quarta-feira, 23 de outubro de 2019

F1000 4×4: detalhes de versões, motorização, equipamentos e detalhes

 

F1000 4x4: detalhes de versões, motorização, equipamentos e detalhes

Em 1992, a Ford abandona uma carroceria de 20 anos com a nova geração de sua picape no Brasil, que trouxe posteriormente a F1000 4×4.

A disputa de força com a General Motors foi bem interessante no começo dos anos 90, onde já pairava a ameaça de picapes importadas.

Ainda assim, confiando plenamente em seu produto, provado e aprovado no mercado nacional, a Ford mudou para um modelo que se assimilou à F-150 americana da época.

Dois anos depois de impactar o mercado com uma F1000 de design realmente atual – uma geração inteira vivenciou apenas o modelo de 1971 – chega a opção mais radical.

F1000 4x4: detalhes de versões, motorização, equipamentos e detalhes

A F1000 4×4 chegou em 1994, sendo uma das duas novidades da picape grande da Ford, que trazia ainda a Supercab, que era a cabine estendida.

Com a tração 4×4, o modelo feito em São Bernardo do Campo-SP agora estava apto a enfrentar a rudeza das estradas de terra perdidas no imenso interior do país.

Além de atuar com mais valentia na zona rural, a F1000 4×4 colocaria a picape da Ford em evidência diante dos erros da Chevrolet D20 4×4 de 1990.

Passando por um facelift e mudança de mecânica, a picape com tração nas quatro rodas foi um dos últimos alentos de um modelo histórico, que foi substituído pela F-250 nos anos 2000.

F1000 4×4

F1000 4x4: detalhes de versões, motorização, equipamentos e detalhes

Na linha 1995, a F1000 4×4 chegava em versão de cabine simples, tendo um estilo semelhante ao da F-150 americana. Ainda bem “raiz”, a picape tinha um aspecto bem mais moderno que a geração anterior.

Com forma geral mais quadrada e dotada de menos vincos pronunciados, a F1000 4×4 tinha um capô longo e envolvente, com três vincos proeminentes.

A frente bem retangular tinha faróis quadrados com piscas separados em cor laranja. A grade de plástico preto era retangular e simples, portando o logotipo da Ford.

Para dizer a todo mundo que era 4×4, a picape ganhou logotipo alusivo abaixo do farol esquerdo. Bem poderia ter sido dentro da grade, o que a deixaria mais harmônica.

F1000 4x4: detalhes de versões, motorização, equipamentos e detalhes

O para-choque em um tom de cinza com protetor emborrachado não era muito imponente, deixando o visual mais leve. Nas laterais, que tinham apenas um vinco na altura do corte do capô, havia muitas faixas.

A faixa decorativa superior tinha cores laranja e preta, sendo que a pintura que envolvia as saias de rodas e a parte inferior da carroceria também era preta.

Além do logotipo F1000 4×4 nas bordas do capô, a picape tinha ainda seu nome estampado em letras garrafais em quase toda a extensão da carroceria. Ou seja, era para ser reconhecida de muito longe…

Os retrovisores eram pretos, assim como as maçanetas. A caçamba tinha três ganchos fixos para amarração de carga de cada lado, enquanto em seu interior, o compartimento levava um estepe em pé e um santantônio simples.

F1000 4x4: detalhes de versões, motorização, equipamentos e detalhes

As rodas da F1000 4×4 chamavam atenção pelos enormes cubos centrais no eixo dianteiro, com rodas estilizadas de aro 15 polegadas com pneus todo-terreno 255/75 R15.

Por dentro, ela tinha um painel muito mais moderno que o da geração antiga, parecido com o de um automóvel. Bem completo, o quadro de instrumentos chamava atenção.

Dividido em quatro partes, o cluster tinha velocímetro e conta-giros nos mostradores maiores, à direita. Na esquerda, ficavam dois conjuntos com nível de combustível, temperatura da água, manômetro do óleo e voltímetro.

Com instrumentação clássica, a F1000 4×4 tinha um conjunto central com ar condicionado dotado de comandos horizontais, além de sistema de áudio com toca-fitas e código de segurança.

Dois difusores de ar serviam exclusivamente o motorista, enquanto outros eram para os dois passageiros. Com volante de dois raios, a picape da Ford mantinha a alavanca de câmbio no assoalho e bem centralizada.

F1000 4x4: detalhes de versões, motorização, equipamentos e detalhes

A haste, no entanto, era inclinada na direção do condutor para facilitar a troca de marchas. Porém, para a época no Brasil, havia algo inovar no painel da F1000 4×4.

