O Astra GSI foi uma versão esportiva do médio da Chevrolet no mercado brasileiro, que foi lançada em 2003 para atender os pedidos do mercado e da imprensa, mas não do jeito que queriam.
Com a famosa sigla esportiva, a General Motors dava ao Astra uma das últimas lembranças da Opel antes do distanciamento entre Chevrolet e a marca alemã, que na época pertencia ao grupo americano.
Ele durou pouco, foi de 2003 até 2005, sendo substituído pela versão SS, que tinha uma proposta de se aproximar mais do mercado americano em influência estilística.
Oferecido em carroceria hatch, o Astra GSI só chegou em versão de quatro portas, o que não agradou aos entusiastas que esperavam algo que lembrasse o famoso Kadett GSi, desejado no final dos anos 80 e começo dos anos 90.
Utilizando um motor forte para a época, o hot hatch tinha tudo para brilhar, apenas se tivesse duas portas. Da forma como surgiu, perdeu apelo e isso fez com que as vendas e sua vida comercial fossem curtas, infelizmente.
Além disso, o Astra passava por um momento de indefinição quanto ao seu futuro, visto que o distanciamento entre Chevrolet e Opel colocou em xeque o foco que a GM dava ao produto.
Tanto é que não mudou de geração e morreu em 2011 sem ver o sucessor Cruze no mercado nacional. Enquanto durou, foi uma opção interessante em hatch médio com pegada esportiva.
Astra GSI
O Chevrolet Astra GSI surgiu na linha 2003 como uma resposta ao mercado, que queria um esportivo com a sigla da Opel, icônica nos anos 80 e 90.
O hatch médio da GM estreava também a carroceria de quatro portas nessa configuração, sendo que até então era de duas portas, tendo somente o Astra Sedan com portas traseiras.
Um ano antes de surgir a segunda geração do Astra no Brasil, a sigla GSI era eliminada do portfólio da Chevrolet, que na época era quase que essencialmente composto de produtos da Opel.
O Astra GSI surgia apenas com quatro portas, já que a versão GL era a única que mantinha a opção de duas portas. O esportivo apresentava ainda uma atualização visual do modelo, que era a segunda desde 1998.
Realmente atraente, o hot hatch tinha uma frente mais pronunciada e com ângulos acentuados, que lembravam os carros da Cadillac na época. Mas, a impressão era bem vaga e o layout foi criado para ser usado apenas aqui.
Na Europa, o Astra não incorporou tal modificação. O capô tinha vincos pronunciados, que realçavam a musculatura do carro, tendo ainda grade incorporada ao mesmo, que descia até o para-choque.
Essa grade afilada ostentava o logotipo da Chevrolet cromado e com frisos de mesmo acabamento. Os faróis com lentes projetados e retangulares tinham máscara negra e eram duplos.
O para-choque angulado tinha vincos bem pronunciados que se moldavam esteticamente com as linhas proeminentes do capô, formando um conjunto harmônico em proposta.
Além disso, havia nele três grades inferiores, que continuam ainda dois faróis de neblina quadrados. O protetor ainda tinha spoiler, assim como o Astra GSI também dispunha de saias laterais e spoiler traseiro, compondo o visual.
Entretanto, o destaque mesmo ficava para o aerofólio na tampa traseira, que era na cor do carro e bem proeminente, chamando bastante atenção.
O esportivo tinha ainda frisos na cor do carro, bem como maçanetas embutidas, retrovisores na mesma pintura da carroceria e teto solar elétrico, além de antena.
O vidro traseiro tinha limpador e lavador, bem como desembaçador. As lanternas verticais tinham lentes escurecidas, enquanto o para-choque era liso e fruto da recente atualização.
O escape tinha ponteiro simples, porém, achatada. Poderia ter sido colocado um escape de saída dupla. O Astra GSI tinha rodas esportivas de liga leve com cinco raios e aro 16 polegadas, sendo calçadas com pneus 205/55 R16.
Por dentro, o hot hatch tinha painel com console em cinza e verticalizado, display digital na parte superior e com grafismos em laranja. Logo abaixo ficavam os difusores de ar e em seguida surgia o rádio com CD player de 1din de tamanho. Na sequência vinha o ar condicionado automático e um porta-objeto.
O Chevrolet Astra ainda ostentava cinzeiro e acendedor de cigarros, tendo ainda alavanca de câmbio curta e de aparência esportiva, enquanto o freio de mão tinha acabamento igualmente em couro.
Já o volante, ajustável em altura, vinha com comandos de mídia e podia ter airbag, assim como o do passageiro. O aro era em couro.
No caso do cluster, o mesmo tinha fundo branco e apresentava velocímetro, conta-giros, nível de combustível e temperatura da água. Os comandos dos faróis e faróis de neblina, bem como luminosidade da instrumentação, ficavam na base do painel à esquerda. Havia alerta de excesso de velocidade.
