terça-feira, 15 de outubro de 2019

Locaute Empresarial para o Golpe em maio de 2016: Caça à Bruxa ou Bode-Expiatório pelo Mau Desempenho Econômico-Financeiro após junho de 2013

 

Gráfico 1.2.3.1: Indicadores econômico-financeiros

Fonte: Economática e Banco Central do Brasil
Empresas Não-Financeiras
Rentabilidade Índice de cobertura de juros Dívida Líquida / EBITDA
201206 6,4 4,8 2,3
201209 6,0 5,2 2,2
201212 6,4 5,3 2,3
201303 6,0 4,9 2,3
201306 6,6 5,2 2,3
201309 6,4 4,9 2,2
201312 6,3 4,6 2,1
201403 6,2 4,6 2,2
201406 5,9 4,8 2,3
201409 5,4 4,0 2,4
201412 5,8 3,8 2,5
201503 5,2 3,8 2,6
201506 5,2 3,5 2,7
201509 3,9 3,1 3,0
201512 2,5 2,5 3,1
201603 2,2 2,7 3,2
201606 1,2 2,6 3,1
201609 1,5 3,1 2,8
201612 3,2 3,0 2,6
201703 4,0 3,2 2,6
201706 2,5 2,7 2,8
201709 3,0 3,2 2,7
201712 4,2 3,6 2,4
201803 5,1 3,7 2,7
201806 5,4 3,5 2,8
201809 5,3 3,7 2,8
201812 7,1 4,1 2,5
201903 7,4 4,4 2,7
201906 7,3 4,6 2,4

A rentabilidade patrimonial foi obtida pelo quociente entre lucro líquido e patrimônio líquido médio (ROE – Return on Equity).

O índice de cobertura de juros foi obtido pelo quociente entre EBITDA (Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization) e despesa financeira bruta. O indicador EBITDA / Despesas Financeiras mede o grau de cobertura das despesas financeiras pela geração de lucro operacional.

A relação Dívida Líquida / EBITDA representa o grau de fragilidade financeira das empresas não-financeiras. A dívida é líquida quando se desconta dos juros pagos pelo endividamento os juros recebidos por aplicações financeiras. Compara esse fluxo de juros com o fluxo de lucro operacional.

O grau de endividamento pode ser medido pela relação entre o endividamento líquido e o capital próprio. Nesse caso, é uma relação entre estoques ou saldos.

Um boxe do Relatório da Estabilidade Financeira, publicado pelo Banco Central do Brasil em setembro de 2013, apresentou uma breve análise dos indicadores econômico-financeiros das companhias não financeiras de capital aberto. Demonstrava, de modo sintético, os principais efeitos do ambiente econômico na situação financeira dessas empresas.

Dele é possível deduzir a motivação golpista de associações patronais tipo FIESP. A casta dos mercadores, inclusive dos midiáticos, aliou-se, inicialmente, com a casta dos sábios-juristas e sabidos-pastores. Em 2018, aliou-se, eleitoralmente, com a casta dos guerreiros-milicianos. Lançou-se contra a aliança socialdemocrata entre a casta dos trabalhadores organizados e a casta dos sábios-intelectuais. Dessas perversas alianças vieram o desemprego, a reforma trabalhista e a reforma da Previdência Social com corte de direitos dos trabalhadores, inclusive intelectuais. A ameaça agora é cortar a estabilidade dos servidores públicos.

A análise do Banco Central foi realizada apenas para as companhias de capital aberto, pois são aquelas para as quais existem dados públicos de demonstrações financeiras. Apesar dessa limitação, trata-se de uma amostra representativa das empresas em geral.

Foram analisados os valores medianos e os primeiros e terceiros quartis, ano a ano, entre 2005 e 2014, e trimestre a trimestre, desde março de 2015. Para os dados trimestrais, consideram-se os valores consolidados de 12 meses. Os indicadores, na forma apresentada, não estão ponderados por tamanho de empresa, nem pelos saldos analisados.

O cenário adverso, de fato, refletiu-se negativamente na situação das empresas abertas, conforme observável nos seus indicadores econômico-financeiros. Constata-se uma deterioração dos índices de rentabilidade (Gráfico 1), de cobertura de juros (Gráfico 2) e de dívida líquida/EBITDA (Gráfico 3) ao longo de 2015. Em 2016, a rentabilidade e a cobertura de juros continuaram piorando ou apresentaram relativa estabilidade, mas em níveis baixos.

Já a relação dívida líquida/EBITDA apresentou melhora em 2016 para as empresas mais alavancadas (terceiro quartil), devido à apreciação cambial do período, reduzindo o montante em reais das dívidas referenciadas em moeda estrangeira.

Em linhas gerais, a deterioração em 2015, quando com Joaquim Levy houve a volta da Velha Matriz Neoliberal, foi causada principalmente pelos aumentos do endividamento líquido e das despesas financeiras e pela queda da geração operacional de caixa, estimada pelo EBITDA.

Em 2016, a geração operacional de caixa das empresas passou a apresentar relativa estabilidade, contribuindo para atenuar a piora ou até mesmo estabilizar a cobertura de juros e a relação dívida líquida/EBITDA no período.

Locaute Empresarial para o Golpe em maio de 2016: Caça à Bruxa ou Bode-Expiatório pelo Mau Desempenho Econômico-Financeiro após junho de 2013 publicado primeiro em https://fernandonogueiracosta.wordpress.com



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