O Chery S18 foi um hatch compacto da marca chinesa que chegou ao mercado nacional em 2012, mas que durou pouco por aqui, sendo excluído do portfólio da empresa em 2014.
Fruto do primeiro projeto de família de carros da Chery, o S18 assumiu aqui o código desse programa da montadora chinesa como seu próprio nome, algo raro no mercado automotivo mundial. Aqui, o VW Gol BX foi o mais próximo disso.
Com linhas sinuosas, o Chery S18 não havia nascido para ostentar a marca originalmente, mas sim a da submarca Riich, que durou apenas alguns anos na China. Lá, ele teve versões sedã e perua, esta vista não oficialmente no Brasil (S18D).
Estiloso, o S18 surgiu para ser o sucessor do QQ, o que acabou não acontecendo, gerando assim o Chery New QQ, que chegou a ser de fato produzido pela marca no Brasil, tendo este sido feito em Jacareí até 2019.
Chery S18
Tendo as primeiras imagens flagradas em 2007, o Chery S18 era parte da família de mesmo nome, que surgiu como conceitos para substituição do QQ, assumindo o nome Faira. Aqui, foram cogitados os nomes Beat e Town.
Esta família incluía o hatch, um sedã (com tampa integrada ao vidro traseiro), perua e variações duas portas, cupê, conversível e mini carro. O S18 teria aqui no Brasil a perua S18D, que era semelhante em aspecto à VW Spacefox.
Menor que o Face, o Chery S18 seria a porta de entrada da marca, tomando o lugar do limitado QQ, porém, não teve a devida atenção da marca, que nem ao menos adicionou um nome de fato ao produto. Seu preço era maior: R$ 33.990.
Superior ao pequenino de entrada, teve aqui motor 1.3 Flex e parecia ter um futuro, mas os planos não contemplavam uma família de carros compactos desse porte no mercado nacional. Além de Riich M1, ele foi vendido na Itália como DR1.
Chery S18 – Estilo
Medindo 3,601 m de comprimento, 1,587 m de largura, 1,527 m de altura e 2,330 m de entre eixos, o Chery S18 era menor do que parecia ser, tendo uma proposta de acesso abaixo do Face, que media em torno de 3,70 m.
Com visual alegre, o S18 tinha uma carroceria bem arredondada e frente curvada, que ostentava faróis monoparabolas amendoados com piscas integrados. A grade tinha forma de sorriso, uma característica presente no QQ, por exemplo.
Esta era integrada ao conjunto que compunha o para-choque, bem envolvente. Ele tinha uma grande boca inferior, que também lembrava um sorriso, não tendo escaços reservados para faróis de neblina.
O capô era curto e tinha linhas de expressão no centro, portando ainda o logotipo antigo da Chery. No S18, os retrovisores eram arredondados, mas vinham com ajustes elétricos.
Com linha de cintura alta, o modelo chinês tinha maçanetas pretas e as portas traseiras incorporavam maçanetas verticais, que se integravam a um chanfro da carroceria nas colunas C.
As janelas não possuíam quebra-vento falso e a vigia traseira era amplo, mas sem limpador ou lavador, uma falha em um hatch subcompacto. Já as lanternas eram arredondadas e de bom tamanho, dando personalidade quase infantil ao carro.
Como a tampa do bagageiro era pequena, o para-choque era bem alto e envolvente. Apesar da proposta, o Chery S18 vinha de série com rodas de liga leve aro 14 polegadas e pneus 175/60 R14, mesmo tamanho usado no Chery Face.
Se por fora o pequenino era estiloso, por dentro ainda mais. O interior reproduzia o estilo exterior, tendo mescla de plásticos duros com tecidos de qualidade duvidosa.
O conjunto frontal tinha cluster análogo-digital centralizado e com escala de velocidade, onde o display era para o velocímetro e hodômetros. Conta-giros, nível de combustível e temperatura da água ficavam em mostradores analógicos.
Sob um chapéu, a instrumentação não agradava pela posição, mas a proposta não era estranha ao segmento. Abaixo, ficava um console em cinza brilhante, que tinha difusores de ar que podiam ser totalmente fechados, como no Face.
Ele também integrava o ar condicionado, que possuía alavancas laterais para ajustes de velocidade do vento e posição do fluxo de ar, além de um botão circular central para temperatura. Era muito diferente dos tradicionais comandos.
O Chery S18 trazia ainda um sistema de áudio integrado com CD player e reprodução das informações no display do cluster. Logo abaixo, ficava o acendedor de cigarros. O console tinha apenas um porta-copos e alavanca de câmbio curta.
Já o volante era simples e tinha um design fluido, mas era inferior ao do próprio QQ em aspecto. Os difusores de ar laterais eram redondos e, diferente do Face, o interior fora simplificado para não concorrer com o irmão maior.
Ainda assim, trazia vidros elétricos nas quatro portas, além de travamento elétrico na chave e retrovisores elétricos, bem como ajuste de altura dos faróis e iluminação do cluster.
Além da base dos comandos dos vidros, as maçanetas também eram de cor cinza, assim como o tecido das portas e dos bancos. Um detalhe que chamava atenção no Chery S18 era um contraste em relação aos rivais de antes e depois.
