sexta-feira, 27 de março de 2020

Juro Real na Mínima Histórica

Lucas Hirata e Victor Rezende (Valor, 27/03/2020) avaliam: em um movimento quase inimaginável há alguns anos, a taxa de juro real do Brasil recuou praticamente a zero nos últimos dias. Em tempos normais, sinalizaria uma política monetária bastante estimulante.

No entanto, diante de um choque sem precedentes na atividade em todo o mundo, a percepção de boa parte dos participantes de O Mercado é no sentido de pressionar o Banco Central efetuará cortes adicionais na Selic para tentar dar impulso à recuperação da economia mais à frente. Devem estar “comprados em dólar”!

A expectativa por novas rodadas de afrouxamento monetário tem derrubado as taxas futuras de juros na B3, em movimento resultante em novas mínimas históricas do juro real de curto prazo. Isto tem levado a MtM (Market-to-Market) ou MAM (Marcação-a-Mercado) nos FIF RF e à perda de capital de investidores PF com suas reservas para aposentadoria em títulos prefixados.

Cálculo do Valor Data a partir do contrato de swap de juro de 360 dias, descontada a projeção de inflação no Boletim Focus para um ano, apontou no dia 25 de março de 2020 uma taxa de juro real de 0,08%, o nível mais baixo em toda a série histórica, iniciada em 2002.

A queda do juro real leva à fuga de capital para o exterior porque a bolha de ações inflou e já explodiu. Nos últimos dias, bancos como J.P. Morgan e Barclays pressionam para uma redução de 0,50 ponto percentual na Selic, apesar do discurso adotado pelo Banco Central de o juro em 3,75% aa estar em um nível adequado.

Ele sabe o tamanho da dívida corporativa em dólares ter elevado ¼ quando o dólar aumentou seu patamar médio de R$ 4/US$ para R$ 5/US$ em um trimestre. Veja acima a dívida externa em reais no fim de 2019 e multiplique por 1,25.

O Relatório de Inflação divulgado ontem comemorava o resultado do ano passado! 😦

“O estoque de endividamento amplo das firmas passou de R$ 2.892,8 bilhões em dezembro de 2018 para R$ 3.051,1 bilhões ao final de 2019. Apesar do aumento da dívida total, a participação da dívida externa recuou 0,6 p.p. no período – único decréscimo anual nos últimos cinco anos – passando de 41,1% para 40,5%. Esse movimento foi mais do que compensado pelo aumento do financiamento junto ao mercado doméstico de capitais (Gráfico 1).” 🙂

Juro Real na Mínima Histórica publicado primeiro em https://fernandonogueiracosta.wordpress.com



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