Apesar de ter registrado resgate líquido de R$ 51 bilhões em dezembro, a indústria de fundos de investimentos encerra 2019 com captação líquida de R$ 191,6 bilhões, mais do que o dobro registrado no ano anterior (R$ 95,4 bilhões).
Com captação líquida de R$ 16,9 bilhões em dezembro, a classe ações encerrou o ano com o seu melhor resultado anual e com a maior captação líquida da indústria, R$ 86,2 bilhões, o que corresponde a um crescimento de 195% em relação a 2018. Somente o tipo livre, que tem o maior PL dentro dessa classe, registrou entrada de R$ 7,4 bilhões em dezembro e de R$ 45,4 bilhões em 2019.
A classe multimercados ficou com o segundo melhor resultado, tanto no mês como no ano. Após registrar entrada líquida de R$ 7,7 bilhões em dezembro, a classe acumulou captação líquida de R$ 66,8 bilhões em 2019 – crescimento de 37,3% em relação a 2018. Os tipos multimercados livre e investimento no exterior foram os destaques, com entrada de R$ 3,9 bilhões e R$ 2,7 bilhões no mês, respectivamente; e R$ 30,1 bilhões e R$ 25,7 bilhões no ano, nesta ordem.
Diante das recentes reduções de juros e da renovação das expectativas em relação à manutenção da taxa Selic, intensificou-se o movimento de diversificação na alocação de recursos por parte dos investidores ao longo do ano. Isso explica o melhor desempenho da classe ações na sua história e a maior saída líquida da classe renda fixa dos últimos anos.
O movimento que impulsionou positivamente as captações nas classes multimercados e ações impactou negativamente a classe renda fixa, sobretudo pela maior exposição a ativos indexados às taxas de juros de curto prazo. Em 2019, pelo segundo ano consecutivo, essa classe registrou saída líquida de R$ 69,3 bilhões, o pior resultado desde 2008 (em R$ de 2019) – somente em dezembro essa classe apresentou resgate líquido de R$ 70,3 bilhões.
Em relação às rentabilidades da indústria, os tipos que compõem a classe ações foram destaque, quase todos os tipos (9 entre os 12) rentabilizaram acima do o Ibovespa, no ano. Os tipos small caps e valor/crescimento apresentaram os maiores ganhos em 2019, 51,98% e 45,76%, respectivamente. Na classe multimercados, os tipos long e short direcional e livre encerram o ano com variação de 14,19% e 12,22%, respectivamente.
Em contraponto, Estevão Taiar (Valor, 08/01/2020) informa sobre o principal funding de mercado para financiamento habitacional. É destino típico da chamada “poupança popular”, isto é, eventual sobra de renda após o consumo básico.
A poupança teve em 2019 a menor captação líquida de recursos em três anos. O Banco Central (BC) divulgou ontem que no ano passado a captação líquida da aplicação foi de R$ 13,327 bilhões. Em 2017 e 2018, a diferença entre a captação da poupança e os saques efetuados foi de R$ 17,126 bilhões e R$ 38,260 bilhões, respectivamente. Em 2016, por sua vez, foi registrado saque líquido de R$ 40,701 bilhões.
O resultado de 2019 foi fruto de captação de R$ 2,475 trilhões e de saques de R$ 2,461 trilhões dos poupadores, segundo o BC.
Com a taxa básica de juros nas mínimas históricas, o investimento na poupança perde atratividade. A regra determina, quando a Selic está abaixo de 8,5%, o rendimento da poupança ser de 70% da taxa básica mais a TR. Esta está próxima de zero. Atualmente, a Selic está em 4,5%.
Em dezembro, as novas captações em caderneta de poupança superaram os saques em R$ 17,211 bilhões. Em novembro, a captação líquida havia sido de R$ 2,426 bilhões. Já em dezembro de 2018 a poupança havia registrado captação líquida de R$ 17,126 bilhões.
A captação líquida registrada em dezembro do ano passado se somou ao rendimento de R$ 2,533 bilhões creditado no mês. Com isso, o saldo total da poupança somou R$ 845,464 bilhões, frente a R$ 825,729 bilhões em novembro. No acumulado do ano, o rendimento foi de R$ 34,856 bilhões.
Em dezembro, os bancos aplicadores de recursos da caderneta em crédito imobiliário (SBPE) registraram uma captação líquida de R$ 13,597 bilhões, informou o Banco Central. Já as instituições financeiras que destinam os recursos da poupança para o crédito rural (SBPR) registraram captação líquida de R$ 3,613 bilhões, por sua vez. No ano passado como um todo, essas captações líquidas foram de R$ 12,389 bilhões e R$ 937 milhões, respectivamente. Só. E o governo inepto não está nem aí para isso…
Fundo de Ações registra a maior captação no ano de 2019 pela primeira vez na indústria de fundos publicado primeiro em https://fernandonogueiracosta.wordpress.com
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