Mesmo que o projeto fosse de baixo custo, ele apresentava uma atenção especial para a introdução de tecido. Além das portas dianteiras, as traseiras também vinham com o mesmo revestimento.
Além disso, os bancos arredondados em dois tons, traziam o mesmo acabamento, mas tanto na frente dos encostos, como atrás. O S18, porém, pecava na falta de porta-objetos e mais copos, assim como em porta-luvas, que era pequeno.
O banco traseiro era inteiriço e o espaço atrás não era dos melhores. No bagageiro, o espaço para malas era reduzido e oferecia apenas 160 litros (492 no total), mas dentro da proposta, era aceitável, já que se tratava de um carro urbano.
Ainda que fosse de baixo custo, seu preço de R$ 33.990 era proibitivo para clientes do QQ, que custava em média R$ 10 mil a menos. A Chery ainda chegou a reduzir o preço do S18 devido às baixas vendas, mas o estrago já havia sido feito.
Ele não teve atualização visual e esperou pela produção nacional a partir de 2013, o que nunca aconteceu. Aqui, teria feito melhor que o QQ se tivesse um preço semelhante ao Renault Kwid em seu lançamento.
Chery S18 – Motor
O Chery S18 era equipado com o motor SQR-473F, que era um propulsor de quatro cilindros e construção totalmente em alumínio. Feito pela Chery Acteco, divisão de motores do fabricante chinês, este era um projeto da AVL austríaca.
Dotado de cabeçote com duplo comando de válvulas com quatro por cilindro, além de acionamento por correia dentada, o SQR-473F chamava atenção por dispor de cárter de alumínio, que era mais resistência que o tradicional de latão.
Com injeção eletrônica sequencial e tecnologia de pré-aquecimento de combustível na partida a frio, o propulsor 1.3 16V tinha 1.297 cm3 com taxa de compressão de 10,8:1.
O 1.3 16V Flex entregava 90 cavalos com gasolina e 91 cavalos com etanol, ambos a 5.600 rpm, além de 13,1 e 13,2 kgfm, respectivamente, obtidos a 4.600 rpm.
O propulsor era equipado apenas com câmbio manual de cinco marchas e embreagem com acionamento hidráulico.
Esse conjunto motriz permitia ao Chery S18 ir de 0 a 100 km/h em 16 segundos com 150 km/h de final. Com transmissão de relações longas, o hatch não tinha uma saída muito boa.
Ainda assim, o consumo não era de todo ruim com etanol, fazendo 7,6 km/l na cidade e 11,6 km/l na estrada. Na gasolina, ele fazia razoáveis 10,1 km/l e na rodovia emplacava bons 15,1 km/l.
O tanque tinha 43 litros, suficiente para que o S18 rodasse até quase 650 km na estrada com gasolina. O subcompacto da Chery era um carro pequeno, porém, nada leve, pesando altos 1.028 kg.
Na frente, o modelo era equipado com suspensão McPherson, enquanto a traseira exibia um eixo rígido com molas helicoidais e amortecedores inclinados sobre o eixo, tendo ainda duas barras estabilizadoras.
O sistema era bem arcaico, já que fora projetado para veículos comerciais e exibia dois braços bem grande para suportar as tenções. Isso dava ao Chery S18 uma estabilidade ruim, assim como nos QQ e Face.
Mercado
Bem equipado para sua época, o Chery S18 tinha mais itens que os principais rivais da época, tudo sempre empacotado na proposta dos carros chineses, que era de oferecer mais por menos.
Assim, trazia de série ar condicionado, direção hidráulica, vidros elétricos, travas elétricas, retrovisores elétricos, ajuste elétricos dos faróis, sistema de áudio com CD player, padronagem com bancos e portas em tecido e chave com controle.
Abertura interna do porta-malas e bocal do tanque, banco do motorista com ajuste de altura, coluna de direção ajustável em altura, cintos de três pontos para 4 dos 5 ocupantes, rodas de liga leve aro 14 polegadas, freios ABS e airbag duplo.
O motor 1.3 16V de até 91 cavalos e 13,2 kgfm era outra vantagem do Chery S18, USB (dentro do porta-luvas), desembaçador do vidro traseiro, luz interna, alarme, alerta de revisão, velocímetro digital, entre outros.
S18D
Enquanto a montadora chinesa preparava a construção de sua fábrica em Jacareí, Vale do Paraíba paulista, era vislumbrado a chegada de um segundo modelo da família, a perua Chery S18D. Na China, ela era a Riich X1.
O modelo chegou a ser visto pela imprensa no lançamento da pedra fundamental da planta paulista, sendo uma promessa de nacionalização da Chery. Ela era derivada direto do S18 e tinha no porte pequeno, sua vantagem na cidade.
Medindo apenas 3,866 m de comprimento, 1,622 m de largura, 1,638 m de altura e 2,330 m de entre eixos, a S18D seria a menor perua do mercado nacional. Ainda que pequena, ela pesava altos 1.175 kg. Seu porta-malas era mediano.
Com rodas de liga leve aro 15 e pneus 185/65 R15, a Chery S18D tinha design próprio com faróis duplos escurecidos, para-choques e saias de rodas pretos, além de motor 1.3 16V a gasolina com 83 cavalos e 11,6 kgfm. O câmbio era manual.
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