terça-feira, 25 de junho de 2019

JAC J5: anos, versões, motor, equipamentos, consumo (detalhes)

JAC J5: anos, versões, motor, equipamentos, consumo (detalhes)

O JAC J5 foi um sedã médio que a marca chinesa JAC Motors vendeu no Brasil entre os anos de 2012 e 2016, tendo sido um projeto que deu impulso na imagem da empresa por aqui, sendo ainda feito na China e até em versão elétrica.

Desenhado por renomado estúdio italiano, o modelo não resistiu aqui ao aumento das vendas de SUVs e queda de seu segmento.

O sedã médio da marca chinesa foi o primeiro do tipo no fabricante de Shenzen, província de Anhui, na China, a mesma região da rival Chery.

O JAC J5 foi um produto importante lá e aqui, mas no mercado brasileiro, fracassou ao insistir numa configuração mecânica que já não atendia mais aos anseios dos clientes.

JAC J5: anos, versões, motor, equipamentos, consumo (detalhes)

Além de faltar em motor e câmbio, o JAC J5 era vendido por um preço bem acima do esperado inicialmente, o que ajudou a deixa-lo mais vulnerável num mercado que ainda havia bastante concorrentes na época.

Com design interessante, o modelo tinha bom espaço interno e porta-malas condizente.

Também apresentava uma arquitetura atual para a ocasião, interior com melhor atenção no acabamento, mas conteúdo de conforto e segurança apenas mediano.

Poderia ter alçado um voo mais alto, mas não deu. Na China, o JAC J5 evoluiu somente para um carro elétrico (com 410 km de autonomia), exigência local para fabricantes ligados ao governo, como é o caso da Jianghuai. Esta é a história do sedã médio da JAC.

JAC J5

JAC J5: anos, versões, motor, equipamentos, consumo (detalhes)

O JAC J5 era um sedã médio desenhado por Pininfarina para a JAC Motors, utilizando elementos estéticos próprios dos carros europeus.

Com linhas equilibradas, o modelo tinha frente com faróis duplos em máscara negra, sem luzes diurnas em LED ou algo assim, mas um conjunto interessante.

A grade e o para-choque formavam um “V” e a grelha superior tinha o logotipo de estrela de cinco pontas da Jianghuai com frisos cromados, enquanto a parte inferior tinha grelha preta.

Haviam molduras laterais com faróis de neblina e frisos cromados, enquanto o capô era liso e levemente envolvente. A frente do JAC J5 tinha a parte inferior elevada em vez de dispor de spoiler.

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Nas laterais, o JAC J5 tinha um vinco bem suave na parte superior, além da linha de cintura equilibrada com portas de tamanho equilibrado.

Era facilmente notado o bom entre-eixos da plataforma do sedã chinês, que ainda tinha colunas C elegantes, assim como as janelas traseiras, que caíam suavemente.

As rodas de liga leve aro 16 polegadas com múltiplos raios eram de desenho italiano e remetiam à performance, algo que o JAC J5 nunca teve como destaque.

Na traseira alta e pouco pronunciada, o sedã médio tinha lanternas em luzes de LED e desenho bem elaborado. A barra cromada sobre a tampa do porta-malas fundia-se com o conjunto ótico.

Esta tinha suporte para placa e logotipo da JAC.

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O para-choque era liso e com a parte inferior em preto, tendo uma luz de neblina como destaque, além do sensor de estacionamento.

A luz auxiliar de freio do JAC J5 ficava atrás do vidro traseiro. No geral, o estilo exterior do modelo era até bem atraente.

Com interior amplo, o JAC J5 apostou num visual mais elaborado em relação ao J3 Turin, sedã compacto mais barato da JAC Motors, tendo até revestimento soft macio sobre o painel.

O ambiente era todo preto, apostando no gosto brasileiro por um habitáculo mais sóbrio.

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Para reforçar isso, o JAC J5 vinha ainda com detalhes em preto brilhante, volante em couro (sem comandos funcionais ou ajuste de profundidade) e bancos em camurça.

O sedã tinha ainda cluster analógico com iluminação azul e um computador tão básico que não tinha marcador de consumo.