Embora ainda como opcional, havia o seletor de mudança de tração de forma elétrica, através de um botão no painel. Era o primeiro sistema de tipo em uma picape nacional.

Assim, dispensando a clássica alavanca – que perduraria por muitos anos ainda em modelos como a L200, por exemplo – a F1000 4×4 mostrava um nível de modernidade muito bom.

O habitáculo tinha ainda banco do motorista ajustável e banco inteiriço para duas pessoas ao lado. A picape tinha ainda direção hidráulica.

Atualização

F1000 4x4: detalhes de versões, motorização, equipamentos e detalhes

Em 1996, a F1000 4×4 foi atualizada pela Ford em conformidade com a F-150 americana. Assim, a frente ficou mais arredondada e esteticamente atraente.

Os faróis, agora retangulares, se fundiam com lentes laterais, que serviam agora de lanternas, visto que os piscas passaram para a parte inferior, numa lente única.

A grade de acabamento prateado tinha molduras nas laterais internas que direcionavam o fluxo de ar direto ao radiador. Os para-choques metalizados com protetores, quase se harmonizavam com os friso pretos laterais.

As lanternas verticais continuaram lentes claras e a caçamba manteve o estepe em pé e o santantônio com proteção da vigia. Em 1998, além do motor 4.3 mais potente, a F1000 4×4 saiu de cena junto com essa geração para dar lugar a F-250.

Motor e tração 4×4

F1000 4x4: detalhes de versões, motorização, equipamentos e detalhes

De porte grande, a F1000 4×4 media 5,060 m de comprimento, 1,890 m de largura, 1,830 m de largura e 2,967 m de entre eixos. Ela tinha uma caçamba com 1.125 litros e enorme tanque de 110 litros.

Pesando 2.302 kg, a picape 4×4 tinha ainda capacidade para 998 kg, 2 kgf a menos que o limite mínimo de 1.000 kg, de acordo com a lei que rege parte dos veículos diesel.

Tal como a versão 4×2, ela mantinha a clássica suspensão Twin-I-Beam, assim como o eixo traseiro rígido. O conjunto dianteiro tinha molas helicoidais e amortecedores, enquanto atrás era feixe de molas semi-elípticas e amortecedores.

Com freios dianteiro a disco e traseiro a tambor, a F1000 4×4 tinha sistema de tração opcionalmente com acionamento elétrico por meio de botão, onde havia opção 4×4 e 4×4 com reduzida.

A roda livre dianteira era automática, um conforto enorme sobre sistemas 4×4 mais antigos. O 4×4 só podia ser engatado até 80 km/h, enquanto a reduzida, somente com o veículo parado.

F1000 4x4: detalhes de versões, motorização, equipamentos e detalhes

Essa caixa de redução tinha relação de 2,96:1. Com 50 mm a mais de altura livre do solo, a suspensão da F1000 4×4 garantia robustez e confiança no fora de estrada.

O motor diesel era o MWM D-229-4 de 92 cavalos a 3.000 rpm e 29 kgfm a 1.600 rpm, além de câmbio manual de cinco marchas. Demorava eternos 28 segundos para chegar a 100 km/h e não passava de 123 km/h.

Entretanto, havia a opção turbo diesel, que entregava 122,4 cavalos a 2.800 rpm e 37 kgfm a 1.600 rpm, que permitia à F1000 4×4 fazer o mesmo em 17 segundos e com 144 km/h de final.

Na estrada fazia 11,5 km/l e tinha autonomia de 1.265 km com o tanque enorme.

Tudo parecia ir pelo caminho certo, até que em 1996, a Ford trocou o MWM D-229-4 pelo mais moderno Iocxhpe-Maxion HSD 2.5 turbo diesel de 115 cavalos a 4.000 rpm e 27 kgfm a 1.800 rpm.

F1000 4x4: detalhes de versões, motorização, equipamentos e detalhes

Esse propulsor não foi usado na F1000 4×4, que acabou suspensa por um tempo. Porém, em 1998, ela retorna com a chegada de seu motor diesel mais potente, o MWM Sprint 4.10T (foto acima) de 135 cavalos a 2.500 rpm e 42 kgfm a 1.600 rpm.

Apesar de ser bem forte, ele só levava a picape de 0 a 100 km/h em 20 segundos e com final de 144 km/h. De qualquer forma, seu tanque de 110 litros proporcionava autonomia teórica de 1.320 km.

Isso permita ao modelo ir de Rondonópolis-MT até São Paulo sem reabastecer, um feito digno de caminhão extrapesado com bitrem de soja no mesmo percurso!

O peso dessa F1000 4×4 4.3 era de enormes 2.410 kg e com capacidade de carga de 1.040 kg. Isso apenas com cabine simples.

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