O Hyundai Genesis foi um sedã de luxo vendido pela marca sul-coreana em diversos mercados do mundo e chegou a ser emplacado também aqui no Brasil.
Inspirado nos luxuosos de marcas japonesas e americanas, o Hyundai Genesis foi pensado para atingir clientes ricos no mercado doméstico sul-coreano e, principalmente, nos EUA.
Teve somente duas gerações, sendo que a primeira o consagrou.
No entanto, a Hyundai insistia numa política que já havia dado errado com a Volkswagen. Considerada marca tradicional, aposta em atuar também num segmento de luxo.
Deu certo inicialmente, mas depois acabou sendo obrigada a separar seu portfólio, algo que jamais havia feito.
Isso fez com que o Hyundai Genesis nomeasse um nova marca, a Genesis. O sedã acabou virando um produto de si mesmo nesse processo.
Por aqui, o Hyundai Genesis chegou numa época em que a CAOA pensava que seria fácil converter a marca em produto de luxo, mas igualmente se enganou.
Durou pouco e hoje só pode ser encontrado no mercado de usados com preços começando na casa dos R$ 70 mil.
Feito para brigar com os alemães, o sedã nos EUA, o Hyundai Genesis gerou até um cupê com proposta mais individualista.
Hyundai Genesis
A Hyundai rapidamente cresceu nos primeiros anos da década de 2000. A ascensão do fabricante sul-coreano logo se fez nítida na decisão de entrar de cabeça num segmento mais premium.
A marca tinha a concepção de que sua bandeira era forte o suficiente para peitar os carros de luxo alemães sem a necessidade de uma submarca premium.
Assim, em 2007, mostrou no Salão de Nova Iorque, um conceito chamado Genesis e que tinha proposta de ser um carro verdadeiramente de luxo.
Ele rapidamente se converteu em um produto final no ano seguinte, sendo apresentado como “premium sports sedan”. O motivo era simples, o Equus seria o mais poderoso da gama.
O Hyundai Genesis tinha a pretensão de bater (sutilmente) de frente com o BMW Série 5 e Mercedes-Benz Classe E, além do Audi A6.
Então, diferente de modelos como o Azera, o Hyundai Genesis apostava na tração traseira como um dos fatores de compra do produto, que tinha também motor e câmbio em longitudinal.
Para convencer os ricos de que seu produto era confiável, a Hyundai divulgou que o Genesis tinha 14% a mais de rigidez que o Série 5 E60.
Também ganhou cinco estrelas no NHTSA.
Agressiva, a marca asiática adotou uma política resumida na seguinte declaração: “desempenho de um BMW Série 5 e a embalagem interior de um Série 7 ao preço de um Série 3”.
Ou seja, a Hyundai mirava mesmo na BMW para vender seu carro.
Com 4,975 m de comprimento, 1,890 m de largura, 1,480 m de altura e 2,935 m de entre eixos, o Hyundai Genesis era bem grande e espaçoso, do jeito que o americano gostava.
Seu porta-malas tinha 450 litros e outros 73 litros iam no tanque de combustível.
O projeto do Genesis, chamado internamente de BH, tinha uma boa distribuição de peso, chegando a 52% na frente e 48% atrás.
Dotado de faróis de xênon em projetor centralizado numa lente visualmente fluida, a frente do sedã tinha grade com frisos cromados que imitava suavemente asas.
Havia mais cromados nos para-choques, enquanto as lanternas traseiras eram bem grandes e cheias de LEDs individuais.
Com enormes rodas de aro 18 ou 19 polegadas, o Hyundai Genesis era bem comportado por fora, assim como os clientes gostavam.
A tampa do porta-malas era ressaltada e o protetor tinha duas saídas de escape.
Para não chamar atenção para seu logo de carro barato, a Hyundai adotou badge com asas que lembravam a Bentley.
No interior, a intenção foi impressionar.
No entanto, o habitáculo explorava um painel que lembrava o de uma minivan, enquanto o padrão de acabamento ficou meio clichê com cores de couro mais clara e detalhes escurecidos em contraste.
Parte do volante e o console tinham acabamento em madeira, mas a instrumentação analógica era simples demais.
Ainda assim, tinha multimídia com tela sensível ao toque e funcionalidades que incluíam a climatização com duas zonas de temperatura.
Nos EUA, havia o rádio-satélite SiriusXM e um navegador GPS. Câmera de ré e reprodutor de DVD faziam parte do pacote.
O sistema de som tinha apenas 7 alto-falantes, mas havia opção da Lexicon com até 17 e mais potência sonora.
Os bancos eram em couro, sendo os dianteiros eletrificados em ajuste. O teto solar elétrico era de tamanho padrão.
O câmbio tinha seletor em escada e havia um botão de navegação do sistema de entretenimento também, a fim de atrair os clientes dos alemães.
Hyundai Genesis – motores em V
Todo esse conjunto era impulsionado somente por motores em “V” de seis ou oito cilindros.
O Hyundai Genesis queria ir direto ao ponto com propulsores grandes e potentes.
Nisso, o menor motor era o Lambda V6 3.3 com injeção multiponto. Era o mesmo que equipava o Azera na época e tinha também 262 cavalos e 32,2 kgfm.
