O Portal do IE-UNICAMP disponibiliza o Texto para Discussão n. 367, out. 2019 de minha autoria com pesquisa sobre fonte jornalística sobre o debate público atual referente a Juros Negativos, Teoria Moderna da Moeda (MMT) e Risco de Dolarização.
Favor acessar em:
http://www.eco.unicamp.br/images/arquivos/artigos/TD/TD367.pdf
O objetivo neste Texto para Discussão é reunir argumentos em defesa da hipótese de a economia mundial estar em uma fase cíclica de “empurrar corda”, pré-normalização, para posterior retomada de alavancagem financeira em novo ciclo de endividamento. Embora em fase de “desglobalização”, protecionismo e isolacionismo, a economia brasileira, ainda sem ter ultrapassado plenamente a fase de desalavancagem financeira, se subordina ao ciclo econômico de endividamento mundial.
Começo com um estudo de caso real (“laboratório” de economista) para o “dinheiro de helicóptero”: o que acontece quando um helicóptero do Mercado, sob o ordenamento do Estado, irriga liquidez (dinheiro) sobre uma Comunidade para drenar a dor da morte sob a lama com consumismo. Em seguida, analiso a Era dos Juros Negativos. Como fazer a preservação da riqueza financeira acumulada para a aposentadoria sob essa situação?
Deparo-me, depois, diante do fato dos Bancos Centrais não conseguirem mais alcançar a meta inflacionária por ela estar acima da inflação corrente. É necessário (e possível) subir a inflação para o centro da meta? Ou a Autoridade Monetária deveria, em vez disso, se preocupar com a “suavização do ciclo”? Afinal, seu papel histórico principal sempre foi ser “emprestador em última instância” como protetor do sistema financeiro. Hoje deve se tornar “emprestador em primeira instância”?
Cabe aplicar a MMT (Teoria Moderna da Moeda) à prática de emissão (“afrouxamento monetário”) face à velha armadilha da liquidez? Ou a assimetria da política monetária indica isso ser como “enxugar gelo”? Afinal, “você pode levar o cavalo à fonte, mas não pode obrigá-lo a beber, assim como pode dar liquidez à economia, mas não consegue expandi-la”. O risco de uma aplicação inadvertida de uma teoria a um tempo e um lugar inadequado, por exemplo, uma economia periférica, é ter um efeito cambial, levando à excessiva depreciação da moeda nacional e até mesmo à dolarização, caso a reserva cambial não suporte o ataque especulativo.
Na conclusão, analiso o impacto político do efeito desespero. Além do desemprego cíclico, atualmente, se soma o desemprego tecnológico. Esse contexto impulsiona o apelo ao populismo de direita autoritário contra a democracia liberal. Para evitar líderes conservadores dizendo “falar em nome do povo”, quando atende apenas à sua base eleitoral eventualmente majoritária, a defesa dos direitos civis e políticos da minoria é crucial para preservação das instituições democráticas. Afinal, a vanguarda em todas as áreas, seja em costumes, seja em teorias, é inicialmente minoritária.
Desacontecimentos e Desconhecimentos: Subversão de Ideias publicado primeiro em https://fernandonogueiracosta.wordpress.com
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