sexta-feira, 6 de março de 2020

Direita Briga com Números: Fracasso Esperado é Confirmado

A propaganda enganosa da aliança entre a casta dos militares e a casta dos mercadores só iludiu os incautos disponíveis para ser massa-de-manobra da casta dos sabidos-pastores e estes negociarem o apoio à extrema-direita. Economistas submissos a essa deveriam devolver seus diplomas por desonestidade profissional! Prometeram algo — o Paraíso na Terrae Brasilis caso a Reforma da Previdência Social cortasse os direitos dos trabalhadores — e não entregaram!

No quarto trimestre de 2019, o investimento na economia brasileira caiu 3,3% em relação ao trimestre anterior. Além disso, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o consumo das famílias cresceu só 0,5%, abaixo do observado no mesmo período de comparação. Combinados, os dois resultados mostram o ritmo de expansão do PIB ter desacelerado no fim do ano passado, evidenciando a dificuldade para crescer de forma mais rápida se a economia brasileira arrasta desde a Grande Depressão de 2015/16, quando voltou a Velha Matriz Neoliberal e os golpistas sabotaram e golpearam a Presidenta eleita.

No primeiro ano do governo do capitão reformado, contrariando a propaganda enganosa dos participantes de O Mercado, a economia cresceu apenas 1,1%, abaixo do avanço anual, de 1,3%, nos dois anos da gestão Michel Temer. O desempenho é o quinto pior deste século. A imprensa oficiosa chapa-branca, no início de 2019, anunciava o país crescer perto de 3%!

O setor externo terá em 2020 o quarto ano consecutivo com contribuição negativa para o PIB do país. A perspectiva para este ano é de as exportações caírem novamente, mas a contribuição do setor externo deve ser pior. A desvalorização cambial será inflacionária, brevemente, e terá seus possíveis efeitos positivos mitigados pela baixa demanda externa.

A participação da indústria de transformação no Produto Interno Bruto (PIB) do país atingiu no ano passado o menor nível da série histórica do IBGE, iniciada em 1996: 11%. Em 2018, era de 11,4%.

No melhor momento da série do IBGE, em 2004, a fatia da indústria no PIB atingiu 17,8%. Em uma série histórica mais longa, esta é a menor participação da indústria no PIB desde 1947.

A renda do brasileiro nunca se recuperou tão lentamente de uma recessão econômica por conta de:

o golpe semi-parlamentarista,

a criminalização das grandes incorporadoras pela Operação Lava-Jato,

a conquista e o desmanche do Estado brasileiro, destacadamente dos bancos públicos, pela aliança entre militares e mercadores.

Nas demais crises dos anos 80 e 90, o PIB per capita estava recomposto ao 23o trimestre após o início da crise, exatamente no mesmo tempo transcorrido agora. Mantida a atual dinâmica, serão necessárias mais duas décadas para recuperar o padrão de vida do período pré-recessão.

Cálculos do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) mostram o PIB per capita – divisão do PIB pelo tamanho da população – ter crescido a um ritmo médio de 0,4% a partir de 2017, o primeiro ano de recuperação. A alta foi de 0,5% em 2017 e de 0,5% em 2018. Em 2019, desacelerou para 0,3%.

No ano passado, o PIB per capita estava em R$ 34.533 por brasileiro – caso houvesse uma distribuição igualitária da renda entre seus habitantes. Esse valor nominal é semelhante ao registrado em 2013, segundo informou a coordenadoria de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O levantamento do Ibre/FGV tem como base a marcação do Comitê de Datação de Ciclos Econômicos (Codace), que define a mais recente recessão entre o segundo trimestre de 2014 e o quarto trimestre de 2016. No período, o PIB per capita teve queda acumulada de 8,6%. Desde então, o crescimento acumulado foi de 1,3%.

Não existe na história documentada, dos anos 40 para cá, recuperação mais lenta do que essa. País está sem estímulo de crescimento na economia, historicamente, aqui, uma responsabilidade assumida pelo governo.

Desde o início da recessão, o país percorreu 23 trimestres. A retomada mais lenta até então havia sido a da crise de 1981, uma das mais severas já documentadas. Naquele momento, a renda per capita recuperou seu nível pré-recessivo no 22o trimestre, ou seja, por volta de 1986.

O PIB per capita de 1981 era muito menor e pior distribuído se comparado ao atual. Mas é fato, sem dúvida, a retomada está mais lenta.

Pelos cálculos do Ibre/FGV, se o ritmo da recuperação da renda permanecer o mesmo de 2019 (0,3%), o país levará 23 anos para recompor suas perdas. Se a recuperação mantiver o ritmo médio dos últimos três anos (0,4%), serão necessários mais 15 anos. Nos dois casos, o cenário considera avanço populacional de 0,8% ao ano.

