Em março, o Brasil se fechou diante da pandemia de coronavírus. Com a regra de ficar em casa para a grande maioria da população, um serviço que deu um salto expressivo foi o de serviço de entrega, o famoso delivery.
Utilizando moto na maior parte dos atendimentos, essa modalidade de trabalho – que já era grande antes da doença – cresceu rapidamente, quando muitas pessoas evitaram sair de casa e o comércio fechou.
Levando remédios, refeições, documentos e todo tipo de produto que caiba dentro do pequeno baú sobre uma motocicleta foi transportado nesse período.
Com muita gente perdendo emprego ou em contratos de trabalho suspensos, a quantidade de pessoas entraram nesse mercado subiu enormemente.
Isso refletiu diretamente nas vendas de motos, porém, com um efeito indesejável: escassez do produto e aumento de preços decorrente disto.
Com as fábricas paradas, especialmente em Manaus, onde o índice de contaminação da Covid-19 chegou em níveis elevados, o mercado viu o estoque nacional encolher rapidamente entre abril e maio.
Tendo produção média de 92 mil unidades em 2019, nesse período, a indústria motociclística fabricou apenas 1,4 mil em abril e 14,6 mil em maio, o que gerou desabastecimento e queima dos estoques, devido à grande procura.
Motos até 150 cilindradas praticamente sumiram do mercado. Os preços, então, subiram muito, com diferenças de até R$ 3.000 ou mais, em relação ao fim do ano passado.
Diante dessa situação e aproveitando a redução do número de contaminados pelo coronavírus em Manaus, as fabricantes de motos retomaram a produção em junho, quando o volume chegou a 78 mil exemplares.
Nesse ritmo, a indústria deve alcançar seu ritmo normal já em julho ou mais tardar em agosto. Com a previsão de vacina inicialmente apenas para dezembro, o delivery deve continuar em alta nos próximos meses.
Com a retomada dos emplacamentos, muitos entrarão no mercado profissional, onde as empresas exigem emplacamento comercial para estes veículos de duas rodas.
[Fonte: Isto É Dinheiro]
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