Ela surgiu como sensação na Ásia, mas não passou muito tempo e a verdade veio… A Suzuki Inazuma era para ter feito muito sucesso, porém, alguns problemas conceituais fizeram o modelo simplesmente ser rejeitado em muitos lugares.
Aqui no Brasil, por exemplo, não foi diferente. Lançada em 2015, não durou muito tempo e saiu de cena em meados de 2017, junto com outros 16 modelos da Suzuki, que hoje basicamente vende apenas modelos grandes, acima de 750 cm3.
Conhecida como GW250, a Suzuki Inazuma também era chamada de GSR 250 no Japão, onde também não é mais vendida. Como naked, o modelo tinha inspiração na B-King 1300, sendo uma opção de acesso interessante, a princípio.
Equipada com motor de dois cilindros e refrigeração líquida, a 250 da Suzuki era para ter um desempenho a altura de seu nome, que em japonês significa “relâmpago”.
Ainda que não tido o sucesso esperado em muitos países, a Suzuki Inazuma caiu no gosto das patrulhas policiais urbanas e rodoviárias nos EUA, China e Japão, entre outros.
Na União Europeia, a Inazuma saiu de cena em 2017 por conta da obrigatoriedade de freios ABS, o mesmo que existe atualmente aqui no Brasil para esta categoria, sendo que não havia planos da Suzuki para introduzi-lo no modelo.
Elogiada pela ciclística e qualidade de fabricação, a Suzuki Inazuma foi criticada por seu visual bastante conservador, como muitos modelos da marca japonesa.
Suzuki Inazuma
Lançada em 2011, onde foi apresentada oficialmente no Salão de Xangai, na China, a Suzuki Inazuma foi uma criação originalmente feita para este mercado, onde chegou com nome GW250.
Inspirada em um modelo bem maior, a Suzuki B-King 1300, a Inazuma foi produzida inicialmente pela chinesa Haojue, que é parceira da marca japonesa na China, de onde o produto foi exportado para diversos países, inclusive o Brasil.
Pensando em lançar uma moto grande com preço de pequena, algo não raro dentro da marca, a Suzuki projetou um produto que teria motor de dois cilindros em uma categoria que geralmente aposta no monocilíndrico como baixo custo.
Além disso, um quadro grande e carenagem volumosa, ainda mais com o assento duplo de moto de turismo, deixaram a Inazuma bem acima do esperado e, pior, com sobrepeso.
A Suzuki Inazuma chegou em uma época onde as marcas de motos estavam impondo um visual mais radical para suas motocicletas, especialmente quatro anos depois, quando desembarcou no Brasil.
Com consumidores cada vez mais ávidos por novidades, manter uma aparência de moto antiga não era a melhor das alternativas para se destacar entre as demais.
Apesar da Inazuma ainda apelar para alguns detalhes mais modernos, em realidade, quando desembarcou no Brasil, tardiamente, ela já tinha um ar cansado, assim como alguns modelos da Suzuki por aqui.
Rivais como a Honda CB300 R, por exemplo, já estavam deixando de lado um ar austero e conservador para adotar linhas mais agressivas. A Yamaha Fazer 250 atual é o maior exemplo de uma mudança da água para o vinho.
Ainda assim, a Suzuki Inazuma ia pelo caminho conservador com elementos interessantes, que a diferenciavam das demais. Maior em aspecto, ela parecia andar mais com a mesma cilindrada.
Suzuki Inazuma – Estilo
O estilo da Suzuki Inazuma veio da enorme B-King 1300 mas, felizmente, sem os exagerados escapes na rabeta, que parecem duas orelhas de morcego. A “grande” 250 estava mais para as comportadas (apenas no visual) GSF.
Focada mais no conforto, a Suzuki Inazuma vinha com farol grande e dotado de lâmpadas de 55/60 watts, bem como duas luzes de posição, que são suficientes para se trafegar com farol apagado em outros países, mas não no Brasil.
Com formato em “Y”, o conjunto ótico frontal era montado numa moldura de cor da moto, que se moldava ao formato do painel. A Inazuma chamava atenção por suas extensões laterais (do tanque) pronunciadas em direção à frente da moto.
Presas ao tanque, elas em realidade protegiam outro item importante da Suzuki Inazuma, o radiador de água, localizado logo abaixo do cáster da moto.
Trazia ainda repetidores de direção integrados à carenagem, quase como num carro, sendo eles triangulares e harmônicos ao desenho. O tanque curvado trazia ainda um suporte de liga leve próximo do guidão.
O bocal de abastecimento era do tipo competição, dando um charme a mais ao conjunto. Já o assento era duplo e em dois níveis, desenhado para oferecer muito conforto ao piloto e razoavelmente ao garupa.
