Contabilidade Mental é outra forma de pensarmos no dinheiro em relação ao valor real para nosso futuro planejado racionalmente. Ela pode ser uma ferramenta útil, mas com frequência leva a decisões ruins, especialmente quando não percebemos a estarmos usando.
Essa percepção de Contabilidade Mental foi divulgada por Richard Thaler. Segundo seu princípio básico, as pessoas operam em seu comportamento financeiro de forma parecida com as organizações e empresas. Se trabalha para uma pequena organização, cada departamento tem seu orçamento anual, gastando-o na medida do necessário. Se um departamento esgota seu dinheiro cedo demais, pior para ele. O chefe do departamento não receberá uma nova parcela até o início do ano seguinte. Mas se sobrar dinheiro ao final do ano, todos ganharão um prêmio.
Como essa abordagem para orçamentos aplica-se à vida financeira pessoal? Na vida privada, também é comum, mesmo de maneira imperceptível, alocar o dinheiro em conta de renda (resultado de lucro ou perda) ou conta de capital (balanço patrimonial. Geralmente, é fixado um orçamento para gastos correntes a pagar, além de eventuais luxos supérfluos – a sobra vai para investimentos. A partir daí no saldo a ser capitalizado não se mexe nunca mais. Mesmo se seguindo necessariamente esse orçamento planejado, de maneira imperfeita, mas ele é fixado mentalmente.
Como ocorre em empresas, se esgota todo o dinheiro orçado para consumo, pior para a pessoa. Não o repõe, pois, se o fizer, ela se sente emocionalmente culpada. No entanto, se sobra dinheiro em relação ao esperado, é facílimo gastá-lo em supérfluo em vez de investi-lo.
De uma perspectiva perfeitamente racional, as decisões de gastos não deveriam ser influenciadas por contas orçamentárias imaginárias, não importa como essas contas possam variar em forma, local ou tempo. Mas são. As pessoas fazem esse tipo de contabilidade mental o tempo todo.
Por exemplo, é comum manter dinheiro em depósitos de poupança com rendimento baixo e ao mesmo tempo assumir um saldo devedor em cartão de crédito com taxa de juros muito mais alta.
Não deveria se rotular o dinheiro. Ele é apenas dinheiro próprio. Mas é comum atribuir a ele categorias mentais. Essa categorização controla como se pensa sobre ele: expressa o sentimento de estar à vontade gastando certo dinheiro, dependendo de onde se gasta, sem ver quanto está planejado reter.
Contabilidade Mental publicado primeiro em https://fernandonogueiracosta.wordpress.com
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