Essa lenta recuperação tem consequências econômicas e sociais que não podem ser ignoradas. Ela gera impactos sobre bem-estar da sociedade e também pode ter consequências políticas brevemente. O tempo de recuperação afeta sobretudo o emprego, são 12 milhão de desempregados!

Em 2019, o PIB (Produto Interno Bruto) cresceu 1,1% frente a 2018, após altas de 1,3% em 2018 e 2017, e de retrações de 3,5% em 2015 e 3,3% em 2016. Houve altas na Agropecuária (1,3%), na Indústria (0,5%) e Serviços (1,3%). O PIB totalizou R$ 7,3 trilhões em 2019.

Período de comparação Indicadores (%)
PIB AGROP INDUS SERV FBCF CONS. FAM CONS. GOV
Trimestre / trimestre imediatamente anterior (com ajuste sazonal) 0,5% -0,4% 0,2% 0,6% -3,3% 0,5% 0,4%
Trimestre / mesmo trimestre do ano anterior (sem ajuste sazonal) 1,7% 0,4% 1,5% 1,6% -0,4% 2,1% 0,3%
Acumulado em quatro trimestres / mesmo período do ano anterior (sem ajuste sazonal) 1,1% 1,3% 0,5% 1,3% 2,2% 1,8% -0,4%
Valores correntes no 4ºtrimestre (R$) 1,893 trilhão 60,0 bilhões 331,7 bilhões 1,223 trilhão 280,6 bilhões 1,239 trilhão 423,4 bilhões
Valores correntes no ano (R$) 7,257 trilhões 322,0 bilhões 1,301 trilhão 4,590 trilhões 1,114 trilhão 4,712 trilhões 1,472 trilhão
Taxa de investimento (FBCF/PIB) 2019 = 15,4%
Taxa de poupança (POUP/PIB) 2019 = 12,2%

O PIB per capita variou 0,3% em termos reais, alcançando R$ 34.533 em 2019. A taxa de investimento em 2019 foi de 15,4% do PIB, acima do observado em 2018 (15,2%). Já a taxa de poupança foi de 12,2% (ante 12,4% em 2018). 

Frente ao 3º trimestre, na série com ajuste sazonal, o PIB teve alta de 0,5% no 4º trimestre de 2019. A Indústria e os Serviços apresentaram variação positiva de 0,2% e 0,6%, respectivamente, enquanto a Agropecuária recuou (-0,4%). 

O material de apoio das Contas Trimestrais está à direita desta página.

Principais resultados do PIB a preços de mercado do 4º Trimestre de 2018 ao 4º Trimestre de 2019
Taxas (%) 2018.IV 2019.I 2019.II 2019.III 2019.IV
Acumulado ao longo do ano / mesmo período do ano anterior 1,3 0,6 0,8 1,0 1,1
Últimos quatro trimestres / quatro trimestres imediatamente anteriores 1,3 1,1 1,1 1,0 1,1
Trimestre / mesmo trimestre do ano anterior 1,2 0,6 1,1 1,2 1,7
Trimestre / trimestre imediatamente anterior (com ajuste sazonal) 0,0 0,0 0,5 0,6 0,5
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais

PIB tem alta de 1,1% em 2019

Em 2019, o PIB teve crescimento de 1,1% em relação ao ano anterior. O crescimento do PIB resultou da expansão de 1,1% do Valor Adicionado a preços básicos e da alta de 1,5% no volume dos Impostos sobre Produtos líquidos de Subsídios. O resultado do Valor Adicionado neste tipo de comparação refletiu o desempenho das três atividades que o compõem: Agropecuária (1,3%), Indústria (0,5%) e Serviços (1,3%).

Em decorrência deste crescimento, o PIB per capita alcançou R$ 34.533, (em valores correntes) em 2019, um avanço (em termos reais) de 0,3% em relação a 2018.

A variação em volume do Valor Adicionado da Agropecuária no ano de 2019 (1,3%) decorreu do desempenho positivo tanto da agricultura quanto da pecuária, com destaque para o milho (23,6%), algodão (39,8%), laranja (5,6%) e feijão (2,2%).

Na Indústria (0,5%), o destaque positivo foi o desempenho da atividade Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos, que cresceu 1,9% em relação a 2018. Já o destaque negativo foi das Indústrias Extrativas, que sofreram queda de 1,1%.

A Construção cresceu 1,6% no ano, sendo seu primeiro resultado positivo após cinco anos consecutivos de queda. As Indústrias de Transformação, por sua vez, apresentaram estabilidade (0,1%). O resultado foi influenciado, principalmente, pelo crescimento, em volume, do Valor Adicionado da fabricação de produtos de metal, de produtos alimentícios, de bebidas e produtos derivados do petróleo.

