Foi publicado, em 9 de agosto de 2019, um artigo reproduzindo uma versão editada de uma entrevista conduzida pelo Professor Eric Beinhocker, diretor executivo do INET (Institut New Economic Thinking) da Oxford University, com o professor Sanjit Dhami da Universidade de Leicester, autor de Análise dos Fundamentos da Economia Comportamental. Este livro foi lançado em 9 de maio de 2019 na Universidade de Oxford.
É sempre difícil prever de onde virão os desenvolvimentos futuros, mas aqui está uma lista de alguns problemas amplos necessitados de serem resolvidos:
- Explicar a aversão à ambiguidade provou ser um dos problemas mais desafiadores para teorias comportamentais e neoclássicas, embora as teorias comportamentais (por exemplo, preferências dependentes da fonte) se saem melhor. No entanto, nenhum dos dois pode explicar a descoberta de, nas experiências de Ellsberg, haver ambiguidade na busca de baixas probabilidades e aversão à ambiguidade por altas probabilidades. Ver Dhami (2019, Vol. 1, Seções 4.4, 5.3).
Esse é um achado empírico robusto, mas geralmente não é destacado. Um novo pensamento é necessário, talvez uma Teoria Quântica da Decisão possa explicar esses dois fenômenos (al-Nowaihi e Dhami, 2017; Wei et al., 2019).
- Precisamos de melhores teorias para o comportamento humano extremo, mas economicamente relevante de acordo com as probabilidades. Por exemplo, muitas pessoas simplesmente ignoram eventos de probabilidade muito baixa, mas outros não. Kahneman e Tversky (1979) reconheceram explicitamente essa questão.
Propusemos uma teoria composta de prospectos para levar em conta isso (Dhami e al-Nowaihi, 2010d), mas precisa de testes empíricos. O problema é termos muito pouca evidência experimental do acontecido em condições extremamente baixas, mas economicamente com probabilidades relevantes (por exemplo, uma casa sendo destruída por riscos naturais, onde probabilidades de uma perda enorme poderia estar na região de 1 em 0,25 milhões). Também é difícil conduzir esses experimentos com apostas reais. Para uma discussão sobre essas questões, consulte Dhami (2019, Vol. 1, pp. 193-201).
- A interação entre preferências de risco e preferências de tempo continua sendo uma área ativa de pesquisa e o fará também para o futuro. Sempre poderia haver algum risco residual ameaçando uma recompensa prometida para o futuro não se concretizear. Consequentemente, precisamos incorporar as dimensões temporal e de risco em nossa análise. Por exemplo, devemos combinar a teoria da perspectiva com desconto hiperbólico? Para uma discussão, ver Dhami (2019, Vol. 1, Seções 2.12, 5.1) e Dhami (2019, Vol. 3, Seções 2.3.3, 4.1.1)
- O domínio das Teorias de Decisão existentes é risco, incerteza e ambiguidade. Impede indiscutivelmente um dos domínios mais importantes, a verdadeira incerteza ou incerteza radical com incógnitas desconhecidas. Aqui essa heurística se aproxima e modelos baseados em Teoria da Complexidade (holismo metodológico) se destacam face aos modelos baseados em agente (individualismo metodológico).
- Como em outras áreas da Economia Comportamental, é necessário enriquecer os modelos incorporando ideias da literatura sobre memória, atenção e percepção.
Eu suspeito isso ser um processo lento, porque muitas das ideias não dão prontamente a modelos formais aos quais os economistas estão acostumados.
Desafios para Desenvolvimento da Economia Comportamental publicado primeiro em https://fernandonogueiracosta.wordpress.com
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