O capítulo de Gary Dymski na coletânea Crises of Global Economies and the Future of Capitalism: reviving Marxian crisis theory, edited by Kiichiro Yagi, Nobuharu Yokokawa, Shinjiro Hagiwara and Gary A. Dymski, publicada em 2013, está sob uma pergunta: Can the U.S. economy escape the law of gravity? A Minsky–Kalecki approach to the crisis of neoliberalism.
A preocupação central nos escritos de Kalecki, incluindo ensaios em seu antigo idioma polonês, onde antecipava o princípio da demanda efetiva de Keynes, era o problema de flutuações de investimento e emprego nas economias capitalistas. Em seus modelos formais (Kalecki, 1954), identificou várias fontes de flutuação, incluindo preços relativos variáveis e efeito acelerador.
Foi, no entanto, em um de seus artigos não-técnicos em termos de formalização matemática, “A Economia Política de Pleno Emprego”, onde Kalecki desenvolveu o argumento de o pleno o emprego ser impossível nas sociedades capitalistas avançadas sem haver sua sabotagem pelo fascismo. Seu pessimismo decorre, com efeito, da dependência da acumulação capitalista da exploração da força do trabalho como apresentada na análise marxista.
Ele argumenta primeiro se o desemprego cair muito, o esforço dos trabalhadores na produção diminuirá, reduzindo a taxa de lucro. Então, quando o desemprego cai, o esforço dos trabalhadores pode diminuir, e os capitalistas podem se sentir coagidos a fornecer empregos sob termos e condições capazes de comprometerem a lucratividade. Com efeito, os níveis de lucro são sujeitos a um trade off entre esforço de trabalho / fluxo de saída de produtos e entrada de caixa. Este perigo pode ser evitado apenas se a economia é operada em sub-níveis de emprego.
Mas um baixo rendimento em estado de estagnação também diminui os lucros. A acumulação capitalista, caso continuadamente improdutiva, é especialmente ameaçada se os trabalhadores se unirem em partidos socialdemocratas. Eles exigem politicamente emprego como resultado de políticas públicas.
Então, a própria legitimidade dos poderes e direitos dos proprietários dos meios de produção podem estar sujeitos a desafios. A perda de controle dos capitalistas os leva a uma greve de capital e/ou investimento reduzido, iniciando a desaceleração. Com efeito, há um limite superior para a acumulação de capital.
Também existe efetivamente um limite mais baixo para o crescimento. Níveis elevados de desemprego são benéficos em alguns aspectos para os capitalistas: é garantido um alto esforço de trabalho, salários são baixos e seu controle sobre o processo de produção é garantido.
Taxas baixas de utilização da capacidade produtiva pode ser problemática, especialmente para empresas endividadas para a alavancagem financeira. Outro problema surge devido à influência dos trabalhadores na esfera política. Se o desemprego ultrapassar algum ponto, políticas de agitação da classe trabalhadora pode desencadear ações contra cíclicas do governo.
Isso leva à ideia de um ciclo político de negócios, no qual o crescimento macroeconômico flutua entre esses pontos limite superior e inferior. Como desemprego ainda durante o início da expansão, os capitalistas usarão seu poder para reter investimentos e recuperar o controle sobre as políticas do governo. Por sua vez, a desaceleração é verificada quando o desemprego leva à ação contra cíclica do governo, até os salários baixos motivarem os capitalistas a reiniciar as despesas de investimento.
Da Era do Grande Governo à Era do Capitalismo Neoliberal
Minsky argumenta ter havido uma transformação fundamental na dinâmica do capitalismo por causa de reformas de políticas governamentais feitas durante a Depressão. Ele chama o período antes da Depressão de “capitalismo de governo pequeno”.
Nessa era, a instabilidade financeira foi resolvida através da perda maciça de empregos e fracassos dos negócios: o que Marx chamou de “massacre de capital” também serviu como dispositivo para a disciplina do trabalho. O exemplo mais conhecido dessa instabilidade foi o colapso do mercado de ações. Ele precedeu a Grande Depressão. Mas a Depressão levou à nova regulamentação financeira extensa e à consolidação pelo Federal Reserve de seu papel de “emprestador de última instância”.
Programas de gastos do governo espalham benefícios amplamente, embora não de forma totalmente abrangente, em todo o país estabilizado por expansão da demanda agregada. A mobilização subsequente para a Segunda Guerra Mundial teve um efeito de Economia de Guerra, isto é, mobilização de todos os recursos para a produção de armas, aviões e navios.
Essas mudanças trouxeram a Era do Grande Governo [the Big Government Era]. A dinâmica cíclica mudou dramaticamente. A deflação de preços foi verificada pelas intervenções do Federal Reserve e por despesas contracíclicas governamentais. Em vez disso, um viés inflacionário foi incorporado à dinâmica cíclica como consequência das intervenções de política monetária e fiscal expansionista da demanda agregada além da capacidade produtiva. Com a ocorrência cíclica de excesso em lugar de escassez, foram eliminadas as quebras de empresas não-financeiras, falências bancárias e as elevadas taxas de desemprego.
De fato, uma tendência à inflação de preços foi o preço de uma ação governamental intervencionista afirma quem critica a “estabilização de uma economia instável”, como o livro de Minsky de 1986 denominou o fenômeno histórico.
O ponto fundamental da política proposta a partir da teoria de Minsky era o capitalismo de Grande Governo poderia transformar a dinâmica da instabilidade financeira. O colapso dos preços dos ativos é bloqueado antes de o retorno ficar negativo. O investimento também é estabilizado em um nível baixo, mas em um nível positivo. Os níveis de dívida / renda aumentam de forma cíclica e secular. Os balanços são “completamente limpos” por meio de falhas de negócios generalizadas na desaceleração, como período do Governo Pequeno. Portanto, as relações dívida / renda aumentam com o tempo a cada ciclo de endividamento. Essa é a normalidade em economia de mercado dinâmica e cíclica.
Modelo do Ciclo Político de Negócios elaborado por Kalecki publicado primeiro em https://fernandonogueiracosta.wordpress.com
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