Ela não nasceu em 2005, mas podemos dizer que ela renasceu neste ano em específico. Fundada em 1966 na Romênia, a Automobili Dacia é uma das poucas marcas do antigo Pacto de Varsóvia que sobreviveram após o fim da URSS.
Em 1998, a Dacia foi comprada pela Renault, então capitaneada por Carlos Ghosn. Nos cinco anos seguintes, a romena só apresenta carros simplórios e ultrapassados como SuperNova e Solenza.
A Dacia ainda era uma mera nota de rodapé no continente europeu, até que a Renault contribuiu para o projeto do Logan, um sedã compacto e simples, que prometia um preço imbatível até para o mercado da Europa Ocidental.
Com um projeto de baixo custo focado no preço final, o Dacia Logan não era um produto que estaria nas lojas dos principais mercados europeus.
O sedã compacto com enorme entre eixos, tinha um bom espaço interno e porta-malas que lembravam o Fiat Prêmio. O aproveitamento do volume era máximo. Chamado X90 na Renault, o projeto do Logan foi considerado para motorizar o Leste Europeu, mas logo a marca francesa viu que ele poderia ter resultado no outro lado do continente.
Assim, com preços a partir de € 5.900, o Logan começou a vender muito diante dos carros da Renault em 2005, ano em que cruzou as fonteiras da Romênia. Assim, a Dacia começou a ficar em evidência nos mercados consolidados do Oeste.
A ideia de um carro barato, espaçoso e confiável fez com que a marca romena se convertesse em uma bandeira de baixo custo eficiente.
Logo, a Dacia emplacaria o Sandero e também o Duster, além de derivados do primeiro, incluindo minivan, furgão e até uma picape de trabalho.Não demorou para surgir novos derivados numa segunda geração (Dokker e Lodgy).
Nessa altura, a Dacia já havia influenciado a Renault de tal forma, que assumiu seu portfólio em diversos lugares, entre eles o Brasil. A fórmula romena deu certo por aqui, onde a gama francesa (criticada por muitos) deu lugar aos compactos que fizeram a marca decolar.
A Renault acabou usando sua marca em produtos que originalmente ela nem imagina emplacar com o losango. A influência da Dacia fez até com que surgissem produtos exclusivos da francesa, como a picape Oroch e o crossover-cupê Arkana, todos derivados da plataforma do Duster.
Com custos aumentando na Romênia, a Dacia – através da Renault – expandiu-se até para o Magreb (Norte da África) para manter seu portfólio de produto de baixo preço na Europa.
Também fez sucesso na Rússia, emprestando alguns modelos para a Lada, que também é parte da aliança Renault-Nissan. Sim, a japonesa teve e ainda tem produtos com base Dacia, como o Kicks indiano.
Considerada a galinha dos ovos de ouro da Renault, a Dacia tem sua margem de lucro oculta sob sete chaves. A fórmula do baixo custo lucrativo ainda é um mistério, mas sabe-se que é real.
Agora, o desafio da Dacia é manter esse custo com a eletrificação para não pagar multas. Será a primeira vez em 15 anos que a montadora de origem eslava terá de mudar seu conceito de simplicidade.
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