Se antes já estava complicado (e caro) obter uma licença para circular com um carro nos grandes centros chineses, agora a coisa deve ficar muito pior. O surto (que virou pandemia) de coronavírus atingiu forte o país e derrubou o mercado automotivo em fevereiro, que despencou 79%.
Em um mercado de 25 milhões de carros, uma queda como essa foi catastrófica. Contudo, algo mudou após o surto ser estabilizado no país, que agora não contabiliza mais casos novos do Covid-19 há alguns dias. O consumidor chinês foi profundamente afetado pelo coronavírus e isso deve impactar as vendas de automóveis, mas não para baixo.
Uma pesquisa da consultoria Ipsos, feita brevemente no país, apontou uma mudança no perfil de comprador de carros e mais, também naqueles que não tinham ou não consideravam ter um automóvel. O medo de contaminação pelo Covid-19 no transporte público, está fazendo com que muita gente considere ter um veículo no lugar de usar metrô, trem ou ônibus.
A pesquisa comparou os perfis dos consumidores antes e depois do surto do Covid-19 na China e verificou o seguinte: Dos que não tinham carro, apenas 34% considerariam adquirir um nos próximos seis meses. Após o vírus, esse índice aumentou para 66%. Destes de primeira compra, 77% alegaram o temor de contaminação no transporte público.
Os que estavam de olho em moto, continuou a ter a mesma visão depois do coronavírus, com 45% dos entrevistados. Contudo, 56% daqueles que usavam o transporte público (ônibus e metrô) disseram que continuariam a utiliza-lo no semestre adiante, mas depois do Covid-19, apenas 24% destes continuarão nos coletivos.
Aqueles que consideravam o táxi nos próximos seis meses, caiu de 21% para 15%. Já em relação à locação ou car sharing, estes subiram de 3% para 5%. O perfil do comprador de carros também foi alterado. Agora, 51% querem automóveis com climatização dotada de filtragem do ar. E mais, 49% ainda querem um interior com materiais antibactericidas.
Na preferência geral por automóveis, o principal argumento para compra é um interior considerado saudável, sendo o desejo de 69% dos consultados, superando segurança e qualidade, que ficaram com 64% e 63%, respectivamente. As mudanças continuam.
Descobriu-se que 67% dos consumidores buscam informações em apps das marcas, antes era apenas 3%. Nos sites das marcas, o volume passou de 3% para 63%. Mídias sociais e apps de classificados cresceram também. O que cresceu foi a visita ao revendedor, que se manteve em 33% antes e depois do SARS-Cov 2.
Isso é reflexo do temor de contágio por aglomeração. A maioria dos pesquisados estão dispostos a comprar carros pela internet (79%) e, para testa-los, um serviço que leve o produto até suas residências ou locais de trabalho. A entrega doméstica é outro ponto observado. O pós-venda leva e traz com limpeza antibacteriana, tem 47% dos entrevistados.
Em termos de produto, após o Covid-19, os chineses passaram a considerar motor a combustão (51%) dentro de SUV (47%) de marca estrangeira (68%). Será que após o surto do coronavírus no Ocidente, o comportamento dos consumidores mudará?
Em SP, por exemplo, uma locadora já baixou o aluguel mensal do carro de R$ 1.500 para R$ 900 em contratos de dois meses no mínimo. O desconto de 40% para sua frota de 65 carros foi criado para os usuários de transporte coletivo e veículos de aplicativo, que preferem evitar o risco de contágio nesses modais.
[Fonte: Carscoops/Primo Rossi]
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