sexta-feira, 13 de março de 2020

Você sabe como a tecnologia interfere na qualidade do café?

Produzir mais e melhor é uma preocupação constante na cabeça de muitos agricultores que buscam se destacar no mercado. Embora nem sempre seja viável expandir as áreas de cultivo, adotar melhores práticas no campo sempre é possível, ainda mais quando usamos a tecnologia como aliada. A inovação oferece diversos benefícios aos produtos agrícolas, e com a qualidade do café não é diferente.

Para que o consumidor tenha em sua xícara uma bebida saborosa, encorpada e — por que não? — perfeita, os cuidados com os grãos começam antes mesmo do plantio, com a seleção dos cultivares e o preparo do solo. A manutenção da lavoura, a colheita e o fluxo de beneficiamento do café também merecem atenção, uma vez que a implementação de processos mais eficientes gera melhores resultados — tanto do ponto de vista do sabor quanto da lucratividade.

Se você busca melhores formas de produzir seu café, está no lugar certo! Preparamos este post para mostrar como a tecnologia interfere na qualidade dos grãos e explicar por que você não deve fechar os olhos para as inovações na agricultura. Acompanhe!

A importância da qualidade do café

O valor histórico da cultura cafeeira no Brasil é inegável, e a herança do passado pode ser vista até os dias de hoje: nosso país ocupa o posto de maior produtor mundial de café, respondendo por cerca de 36% dos grãos produzidos (ou 58 milhões de sacas). Os números podem impressionar, mas o que vemos nos últimos anos é que o consumo do café tende a superar sua produção.

No cenário atual, não é apenas a quantidade que importa. Hoje, vivemos em um mercado muito competitivo e que sente os efeitos da gourmetização, com consumidores buscando um paladar cada vez mais refinado. Como o sabor e a qualidade do café estão intimamente relacionados, o momento da colheita se torna uma etapa cada vez mais crítica. 

Uma boa seleção dos grãos maduros, por exemplo, além de influenciar na qualidade da bebida, resulta no aumento da produtividade. Isso permite que os grãos sejam comercializados com preço melhor ao mesmo tempo em que geram mais rentabilidade ao produtor.

Os fatores que interferem na qualidade dos grãos 

Do solo até o consumidor, o café percorre uma longa jornada. Cuidar de cada etapa envolvida no preparo dos grãos é primordial para garantir uma bebida de boa qualidade e para alavancar a produtividade do agricultor. 

Continue a leitura para conhecer os principais fatores que têm influência nas características do produto final e que devem ser controlados de perto pelos produtores.

Cultivo

Cerca de 76% do café produzido no Brasil é do tipo Arábica, que oferece naturalmente uma estrutura mais complexa e delicada. De maneira geral, os cafés Arábica bem trabalhados resultam em bebidas de ótima qualidade, que carregam em si as características do solo e do clima da região em que foram plantados.

Os cafés Conilon (ou Robusta), por outro lado, oferecem uma bebida menos requintada, mais amarga e com poucas variações. Eles são mais resistentes a pragas, o que facilita o seu processo de cultivo. 

Colheita

Depois de implantada a lavoura, o processo de colheita do café se torna importante. Nesse momento, é importante contar com as ferramentas certas, já que os métodos tradicionais fornecem uma mistura de frutos verdes, verde-amarelados, cerejas, passas e secos da planta.

Por isso, é importante que o agricultor invista em colhedoras de café que apresentem um ótimo desempenho, conseguindo colher um grande volume de grãos maduros, no ponto ideal para produzir as melhores bebidas.

Secagem

Nessa etapa, o fator tempo é crucial, e os grãos devem ser enviados às unidades de secagem rapidamente para evitar a fermentação. A partir daí, o preparo do café pode seguir por duas vias: seca ou úmida.

Muitos produtores usam o sistema normal de secagem ao sol em terreiros, evitando deixar os grãos amontoados para que não haja perda da qualidade do café. Já outros agricultores preferem despolpar o café pela via úmida, um método empregado para frutos colhidos no estágio cereja e que deve ser bem conduzido para que o café tenha boa aceitação no mercado.

É possível, ainda, utilizar secadores rotativos, de forma a alcançar uma secagem rápida e uniforme.

A influência da tecnologia na qualidade dos grãos

O café é uma cultura com custo inicial de plantio alto e que requer investimento anual, uma vez que tem tratamento bem superior a lavouras de soja e milho. Para potencializar os resultados do campo, a tecnologia tem um papel fundamental.

Conheça, a seguir, alguns exemplos de inovação aplicada à melhoria da qualidade do café.

Melhoramento de mudas

A cafeicultura na região amazônica vive um momento de expansão impulsionado pelo aumento da produtividade e da qualidade do café. As plantas mais promissoras foram selecionadas e, a partir delas, foram produzidas mudas clonais que deram origem a novas lavouras.

Atualmente, mais de 100 matrizes produzem mudas em escala comercial, mas há pouca informação sobre suas características agronômicas. Uma parceria entre a Embrapa e produtores de café no estado de Rondônia pretende mudar esse quadro ao avaliar 60 clones de café canéfora durante 4 safras de produção.

A partir da análise dos resultados, o detentor do material genético (produtor) poderá registrá-lo no Registro Nacional de Cultivares, ampliando as possibilidades para todos os agricultores da região. Nesse modelo, o produtor não é visto apenas como um usuário da tecnologia, mas como agente ativo do processo de melhoramento genético.

Modernização dos processos 

As tecnologias modernas otimizam diversas etapas do processo produtivo. Para melhorar a qualidade do café, muitos produtores já investem na fertirrigação. Como o nome sugere, esse método une a fertilização à irrigação. Com isso, as plantas recebem água e nutrientes na quantidade ideal e de forma automatizada. 

A modernização também pode ser observada no momento da colheita. O uso de colhedoras de alta tecnologia é ótimo e ajuda a colher um grande volume de frutos com rapidez. Isso é muito importante, já que, quando o café chega no ponto ideal de colheita, é preciso aproveitar ao máximo os grãos maduros antes que eles percam qualidade. 

Manter um bom ritmo de derriça ainda contribui para que o fluxo de café seja constante para as unidades de despolpa, secagem, armazenamento e beneficiamento. Na prática, isso representa mais produtividade e, consequentemente, lucratividade.

Render-se à tecnologia é, portanto, uma forma de produzir mais e melhor. Em uma época em que os consumidores valorizam cada vez mais a qualidade do café, contar com um produto diferenciado é uma necessidade para sobreviver no mercado. Poder oferecer grãos melhores e ainda lucrar mais com eles é uma ótima estratégia, não acha?

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