terça-feira, 30 de julho de 2019

O que há de errado com o protecionismo?

Pierre Lemieux. ? The Rowman & Littlefield Publishing Group, Lanham, Maryland; 2018. Pp. xv + 125. US$ 19.95.

Este pequeno livro responde a sete objeções comuns ao livre comércio correspondentes às sete seções desta resenha. Ele aponta com sucesso as falácias subjacentes a essas objeções, introduzindo Teorias de Livre Comércio e fornecendo exemplos e estatísticas correspondentes. Nesta resenha, Bangyu He resume alguns conceitos e conclusões consideradas mais importantes e interessantes.

Como o objetivo deste livro é combater concepções errôneas sobre o protecionismo, o livro enfatiza os trabalhos conceituais, em vez de estudos quantitativos. Ele esclarece conceitos econômicos relevantes e teorias do comércio no corpo de cada capítulo. Nos ensaios após cada capítulo, as aplicações desses conceitos e teorias são coletadas na forma de estudos de caso ou extensões.

I Objeção: Americanos Não Podem Competir Contra Produtores Estrangeiros De Baixo Custo

  1. A Teoria da Vantagem Comparativa afirma um país ganha ao exportar o que tem vantagem comparativa na produção e importar o que os países estrangeiros têm, pois obtém uma vantagem comparativa na produção (p. 10).
  2. A troca mutuamente benéfica pode ocorrer mesmo com vantagem absoluta, uma vez que as diferenças dentro dos países nos custos internos relativos à produção de bens e serviços são o que gera vantagem comparativa e a oportunidade para trocas mutuamente benéficas (p. 13).
  3. Um país sempre terá alguma vantagem comparativa, mesmo sendo apenas por causa de sua localização geográfica e outras características, como sua história, instituições e cultura (p. 14).
  4. A análise econômica mostra não só um país ser capaz de competir com produtores de baixo custo, mas também o interesse em fazê-lo, desde quando seja especializado em bens onde tenha uma vantagem comparativa (p. 15). .
  5. Os Estados Unidos têm uma vantagem comparativa em serviços, muitos produtos agrícolas e muitos subsetores de manufatura especializados (pp. 19-20).

II Objeção: o livre comércio prejudica os Estados Unidos

  1. James Mill escreveu: “O benefício derivado da troca de uma mercadoria por outra, surge, em todos os casos, da mercadoria recebida, não da mercadoria ofertada” (p. 22).
  2. Em praticamente todos os casos, a proteção gera um custo líquido em comparação com o livre comércio ou, alternativamente, o livre comércio gera um benefício líquido em comparação com a proteção (pág. 23).
  3. As importações não são uma dedução do PIB porque, por definição, elas não fazem parte dela (pp. 29-30).

III Objeção: o déficit comercial é ruim

  1. Não há nada de inerentemente bom ou inerentemente ruim em um déficit comercial (p. 32).
  2. O déficit em conta corrente americana é em grande parte um reflexo do fato de os estrangeiros quererem investir na América. Nessa perspectiva, o déficit em conta corrente não é uma causa do declínio americano, mas, ao contrário, uma consequência do crescimento e da atratividade dos Estados Unidos para os investidores (p. 34).
  3. Paul Krugman escreveu: “O argumento do economista para o livre comércio é essencialmente um caso unilateral: um país atende a seus próprios interesses buscando o livre comércio independentemente do que outros países possam fazer” (p. 36).
  4. A menos que seja alimentado por déficits do governo, um déficit comercial permite os investidores estrangeiros criarem fábricas, equipamentos industriais, armazéns, edifícios comerciais e outros bens de capital possíveis de beneficiar a maioria dos americanos, trabalhadores e consumidores (p. 38).
  5. Não há correlação estatisticamente significativa entre o déficit comercial como proporção do PIB e as taxas de desemprego no período de 1960 a 2016 (p. 43).

IV Objeção: Os Estados Unidos estão perdendo suas fábricas

  1. A produção industrial não caiu como o emprego porque a produtividade do trabalho aumentou como resultado de vários fatores, incluindo progresso tecnológico e longas cadeias de suprimento (p. 46).
  2. A tecnologia tem sido a principal causa do número reduzido de empregos na manufatura (p. 47).
  3. A vantagem comparativa dos Estados Unidos está nos serviços mais sofisticados – como concepção, projeto, engenharia, logística e distribuição – e não na fabricação em si (p. 47).
  4. De acordo com as duas medidas de produção – produção e valor agregado –, parece a produção industrial estar estabilizada ou ter continuado seu crescimento após a recessão (p. 52).

V Objeção: Comércio Destrói Empregos

  1. O consumo e os rendimentos necessários para consumir são melhores indicadores de bem-estar em vez do número de empregos (p. 54).
  2. O comércio pode assemelhar-se ao progresso tecnológico: elimina empregos em alguns setores, mas cria um número equivalente ou maior de empregos em outras partes da economia (p. 54).
  3. Embora se possa simpatizar com a vítima de rupturas econômicas, o comércio não deve ser impedido tal como uma postura ludita quanto ao progresso tecnológico apenas por causa de seus custos de curto prazo (p. 58).
  4. Vários estudos empíricos concluíram: a abertura ao comércio está associada a taxas mais altas de crescimento econômico (p. 58).
  5. A população, em lugar do comércio, impulsiona mais o emprego (p. 66).

VI Objeção: o comércio reduz os salários

  1. O comércio deve reduzir os preços dos bens de consumo e aumentar a renda real média dos residentes dos EUA, em comparação ao recebido sem o comércio (p. 69).
  2. Os salários são determinados pela produtividade do trabalho; o livre comércio aumenta a produtividade do trabalho; portanto, o livre comércio aumenta os salários (p. 70).
  3. O comércio internacional não é um jogo de soma zero: ambos os países ganham (p. 71).

VII. Objeção: o livre comércio não é justo

  1. Interesses pequenos e concentrados têm maior capacidade e incentivos para se organizarem para fazer lobby e outras ações políticas em vez de interesses grandes e difusos. Em geral, os interesses mais bem organizados e melhor financiados ganham no processo político (p. 78).
  2. Para os indivíduos, os benefícios do intercâmbio atravessam as fronteiras políticas – eles não estão confinados dentro de um país (p. 79).
  3. Comércio livre é comércio justo. O argumento do comércio justo é geralmente uma desculpa para interesses especiais ou poder do Estado. O que é justo é permitir cada indivíduo ou entidade privada atingir suas próprias barganhas (p. 94).

Em conclusão, Pierre Lemieux efetivamente avalia e ataca os sete princípios errôneos do protecionismo. Na verdade, este livro serve como um roteiro para entender os benefícios do livre comércio sobre o protecionismo.

Os seis primeiros capítulos deste livro apresentam conceitos e teorias do comércio internacional. Para uma análise detalhada, pode-se referir ao Free Trade Under Fire de Douglas Irwin. Os dois últimos capítulos, capítulos 7 e 8, cobrem as principais mensagens do livro The Fair Trade Fraud, escrito por James Bovard.

Avaliado por Bangyu He, Duke University (Estudante, Mestrado em Economia). Ele agradece ao professor Edward Tower e Mia Mikic, secretaria da ARTNeT pelo feedback construtivo.

O que há de errado com o protecionismo? publicado primeiro em https://fernandonogueiracosta.wordpress.com



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