dos demais, que tinham rodas de liga leve aro 14 polegadas com pneus 185/65 R14, o Citroen Xsara VTS tinha rodas de liga leve aro 15 polegadas com desenho mais esportivo e pneus 195/55 R15.

Elas formavam lâminas que identificavam o VTS em qualquer lugar. Além disso, o esportivo francês tinha borrachões laterais com a sigla da versão.

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Com duas portas grandes, o Citroen Xsara nessa carroceria tinha linha de cintura que se elevava suavemente em direção à extensão da traseira. As janelas laterais eram amplas e basculantes, enquanto as colunas C eram mais estreitas e elegantes.

No teto, havia vidro com abertura elétrica e antena frontal, como nos demais. Na traseira, o Xsara VTS chamava atenção pelo aerofólio pouco elevado, mas esteticamente interessante. As lanternas tinham a parte central escurecidas.

O escape não era projetado para fora e nem cromado, criando um visual estranho com o recorte aparentemente vazio no para-choque.

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Outra exclusividade era a suspensão alguns milímetros mais baixa e os freios reforçados, sendo discos nas quatro rodas, como nos demais.

Por dentro, o Citroen Xsara VTS tinha bancos mais esportivos, acabamento diferenciado e volante em couro. O modelo tinha como maior diferencial, o motor 2.0 16V de 167 cavalos.

Atualização

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Em 2001, o Citroen Xsara recebeu um facelift de meia vida. Hatchback e perua ganharam um layout inspirado no C5 e na minivan Picasso, ganhavam faróis complexos de formato amendoado e grade estilizada com duplo chevron ampliado.

Os para-choques ficaram mais envolventes e agora em cor única, além dos borrachões laterais. As rodas de liga leve aro 15 polegadas tinham cinco raios e aparência bem elegante, parecendo maiores do que realmente eram.

O ambiente ganhou novas texturas e tonalidades, além de um novo volante de quatro raios, sem os comandos anteriores, agora resumidos a uma haste na coluna de direção.

Citroen Xsara: história, modelos, motores e a perua Xsara Break

O Citroen Xsara trocou o motor 1.8 16V pelo 1.6 16V na versão GLX, enquanto o 2.0 16V com câmbio automático ficava mais potente: 138 cavalos.

Em 2002, entra a versão Paris no lugar da Exclusive, também com motor 2.0 16V de 138 cavalos, mas o VTS passava a ter essa mesma opção, não dispondo mais do 1.8 16V desde o ano anterior.

No ano seguinte, apenas o Citroen Xsara GLX 1.6 16V automático, estava disponível e assim saiu de cena, junto com a perua Break.

Citroen Xsara – motores

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O Citroen Xsara chegou com motor 1.8 16V nas versões GLX e Exclusive. Esse propulsor era o XU7 de 1.761 cm3 e que tinha duplo comando de válvulas no cabeçote, acionados por correia dentada.

Ele entregava 112 cavalos a 5.500 rpm e 16,1 kgfm a 4.250 rpm. A transmissão era manual de cinco marchas e o hatchback ia de 0 a 100 km/h em 10,7 segundos com máxima de 195 km/h.

O consumo médio na cidade era de 7,2 km/l, ruim, mas fazia na estrada 13,5 km/l. Ele pesava 1.100 kg.

Já no Citroen Xsara VTS, o propulsor 2.0 16V era o XU10J4RS, que também tinha injeção multiponto e entregava 167 cavalos a 6.500 rpm e 20,1 kgfm a 5.500 rpm.

Citroen Xsara: história, modelos, motores e a perua Xsara Break

Com 1.998 cm3, ele fornecia a energia necessária para o esportivo atingir os 100 km/h em excelentes 6,9 segundos e atingir 225 km/h, usando um câmbio manual de cinco marchas curtas. Fazia 14 km/l na estrada e 7,3 km/l na cidade.

Em 1999, o Citroen Xsara Exclusive ganha câmbio automático de 4 marchas com motor 2.0 16V de 126 cavalos a 5.500 rpm e 18,7 kgfm a 4.200 rpm, indo assim de 0 a 100 km/h em 11,9 segundos com máxima de 192 km/h.

Dois anos depois, o 1.8 16V dava adeus e em seu lugar, chegava o 1.6 16V usado pelo Xsara Picasso. O TU5JP4 tinha 1.587 cm3 e entregava 110 cavalos a 5.750 rpm a 5.750 rpm e 15,3 kgfm a 4.000 rpm.

Citroen Xsara: história, modelos, motores e a perua Xsara Break

Oferecido com câmbio manual de cinco marchas ou automático com quatro velocidades, o Citroen Xsara nesse último caso, ia de 0 a 100 km/h em 14,2 segundos e tinha máxima de 192 km/h.

Na outra ponta, o 2.0 16V pulava para 138 cavalos a 6.000 rpm e 20 kgfm a 4.100 rpm. A Citroen Xsara Break fazia de 0 a 100 km/h em 11,7 segundos nesse caso, mas a final era de 207 km/h.

O 2.0 16V de 167 cavalos morreu. Os motores maiores eram inclinados para trás, de modo a reduzir o centro de gravidade.

CATT

Citroen Xsara: história, modelos, motores e a perua Xsara Break

A designação é brasileira – só foi usada aqui – mas a tecnologia é 100% francesa. O sistema CATT é o famoso eixo autodirecional da PSA, que equipou o Citroen Xsara.

Usando um eixo com barras de torção e braços semi-arrastados, o sistema utiliza um conjunto de buchas elásticas, que se deformavam diante do deslocamento de peso da carroceria em curvas.

Essa deformação programada, fazia com que o ângulo das rodas traseiras seguisse a mesma direção das dianteiras, mas em muito menor grau.

O efeito era apenas o suficiente para que a traseira do Citroen Xsara ficasse mais dentro da curva, garantindo maior estabilidade, conforto e segurança.

Citroen Xsara: história, modelos, motores e a perua Xsara Break

 

Quando rodando em linha reta, as buchas retornavam às posições originais, mantendo as rodas traseiras centradas novamente. Apesar da revolução em dirigibilidade, o CATT apresentava alguns inconvenientes.

Com o passar do tempo, essas buchas perdiam suas propriedades elásticas e geravam problemas no posicionamento das rodas, o que ocasionava desgaste prematuro dos pneus.

O desgaste dos mancais do eixo também era outro problema, sendo obrigatório a substituição do mesmo.

Familiar Break

Citroen Xsara: história, modelos, motores e a perua Xsara Break

Com 4,350 m de comprimento, 1,700 m de largura, 1,400 m de altura e 2,540 m de base, a perua Citroen Xsara Break era a variante familiar do hatchback francês no Brasil.

Até as colunas C, incluindo as portas traseiras, ela era exatamente igual ao hatch, porém, acrescentava a extensão traseira familiar, que vinha com vigias inclinadas.

As colunas D eram estreitas e a tampa do bagageiro era ampla, descendo até o meio do para-choque, que era exclusivo dela. Com 517 litros apenas no bagageiro, ela completava a família do Xsara.

A Break chegou em 1999 nas versões GLX e Exclusive, ambas com motor 1.8 16V. Com barras no teto discretas, ela ganhou opção 2.0 16V com câmbio automático na versão mais cara e atualização visual de meia vida em 2001.

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