Os vidros eram elétricos nas quatro portas, enquanto os retrovisores eram ajustados na porta do motorista. O retrovisor interno era eletrocrômico opcionalmente.
Passava de 200 km/h…
O Astra GSI tinha 4,266 m de comprimento, 1,709 m de largura, 1,431 m de largura e 2,614 m de entre eixos, tendo 370 litros no bagageiro e mais 52 no tanque.
Pesando 1.180 kg, o esportivo era movido por um propulsor realmente apreciado na época, o Família II 2.0 16V DOHC, que tinha duplo comando de válvulas no cabeçote, sendo este de alumínio.
Com quatro válvulas por cilindro, o GM Família II tinha 1998 cm3 e entregava 136 cavalos a 5.400 rpm e 19,2 kgfm a 4.000 rpm. Como era característico desse tipo de motor, o torque se apresentava em rotação mais alta.
Isso resultava em baixa força nos giros iniciais, o que exigia do condutor a manutenção de giro sempre moderadamente alto, embora o GM Família II fosse bom em distribuição de torque nessa condição, mas longe da versão 2.0 8V.
Com tração dianteira e câmbio manual de cinco marchas, o Astra GSI ia de 0 a 100 km/h em 9,1 segundos e tinha máxima que ultrapassava os 200 km/h, sendo exatos 203 km/h.
Tendo suspensão dianteira McPherson na frente e eixo de torção atrás, tendo um ajuste mais firme. A direção era eletro-hidráulica e os freios eram a disco nas quatro rodas com sistema ABS.
O consumo era de 6,9 km/l na cidade e 11,7 km/l na estrada, abastecido somente gasolina. O Astra GSI se manteve fiela o combustível derivado do petróleo até seu fim precoce.
Na linha 2005, em maio de 2004, o Chevrolet Astra ganhava finalmente um motor flexível. O chamado 2.0 FlexPower da GM era o Família I de 8 válvulas com a possibilidade de usar álcool e gasolina.
Com isso, ele chegou ao mercado com 121 cavalos na gasolina e 127,6 cavalos no etanol, mas equipando somente nas demais versões, mantendo o Astra GSI fora da atualização. O motivo era óbvio, já que este propulsor mais fraco não daria a resposta que os clientes queriam a bordo do esportivo. Por isso, o GM Família II 2.0 16V resistiu um pouco mais…
Ainda assim, as versões 2.0 Flex começavam a render próximo do esportivo. Isso ficou evidente nos números, quando o Astra SS sucedeu o GSI fazendo o mesmo tempo de 0 a 100 km/h e tendo final de 201 km/h.
Contra os argumentos, já não dava mais para discutir. A única saída para o Astra GSI era realmente ganhar um motor maior, algo cavalar para apagar as críticas e realmente andar mais.
Aliás, este existia, mas estava reservado aos hermanos argentinos. O hot hatch portenho era mais musculoso que o nosso. O Astra GSI deles tinha o motor 2.4 16V com 150 cavalos e mais de 23 kgfm.
Com isso, ele ia de 0 a 100 km/h em 9 segundos e tinha final de 210 km/h. No entanto, a GM não se comoveu e manteve o 2.0 16V de 136 cavalos no GSI para o Brasil.
Em seu último ano, 2006, o Astra GSI ganhou bancos em couro como opcional e se mantinha igual ao modelo de 2003. A GM decidiu provar o gosto do público no Salão do Automóvel com uma nova proposta.
O Astra com rodas esportivas de aro 17 polegadas parecia empolgar mais que o GSI, que já arrumava as malas para sair de cena pela segunda e última vez.
E não deu outra, a General Motors tirou do mercado seu Astra GSI após pouco tempo de casa. O esportivo saiu de forma melancólica, pois, não conseguiu cumprir com a missão de agradar os clientes entusiastas.
Embora com bom desempenho, o modelo tinha carroceria com portas que poucos queriam e a modernização dos motores para a linha flex, fez com que o produto ficasse em desvantagem pela falta de opção ao abastecer.
Poderia ter recebido o motor 2.4 16V do Astra GSI argentino, que teria pelo menos entusiasmado muita gente a prova-lo em test drive e até a leva-lo para suas garagens.
Sem opção, a GM enterrou de vez a sigla GSI e apagou mais um elemento da cultura automotiva germânica, bem presente na Chevrolet há décadas.
Após a saída dele, a GM apostou numa sigla bem americana e que tentou ser popularizada pela Chevrolet naquela época, em alguns modelos, chegando ao Astra SS.
Este teve motor 2.0 Flex e suas rodas eram de 16 polegadas e não de 17, como no salão. Também durou pouco, assim como o hatch da Chevrolet, que saiu de cena em 2011 e deixou saudades em muita gente que apreciava o bom hatch da GM.
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