O Genesis utilizou ainda a versão com injeção direta de combustível (GDi) após 2011, ampliado a potência para 300 cavalos e o torque para 35,5 kgfm.
Como se pode ver, o torque em si era baixo para o tamanho do motor e proposta do sedã.
Então, havia o Lambda 3.8 V6 com 290 cavalos e 36,5 kgfm. Este foi o motor que chegou ao Brasil. Sua versão GDi tinha até 338 cavalos e 40,3 kgfm.
Porém, o Hyundai Genesis podia ir além disso e ainda havia duas opções maiores.
Os motores V8 Tau tinham 4.6 litros e 366 cavalos com 44,8 kgfm na versão MPi, enquanto a GDi (de 2011 em diante) entregava 390 cavalos e até 46 kgfm.
E não parou por aí.
Compartilhando o principal motor do Eqqus, o Hyundai Genesis teve o V8 5.0 da família Tau, com injeção direta e 435 cavalos, bem como 52 kgfm.
A transmissão era sempre automática, tendo duas caixas (ZF inicialmente e Aisin depois) de seis marchas e uma de oito velocidades.
Na atualização de 2012, o Hyundai Genesis chegou de fato a ter um visual mais esportivo dada as lentes escurecidas.
Havia uma opção de 2010, que dava ao Tau V6 4.6 uma potência de 385 cavalos sem injeção direta. Nunca teve tração nas quatro rodas nessa geração BH.
A R-Spec surgiu em 2012 com a versão V8 5.0, ostentando rodas aro 19 polegadas e um pacote mais agressivo.
Entre esse ano e o fim da primeira geração, em 2014, só tinha câmbio de oito marchas, o chamado Shiftronic.
Aqui no Brasil, o Hyundai Genesis chegou em 2012 por R$ 220 mil. O objetivo era ser o topo de linha da marca, apesar do Eqqus ter chegado na mesma época e por um preço bem superior.
Aqui, o propulsor escolhido foi o V6 3.8 de 290 cavalos.
Apesar do luxo, aqui ele foi encarado como um Hyundai apenas e as vendas não empolgaram, tanto que saiu de cena no ano seguinte.
O Azera, por sua vez, fazia bem mais sucesso por aqui.
Era vendido em nosso mercado apenas com suspensão dotadas de molas helicoidais, mas no exterior havia opção totalmente pneumática.
Hyundai Genesis – segunda geração
Em 2015, a Hyundai revela a segunda geração do Genesis.
O sedã de luxo teve sua plataforma atualizada, como é praxe no fabricante sul-coreano.
Tendo entre eixos de 3,001 m, o Hyundai Genesis 2015 mede 4,990 m de comprimento, 1,890 m de largura e 1,480 m de altura.
A frente ficou menos fluida, porém, mais consistente. O conjunto ótico passou a ser full LED e ganhou vigias laterais nas colunas C. As lanternas ficaram menos e ganharam feixes de LED.
Os para-choques ficaram mais limpos, especialmente o traseiro, que manteve os escapes integrados, agora retangulares.
Por dentro, o Hyundai Genesis 2015 não ousou tanto e manteve o layout de multimídia com tela central ladeada por difusores de ar.
O acabamento em madeira no conjunto ficou até mais acentuado. A instrumentação analógica parecia fazer uma ligação com o passado.
No console central, até um relógio analógico “clichê” estava presente. Sem empolgar, o ambiente era o mais sóbrio possível.
Batizada de geração DH, esta vinha com opção de tração nas quatro rodas e eliminou de vez os motores MPi, mantendo as versões GDi de Lambda V6 3.3 e 3.8, assim como o V8 Tau 5.0. O 4.6 foi retirado definitivamente.
Estes agora têm 282, 315 e 425 cavalos, respectivamente. Entretanto, a Hyundai adicionou um V6 3.0 GDi de 257 cavalos.
O câmbio automático de oito marchas foi mantido sem alterações.
Virando marca
Apesar de seguir fielmente a proposta da geração anterior, o Hyundai Genesis mais recente sofreu uma pressão maior por ainda estar ligado diretamente à marca popular.
Por fim, vendo que uma marca premium em separado teria mais poder de manobra para rivalizar com os alemães, a Hyundai criou em 2015 a marca Genesis Motor.
Oficialmente agora divisão de luxo do grupo Hyundai, ela tem um time de executivos internacionais, incluindo o designer-chefe da Kia, Peter Schreyer.
Estranhamente, o primeiro modelo não foi o próprio Hyundai Genesis, mas o G90, um modelo maior e destinado como sucessor do Equus.
Só então, no ano seguinte, é que o modelo ex-Hyundai passou a ser denominado Genesis G80. O sedã ganhou um facelift e poucas alterações físicas.
Um irmão menor, o G70, tem como alvo os alemães A4, Série 3 e Classe C, mas o G80 manteve seu alvo nos equivalentes maiores, ficando o G90 para A8, Série 7 e Classe S.
O Hyundai Genesis Coupe teve apenas uma geração que durou oito anos e não entrou na linha da Genesis Motor, sendo eliminado em 2016.
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