As deficiências nutricionais estão entre os principais fatores que afetam a produtividade de uma lavoura. Nesse caso, a medida corretiva é a adubação, uma operação que pode ser feita de diversas formas, entre elas, a adubação foliar. E a mecanização tornou esse processo ainda mais preciso e eficiente.
Por isso, dedicamos este post para explicar a relação entre a automação das atividades do campo e a adubação foliar. Entenda como a união desses processos pode garantir uma safra mais produtiva e abundante!
O que é a adubação foliar?
A adubação consiste na aplicação de fertilizantes no solo e nas plantas para inserir nutrientes importantes ao seu desenvolvimento. Esse processo pode ocorrer de três formas principais:
- adubação do solo;
- adubação por rega;
- adubação foliar.
Vamos nos ater aqui à última forma. A adubação foliar visa aplicar os nutrientes diretamente nas folhas para que, a partir delas, sejam absorvidos e direcionados para outras partes da planta. Existem diferentes métodos para aplicar o adubo via foliar, sendo os mais comuns:
- uso de pulverizadores para distribuir o produto sobre a superfície das folhas;
- pulverização aérea com aviões agrícolas;
- atrelado ao processo de irrigação, adotando aspersores ou microaspersores.
Existem ainda dois tipos de adubação foliar: a complementar e a de correção.
Adubação foliar complementar
É realizada em combinação com outros métodos de adubação. Dessa forma, ela complementa a nutrição já realizada via solo ou rega, nos quais os nutrientes são absorvidos pelas raízes. É muito utilizada em culturas com alto nível de exigência nutricional.
Adubação foliar de correção
Adota-se em culturas que apresentam deficiências nutricionais em um estágio específico de desenvolvimento, como na floração ou na formação de frutos.
Quais são as vantagens da adubação foliar?
Ação rápida
É um método de ação rápida e efeitos duradouros, uma vez que a absorção dos nutrientes pela planta é praticamente imediata. Isso acontece porque quando os nutrientes são depositados no solo, a eficácia pode ser menor.
No solo, ocorrem processos de lixiviação, erosão, volatilização e adsorção, que provocam a perda de nutrientes. Ou seja, muito do que é lançado no solo talvez não possa ser aproveitado pela planta. Via foliar, o aproveitamento é maior, e a absorção é muita mais rápida.
Facilidade de aplicação
A aplicação de nutrientes via solo traz um grande desafio ligado à uniformidade na taxa de aplicação. A pulverização foliar, por outro lado, permite distribuir o produto de modo mais uniforme, reduzindo as perdas e elevando o aproveitamento por parte das plantas.
Por esse motivo, as doses necessárias para a aplicação são menores do que as aplicações via solo. Dessa forma, os fertilizantes ocuparão menos espaço no estoque, facilitando o controle e reduzindo custos.
Versatilidade da aplicação
A adubação foliar permite maior flexibilidade na formulação e combinação de produtos. Dessa forma, é possível até mesmo aplicar o fertilizante combinado com herbicidas e defensivos agrícolas. Isso economiza tempo, custos e mão de obra.
Melhor custo-benefício
Como as dosagens são menores e a ação é mais rápida, os desperdícios também são reduzidos. Além disso, os produtos podem ser aplicados agregados a outros, reduzindo as passadas no talhão. Isso diminui o custo do produto por hectare e traz uma consequente economia com combustível.
Essa técnica funciona para qualquer cultura?
A eficiência e as condições da adubação foliar dependem bastante da cultura. Trata-se de um método de fertilização que pode ser adotado em qualquer tamanho e tipo de plantação. Mas é preciso analisar a viabilidade, o estágio de desenvolvimento e a necessidade nutricional das plantas, além de alguns cuidados.
Por exemplo, algumas plantas podem exigir componentes químicos para ajudar na retenção do nutriente ou protegê-las de danos. Esses produtos podem ser classificados como:
- umectantes;
- molhantes;
- protetores.