As atividades que compõem os Serviços e apresentaram variação positiva foram: Informação e comunicação (4,1%), Atividades imobiliárias avançou (2,3%), Comércio (1,8%), Outras atividades de serviços (1,3%), Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (1,0%) e Transporte, armazenagem e correio (0,2%). A atividade de Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (0,0%) se manteve estagnada no ano.

Entre os componentes da demanda interna, houve avanço do Consumo das Famílias (1,8%) e da FBCF (2,2%), segundo resultado positivo após uma sequência de 4 anos negativos. O Consumo do Governo teve variação negativa (-0,4%).

No setor externo, as Exportações de Bens e Serviços caíram 2,5%, enquanto as Importações de Bens e Serviços avançaram 1,1%.

PIB atinge R$ 7,3 trilhões em 2019

No acumulado do ano, o PIB em valores correntes totalizou R$ 7,3 trilhões, dos quais R$ 6,2 trilhões se referem ao VA a preços básicos e R$ 1,0 trilhão aos Impostos sobre Produtos líquidos de Subsídios.

A taxa de investimento em 2019 foi de 15,4% do PIB, acima do observado em 2018 (15,2%). Já a taxa de poupança foi de 12,2% (ante 12,4% em 2018).

PIB cresce 0,5% em relação ao 3º tri de 2019

O PIB cresceu 0,5% no 4º trimestre de 2019 na comparação com o trimestre imediatamente anterior (com ajuste sazonal). A Indústria e os Serviços apresentaram variação positiva de 0,2% e 0,6%, respectivamente, enquanto a Agropecuária recuou (-0,4%).

Dentre as atividades industriais, a alta foi puxada pelas Indústrias Extrativas (0,9%). As atividades de Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (0,6%) e Indústrias de Transformação (0,3%) também apresentaram variações positivas. Já a Construção (-2,5%) se retraiu no período.

Nos Serviços, as atividades de Informação e comunicação (1,9%), Transporte, armazenagem e correio (1,2%), Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (0,9%), Outras atividades de serviços (0,8%), Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (0,8%), Atividades imobiliárias (0,3%) apresentam variações positivas, enquanto a atividade de Comércio (0,0%) se manteve estável.

Pela ótica da despesa, a Formação Bruta de Capital Fixo caiu 3,3%. Já a Despesa de Consumo das Famílias e a Despesa de Consumo do Governo cresceram, respectivamente, 0,5% e 0,4% em relação ao trimestre imediatamente anterior.

No setor externo, as Exportações de Bens e Serviços cresceram 2,6%, enquanto as Importações de Bens e Serviços caíram 3,2% em relação ao terceiro trimestre de 2019.

Em relação ao 4º tri de 2018, PIB avança 1,7%

Frente ao 4º trimestre de 2018, o PIB teve alta de 1,7%, o décimo-segundo resultado positivo consecutivo, após 11 trimestres de queda nesta base de comparação. O Valor Adicionado a preços básicos cresceu 1,6% e os Impostos sobre Produtos Líquidos de Subsídios subiram 1,9%.

A Agropecuária registrou variação positiva de 0,4% em relação a igual período do ano anterior.

A Indústria avançou 1,5%. O crescimento foi puxado pelas Indústrias Extrativas (3,4%) puxado pelo aumento da extração de petróleo e gás natural, já que a extração de minério de ferro continua caindo.

As Indústrias de Transformação (1,1%) foram puxadas pela alta de fabricação de produtos alimentícios, produtos derivados de petróleo e produtos de metal. A Construção cresceu 1,0% obtendo seu terceiro resultado positivo nessa base de comparação após queda por vinte trimestres consecutivos. A atividade de Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos por sua vez teve queda de 0,8% reflexo de bandeiras tarifárias em situação pior neste trimestre em relação ao mesmo do ano anterior.

Serviços subiu 1,6%, nessa comparação, com destaque para a expansão da atividade de Informação e comunicação (4,6%) e Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (3,0%). As demais também tiveram resultado positivo: Comércio (2,2%), Atividades Imobiliárias (1,5%), Outras atividades de serviços (1,5%), Transporte, armazenagem e correio (1,0%) e Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (0,4%).

Entre os componentes da demanda interna, a Despesa de Consumo das Famílias (2,1%) e a Despesa de Consumo do Governo (0,3%) tiveram expansão, enquanto a Formação Bruta de Capital Fixo teve variação negativa (-0,4%) em relação a igual período do ano anterior.

No setor externo, as Exportações de Bens e Serviços caíram 5,1%, assim como as Importações de Bens e Serviços apresentaram variação negativa de 0,2% no 4° trimestre de 2019.

DOCUMENTOS

Direita Briga com Números: Fracasso Esperado é Confirmado publicado primeiro em https://fernandonogueiracosta.wordpress.com



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