Velocímetro, conta-giros, nível de combustível e temperatura da água eram os itens presentes na instrumentação. Não havia multimídia, mas um rádio com CD player e MP3, além de entrada (mini) USB e auxiliar.

O destaque era o ar condicionado automático com display digital. Nesse caso, havia inclusive um difusor de ar para o banco traseiro.

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O console central era básico, com um porta-objetos com tampa para cinzeiro e isqueiro, bem como a alavanca de câmbio com capa costurada, além de dois porta-copos e apoio de braço elevado com pequeno volume interno.

O porta-luvas tinha tamanho mediano.

O JAC J5 tinha ainda ajuste elétrico de altura dos faróis, luzes de leitura e para-sóis iluminados.

Haviam comandos para vidros elétricos nas quatro portas com acionamento na chave, bem como travamento centralizado e retrovisores ajustáveis remotamente.

O banco do motorista tinha ajuste duplo de altura, enquanto a coluna de direção era alterada apenas em altura.

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Os bancos dianteiros tinham formato bem envolvente e ofereciam conforto, enquanto o traseiro tinha apoios de cabeça integrados nas laterais apenas, faltando o central, assim como o cinto de segurança de três pontos para o quinto passageiro.

Também não tinha apoio de braço central. Embora quisesse ser o topo de linha da marca, o JAC J5 falhava em detalhes como esse.

Entretanto, o espaço para quem ia atrás era muito bom, assim como o porta-malas com 460 litros, suficiente para as pretensões do JAC J5, que ainda tinha uma arquitetura interessante a oferecer.

JAC J5 – Projeto

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Batizado de B926, o projeto do JAC J5 envolveu o desenvolvimento de uma plataforma que foi compartilhada com a minivan JAC J6.

O conceito inicial era o B18, depois rebatizado de B15. Com 4,590 m de comprimento, 1,765 m de largura, 1,465 m de altura e bons 2,710 m de entre eixos, o sedã era bem espaçoso.

Sua suspensão dianteira era McPherson, enquanto a traseira era multilink com braços de convergência ajustável.

Esse conjunto havia sido projetado por um fornecedor para prover tração nas quatro rodas, mas essa não era a pretensão da JAC, por isso era um conjunto estranho num carro que jamais viria uma opção AWD.

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Com 1.315 kg no Brasil, o JAC J5 tinha direção hidráulica com ajuste leve demais e pouco progressivo.

Tendo uma frente que permitia grande fluxo de ar sob o carro, a tendência era de extrema leveza frontal em velocidades altas, contribuindo para o desconforto e sensação de insegurança.

Teria sido preferiu um ajuste mais firme na direção, spoiler e suspensão mais baixa na frente para conter essa tendência.

O JAC J5 tinha boa estabilidade com o conjunto apresentado, que foi modificado pela SHC – representante da JAC no Brasil – ainda na fábrica de Shenzhen.

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Como sempre, Sérgio Habib – presidente da JAC Motors no Brasil – ordenava a adaptação dos carros chineses para cá, o que de fato surtiu efeito, pois, pelo menos em termos de calibragem de suspensão e freios, o JAC J5 ficou mais acertado, bem como melhorias de isolamento acústico, revestimentos e tonalidades.

O JAC J5 tinha segurança mediana com freios a disco nas quatro rodas, sistema ABS com EDB e airbag duplo. Ele tinha uma estrutura em aço estampado com certo nível de proteção, chegando a ganhar 5 estrelas no C-NCAP em 2011.

Porém, poderia ter oferecido aqui airbags laterais e até de cortina, bem como controles de tração e estabilidade com auxílio de partida em rampa.

JAC J5 – Motor

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O JAC J5 era um carro considerado leve para seu porte, por isso, a SHC acreditou que o sedã médio poderia seguir o exemplo do bem-sucedido Kia Cerato, que tinha motor 1.6 de até 128 cavalos.

A JAC utilizava na China o propulsor 1.5 16V VVT com duplo comando no cabeçote e acionamento por corrente lubrificada.

Era um motor até então moderno, com cabeçote e bloco em alumínio, tendo também injeção eletrônica multiponto.