A rabeta vinha com alça de liga leve, que também era bem acentuada e trazia uma lanterna de desenho triangular, tendo ainda lente transparente. O para-lama traseiro da Suzuki Inazuma era pouco pronunciado.
Ele portava dois repetidores de direção com lentes brancas, além de suporte para placa com luz e refletor, ambos proeminentes. A Suzuki Inazuma tinha apliques laterais na cor cinza escuro na parte inferior e prata mais acima.
Na frente, o para-lama tinha um formato bem aerodinâmico, cujo desenho era estranhamente bem avançado, inclinando-se muito para frente da roda. A carenagem trazia, envolvente, vinha na cor da moto.
Esta, por sinal, podia ser totalmente preta, azul e branca ou vermelha com detalhes em branco. O painel era análogo-digital com conta-giros dotado de ponteiro, cujo mostrador era centralizado.
Do lado direito, em um display digital, ficava o velocímetro, junto com hodômetros, relógio, nível de combustível, indicador de manutenção e indicador de marcha, que ficava separado pelo aro metalizado do conta-giros.
Este vinha com faixa vermelha entre 11.000 rpm e 13.000 rpm. Ao lado esquerdo, ficavam as luzes-espia. O painel da Suzuki Inazuma tinha ainda indicador de eficiência no consumo quando em pilotagem normal ou econômica.
A motocicleta da Suzuki trazia ainda semi-guidões ajustáveis para permitir melhor condução para pilotos de diferentes estaturas. Regulável também era a suspensão traseira monoamortecida, que possuía sete níveis.
Contudo, era necessário o uso de ferramentas e algum trabalho para ajustar o conjunto à preferência do piloto. O conjunto tinha balança feita de aço e incorporava um disco de freio ventilado com 240 m e pinça de freio com apenas um pistão.
O conjunto tinha mola helicoidal e amortecedor pressurizado. Na frente, a Suzuki Inazuma possuía garfo telescópico com sistema hidráulico com molas e amortecedores integrados.
Além disso, trazia ainda suporte metálico entre as hastes, tendo também disco de freio ventilado com 290 mm e pinça com dois pistões. Os dois sistemas não possuíam sistema antitravamento ABS.
Com pneus sem câmara, a Suzuki Inazuma vinha com rodantes de medidas 110/80 R17 na frente e 140/70 R17 atrás. Tendo escape duplo cromado, estes vinham com ponteiras afuniladas e protetores metálicos.
A naked da japonesa trazia também pedaleiras retráteis pouco recuadas e com piloto limitador para o piloto e bem elevadas para o passageiro, que eram presas aos escapes. Ela vinha ainda com alças metálicas sob as laterais da traseira.
Suzuki Inazuma – Motor
A Suzuki Inazuma nasceu com motor bicilíndrico de quatro tempos. Feito em liga leve, ele tinha dois cilindros em linha, que mediam 53,5 mm e tinham curso de 55,2 mm, além de taxa de compressão de 11,5:1.
O propulsor tinha comando simples no cabeçote, que incorporava duas válvulas por cilindro. De concepção atual, tinha sistema de refrigeração líquida, o que aumentava sua eficiência energética.
Ele possuía também um sistema de amortecimento eficiente, que filtrava bem as vibrações do motor, o que garantia maior conforto durante a pilotagem.
Com 248 cm3, o motor da Suzuki Inazuma dispunha ainda de injeção eletrônica sequencial, sendo abastecido apenas por gasolina. O pouco tempo de mercado e a importação chinesa, impediram que alcançasse a tecnologia flex.
Tendo acelerador eletrônico, o bicilíndrico 250 era integrado ao câmbio de seis marchas. Este possuía relações mais longas nas marchas altas, o que conferia à Inazuma, boa aptidão para alcançar velocidades elevadas.
Ele entregava 24,5 cavalos a 8.500 rpm e 2,24 kgfm a 6.500 rpm, tendo assim bom torque em baixas rotações, um comportamento característico de motores grandes (nesse caso, no número de cilindros).
Devido ao seu projeto, que envolve um motor de dois cilindros, a Suzuki Inazuma era bem pesada, tendo 183 kg em ordem de marcha, o que era muito alto para uma 250, ainda mais se comparado com as rivais monocilíndricas.
Estas, geralmente nacionais, pesavam em em torno de 150 kg, o que às tornavam mais ágeis, já que a potência da Inazuma era considerada baixa para uma 250 de dois cilindros.