Por meio de um especialista, você saberá qual é o melhor componente para a sua cultura. Além disso, para algumas culturas, a adubação foliar pode não apresentar resultados significativos, ou não ser um consenso entre especialistas do setor.
Esse é o caso da soja. Por exemplo, segundo o engenheiro agrônomo Áureo Lantmann, consultor técnico do Projeto Soja Brasil, caso as necessidades nutricionais da planta já tiverem sido atendidas via solo, a adubação foliar não terá efeito algum. Assim, para a correta aplicação, seria necessário realizar um diagnóstico profundo para direcionar a aplicação. De qualquer forma, quando a adubação é feita sob a orientação de um profissional experiente, não haverá riscos à produção.
Quais critérios ter em mente antes de fazer a adubação foliar?
O desenvolvimento dessa técnica teve sempre como objetivo aumentar a produção de uma lavoura, sem colocar em risco a qualidade dos produtos. Assim, é preciso ter atenção a alguns critérios antes de colocá-la em prática.
Sais solúveis de NPK
Ao usar sais solúveis de NPK, é importante fazer a adubação em uma baixa concentração, até que se atinja o nível desejado. Pode acontecer de surgirem folhas queimadas caso a concentração seja elevada demais.
Tempo de secagem
O fator tempo de secagem é fundamental porque pode determinar o grau de absorção do nutriente pela superfície foliar. Quanto mais demorar a secagem, maior a probabilidade de o produto penetrar nas folhas, já que é necessário que o fertilizante esteja em estado líquido para ocorrer a absorção.
Por isso, calor e umidade são fatores que merecem atenção. Altas temperaturas em baixa umidade promovem a secagem mais rápida do que em temperaturas mais baixas e umidade girando em torno de 80% a 90%. O tempo de secagem também pode ser ampliado por meio de substâncias com propriedades umidificantes.
Necessidade nutricional da planta
Os fertilizantes aplicados na adubação foliar também devem levar em conta a necessidade nutricional da lavoura. Por meio de uma diagnose foliar, é possível identificar as deficiências e estabelecer os padrões adequados para a operação.
Combinação de produtos
A mistura de agroquímicos pode ter efeitos negativos na eficiência dos produtos. Pode acontecer de um anular a ação do outro. Assim, ao combinar adubos, fungicidas e pesticidas, siga as recomendações de um especialista e do fornecedor.
Acidez da solução
A acidez e a alcalinidade (pH) da solução aplicada afetam diretamente no grau de absorção das plantas. Algumas espécies só conseguem absorver dentro de uma faixa específica de pH. Por isso, é necessário verificar as exigências de cada planta.
Uso como complemento
No geral, a indicação é que a adubação foliar seja adotada como complemento nutricional para a lavoura, uma vez que ela não dispensa outros métodos de fertilização, como a realizada via solo.
Como a mecanização traz melhorias ao processo de adubação foliar?
As máquinas agrícolas embarcam cada vez mais tecnologias capazes de aprimorar os resultados das operações. É o caso dos pulverizadores agrícolas. Esses equipamentos são utilizados para aplicar na lavoura a solução diluída em água. Assim como ocorre no caso da pulverização de defensivos, a máquina utiliza barras ou turbinas com bicos acoplados para distribuir de forma uniforme o produto na superfície das folhas. A mecanização do processo de adubação foliar garante ao produtor:
- maior uniformidade na aplicação;
- redução de deriva;
- redução do desperdício de fertilizantes;
- maior agilidade nas operações;
- redução de problemas relacionados à escassez de mão de obra;
- maior custo-benefício.
A adubação foliar se encaixa perfeitamente como complemento nutricional em etapas específicas do desenvolvimento da maioria das plantas. Elas podem garantir uma safra de maior qualidade e mais resistente a pragas. A mecanização, por sua vez, atua como um agente otimizador de todo o processo, garantindo uma eficiência maior às atividades do campo.
Quer saber mais sobre como a mecanização pode ajudar sua lavoura? Entre em contato conosco e tire suas dúvidas!
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