sábado, 20 de julho de 2019

Músicas nos Filmes de Pedro Almodovar: Maturidade Artística

A terceira fase se inicia em 1997, com “Carne Trêmula“, e mostra Almodóvar em sua maturidade. Três dos filmes lançados desde então são considerados obras-primasː Tudo Sobre Minha Mãe, Fale com Ela e Volver.

Carne trêmula (1997)

Ver artigo principal: Carne trémula

“Carne Trêmula” explora amor, perda e sofrimento com um sistema de retenção sóbrio apenas brevemente vislumbrado em trabalhos anteriores do diretor. O filme conta a história de vários personagens envolvidos em cada um dos outros destinos de formas que estão além de seu controle. “Carne Trêmula” é, historicamente, moldado a partir de 1970, quando Franco decretou estado de emergência, até 1996, quando a Espanha estava completamente abalada fora das restrições do regime de Franco. Com este filme, Almodóvar iniciou a sua colaboração com Penélope Cruz.

Tudo Sobre Minha Mãe (1999)

Ver artigo principal: Todo sobre mi madre

Almodóvar, em seguida, continuou a trabalhar em mais sérios limites dramáticos, dirigindo “Tudo Sobre Minha Mãe” (Todo sobre mi madre). O filme surgiu de uma breve cena em “A Flor do Meu Segredo”, contando a história de uma mãe de luto que, depois de ler a última entrada no diário de seu filho morto sobre como ele quer conhecer seu pai pela primeira vez, decide viajar a Barcelona em busca do pai do menino. Ela deve dizer ao pai que teve seu filho depois que ela deixou há muitos anos, e que ele já morreu. Uma vez lá, ela encontra uma série de caracteres estranhos – uma travesti, uma freira grávida, e uma atriz lésbica – tudo de quem ajudá-la a lidar com sua dor. O filme é levemente inspirado e A Malvada, estrelado por Bette Davis, declaradamente um dos filmes preferidos de Almodóvar.

Fale com Ela (2002)

Ver artigo principal: Hable con ella

Dois anos depois, Almodóvar atingiu outro auge de sua carreira com Fale com Ela. O filme gira em torno de dois homens que se tornam amigos enquanto cuidam das mulheres que eles amam, que estão em estado de coma. Suas vidas seguem fluxos em todas as direções, passado, presente e futuro, puxando-os para um destino inesperado. Combinando elementos de dança moderna e do cinema mudo, com uma narrativa que envolve coincidência e destino, o filme foi aclamado internacionalmente pela crítica e pelo público.

Má Educação (2004)

Ver artigo principal: Má Educação

“Má Educação” (La mala educación), é um conto barroco sobre abuso sexual de crianças e identidades mistas. Duas crianças, Ignacio e Enrique, descobrem o amor, o cinema e o medo num colégio religioso no início dos anos 1960. Padre Manolo, o diretor da escola e seu professor de literatura, é testemunha e parte dessas descobertas. Os três personagens se encontram mais duas vezes, no final da década de 1970 e na década de 1980. Trata-se de um dos roteiros mais complexos de Almodóvar, com uma série de digressões, paralelismos e retomadas.

Volver (2006)

Ver artigo principal: Volver

Volver é uma mistura de comédia, drama, família e história de fantasmas. O filme começa mostrando dezenas de mulheres esfregando furiosamente os túmulos de seus mortos, que institui a influência dos mortos sobre os vivos como um tema chave. O enredo segue a história de três gerações de mulheres da mesma família que sobrevivem ao fogo, ao vento e até mesmo à morte. O filme é uma ode à resistência feminina, onde os homens são, literalmente, descartáveis. Junto com Fale com ela e Tudo Sobre Minha Mãe, Volver representa o ponto alto da carreira do diretor.

A Vereadora Antropófaga (2009)

Curta-metragem retirado do filme Abraços Partidos, é um monólogo de uma mulher narrando suas perversões sexuais. No filme, Almodóvar adota os pseudônimos “Harry ‘Huracán’ Caine” para assinar os créditos e “Mateo Blanco” para assinar a direção.[carece de fontes] No Brasil, o curta foi lançado como “extra” no DVD de Abraços Partidos.

Abraços Partidos (2009)

Ver artigo principal: Los abrazos rotos

Trata-se do mais longo e caro filme do diretor. A trama segue o destino trágico de um diretor de cinema que ficou cego em um acidente de carro quatorze anos antes. O filme tem uma estrutura fragmentada, enigmática, misturando passado e presente e filme dentro de um filme que Almodóvar, recursos que o diretor explorou anteriormente em Má Educação. Abraços Partidos é uma homenagem ao ofício de fazer filmes e tem algumas incursões pelo cinema de Roberto Rossellini e por Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos, do próprio Almodóvar.

A Pele que Habito (2011)

Ver artigo principal: La piel que habito

Criatividade, identidade e sobrevivência, temas frequentes nos filmes de Almodóvar dão uma reviravolta inesperada em “A Pele que Habito”, seu 13º filme, que representa sua primeira incursão no gênero horror. O filme se centra em Vera, Elena Anaya, uma bela mulher mantida em cativeiro por um cirurgião plástico amoral que realiza experimentos em sua pele, encontrando, na Arte, um refúgio para enfrentar o horror que estava passando. O médico é interpretado por Antonio Banderas, que se reúne com o diretor 21 anos após um longo período de colaboração, no início da carreira de ambos. Na lista de personagens almodovarianos do filme, estão uma dona de casa e carcereira cheia de segredos, um violentador usando uma fantasia de tigre e um médico que está mentalmente perturbado pela morte da filha. O filme lança mão de diversos elementos do cinema noir, tais quais a fotografia e a predominância de tons sorumbáticos.

Os Amantes Passageiros (2013)

Ver artigo principal: Os Amantes Passageiros

Terminado de rodar no início de setembro de 2012, o filme estreou na primavera europeia de 2013 (outono no hemisfério sul). O roteiro, inspirado nos anos 1990, é de uma comédia aos moldes de Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos, sendo estrelado por Cecilia Roth. O filme, totalmente filmado no interior de um avião que, após problemas técnicos, sobrevoa os céus da Espanha sem capacidade para pousar com segurança, é uma metáfora para um país em crise e com destino incerto, que é a situação espanhola atual.

Julieta (2016)

Ver artigo principal: Julieta

Julieta (Emma Suárez/Adriana Ugarte) é uma mulher de meia-idade que está prestes a se mudar de Madri para Portugal, para acompanhar seu namorado Lorenzo (Dario Grandinetti). Entretanto, um encontro fortuito na rua com Beatriz (Michelle Jenner), uma antiga amiga de sua filha Antía (Blanca Parés), faz com que Julieta repentinamente desista da mudança. Ela resolve se mudar para o antigo prédio em que vivia, também em Madri, e lá começa a escrever uma carta para a filha relembrando o passado entre as duas.

Dor e Glória (2019)

Data de lançamento 13 de junho de 2019 (1h 52min)

Direção: Pedro Almodóvar

Elenco: Antonio Banderas, Asier Etxeandia, Leonardo Sbaraglia mais

Salvador Mallo (Antonio Banderas) é um melancólico cineasta em declínio que se vê obrigado a pensar sobre as escolhas que fez na vida quando seu passado retorna. Entre lembranças e reencontros, ele reflete sobre sua infância na década de 1960, seu processo de imigração para a Espanha, seu primeiro amor maduro e sua relação com a escrita e com o cinema.

Músicas nos Filmes de Pedro Almodovar: Maturidade Artística publicado primeiro em https://fernandonogueiracosta.wordpress.com



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