Com força semelhante ao das 250 nacionais, a Suzuki Inazuma ficava em desvantagem, apesar de suas medidas generosas. Ela media 2,14 m de comprimento, 0,76 m de largura, 1,07 m de altura, 1,43 m de distância entre-eixos e 0,78 m de altura de assento.
A Suzuki Inazuma tinha aceleração de 0 a 100 km/h em torno de 7 segundos com velocidade final de 155 km/h. A motocicleta tinha consumo de 30 km/l, o que permitia autonomia de quase 400 km.
O tanque de 13,3 litros era considerado pequeno demais para uma 250, ainda mais se compararmos com as rivais. A Yamaha Fazer 250 da época, tinha nada menos que 19,2 litros.
Assim, a Inazuma obrigava reabastecimento por mais vezes que as principais concorrentes. Sendo essa uma das deficiências do produto, ela também tinha outro, o preço: R$ 15.900.
Suzuki Inazuma – Mercado
Em 2015, ela saía mais cara que CB300 e Fazer, por exemplo, o que ajudou na não popularização do produto. Após dois anos, a Suzuki Inazuma 250 teve enorme problema no Brasil.
A J. Toledo, empresa que representa a Suzuki no Brasil, descontinuou nada menos que 16 modelos vendidos em 2017, inclusive a Inazuma. Na época, apenas os modelos V-Strom 650 e 1000.
Os modelos populares EN 125 Yes, GSR 125 e GSR 125S, assim como Intruder 125 e a linha Bandit, que era bem famosa por aqui. Assim, a naked 250 simplesmente se foi sem deixar vestígios de retorno.
A saída da Suzuki Inazuma aparentemente teria sido apressada, mas de certa forma, foi providencial, já que o modelo não recebeu freios ABS nem na Europa, sendo o item de segurança obrigatório atualmente no Brasil.
Assim, de qualquer forma, a moto chinesa não teria muito tempo por aqui. No mercado exterior, a Suzuki Inazuma ganhou apenas uma versão carenada, que ficou bem longe do Brasil.
Sem atualização, a naked 250 deixou de ser vendida até no Japão, um dos primeiros mercados que a recebeu após a China. Feita em Guangzhou pela Haojue, deixando ser comercializada globalmente.
Sucessora
Com o fim da Inazuma, que chegou a ser vendida na Índia, um dos maiores mercados de motos do mundo, onde fracassou em vendas, ela foi substituída por uma esportiva de 250 cilindradas no portfólio global da Suzuki.
Esta é a GSX 250R, uma esportiva carenada que compartilha o mesmo motor da Suzuki Inazuma, tendo as mesmas características técnicas e uma potência de 25 cavalos a 8.000 rpm e 2,0 kgfm a 6.500 rpm.
Lançada em 2017, na mesma época em que a Suzuki Inazuma saía de cena globalmente, a GSX 250R chegou com visual verdadeiramente mais atual e agressivo que a proposta da naked, mesmo em segmentos diferentes.
A nova moto da Suzuki trazia exatamente o que a Inazuma deixou passar, um visual agressivo e atraente, assim como uma potência maior, mesmo com bom desempenho.
Com estilo racing e escape único, volumoso, a GSX 250R é um pouco mais curta que a anterior, tendo dois assentos, mas feita apenas para o piloto, que terá uma ciclística bem esportiva, diferente da Suzuki Inazuma.
Futuro
Para uma eventual continuação da Suzuki Inazuma, a solução seria embarcar num estilo inspirado na GSX-R 750S, modelo que inclusive é vendido no Brasil, como GSX-S 750 (foto acima).
Com mudanças na ciclística, para dar mais esportividade, assim como uma carenagem mais agressiva, a Suzuki Inazuma poderia receber uma repaginada no visual assim como ocorreu com CB Twister e, especialmente, com a Fazer 250.
A questão do motor, pelo menos no Brasil, exigiria uma versão “S” dessa nova Inazuma, que permitiria à mesma alcançar em torno de 30 cavalos, colocando-a obrigatoriamente num segmento acima.
O ideal para a Suzuki seria mesmo uma Inazuma 250 monocilíndrica com quatro tempos e refrigerada a ar e com radiador de óleo, mesmo mesmo com refrigeração líquida, já seria uma ganho enorme, ainda mais se pesasse em torno de 150 kg.
Isso a tornaria uma concorrente direta da BMW G 310R, por exemplo. Porém, não existem planos da Suzuki para outra 250 e ainda mais com apenas um cilindro.
A parceria da Suzuki, a Haojue – que inclusive é representada no Brasil pela JTZ, que pertence à J.Toledo – não possui nenhum modelo de 250 cilindradas que possa substituir a Inazuma.
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