Diferente da China, onde entregava 112 cavalos, aqui esse motor do JAC J5 passou a ter 125 cavalos a 5.500 rpm e 15,5 kgfm a 4.000 rpm, a fim de ter força suficiente para empurrar o médio.

Esse motor ainda não havia sido usado no JAC J3 Sport, que traria a tecnologia flex (JetFlex) mais adiante.

O JAC J5 não dispunha de versão automática, o que matou boa parte das vendas, tendo um câmbio manual de cinco marchas com relações bem longas, inadequadas para seu porte, peso e potência.

JAC J5: anos, versões, motor, equipamentos, consumo (detalhes)

Assim, como a SHC não podia alterar a relação de marchas do câmbio, o JAC J5 literalmente morria abaixo de 2.000 rpm, já que seu motor exigia também rotações mais altas para ter o torque suficiente.

O sedã médio, então, ia de 0 a 100 km/h em lentos 11,8 segundos e com máxima de 188 km/h. O consumo não era bom, fazendo 8,9 km/l na cidade e 11,4 km/l na estrada, sempre com gasolina.

Seu tanque tinha 57 litros, suficiente para cerca de 650 km de autonomia rodoviária.

Sem o motor JetFlex

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A atualização do JAC J5 veio apenas na linha 2015. A JAC Motors buscava reerguer seu sedã médio, que ainda era seu carro de imagem.

Por isso, proveu um facelift e alteração na mecânica para elevar as vendas. A frente adicionou uma nova grade com acabamento preto e apenas o logotipo da JAC.

Os faróis mantiveram o formato, mas ganharam assinatura em LED. Os faróis de neblina foram redesenhados e integrados a luzes diurnas em LED.

O para-choque tinha a parte central em preto brilhante e com frisos cromados na altura da placa. A base do protetor ganhou discretos spoilers para melhorar a aerodinâmica frontal.

JAC J5: anos, versões, motor, equipamentos, consumo (detalhes)

As rodas de liga leve aro 16 polegadas com pneus 205/55 R16 foram redesenhadas e ainda havia opção de rodas aro 17 raiadas.

Nas portas, as maçanetas passaram a ser cromadas, enquanto a traseira recebia novas lanternas em LED horizontalizadas e divididas pela tampa do bagageiro.

Essa tampa também mudou seu formato e passou a ter abertura com vão maior, mas ainda com pescoço de ganso no interior, roubando espaço.

O JAC J5 atualizado tinha ainda barra cromada sobre a placa e para-choque revisado suavemente e com sensores de estacionamento.

JAC J5: anos, versões, motor, equipamentos, consumo (detalhes)

No interior, o JAC J5 atualizado teve uma melhora no acabamento e design.

Ainda com material macio ao toque na cobertura, o painel agora tinha difusores de ar mais bem distribuídos, revestimento em material soft na parte superior, preto na central e na inferior, onde ficava o porta-luvas.

Na China, era mais agradável com ambiente parte cinza claro e marrom.

O cluster do JAC J5 2015 era novo e tinha mostradores grandes para velocímetro e conta-giros, além de display digital com computador de bordo de fato e níveis de combustível e temperatura da água digitais.

A iluminação azul permanecia, mas a visibilidade piorou, embora fosse bem melhor que a da minivan JAC J6 atualizada.

JAC J5: anos, versões, motor, equipamentos, consumo (detalhes)

O volante em couro imitava o da Chevrolet e tinha comandos de mídia e telefonia, uma vez que o JAC J5 passava a ter multimídia até com reprodução de DVD e câmera de ré.

A tela de 7 polegadas sensível ao toque era bem integrada ao conjunto, que ainda tinha ar condicionado automático e digital. Entrada USB padrão foi incorporada, assim como detalhes cromados na alavanca de câmbio.

Os bancos foram revisados e revestidos em couro preto ou em tecido antracite com detalhes em vermelho, mantendo o ambiente ao gosto do brasileiro.

A saída de ar traseira agora tinha dois difusores. O banco traseiro ganhou terceiro apoio de cabeça ajustável (todos) e cinto de três pontos para o quinto elemento, assim como sistema Isofix.

JAC J5: anos, versões, motor, equipamentos, consumo (detalhes)

Incompreensivelmente, o JAC J5 2015 – que tinha até duas versões – não ganhou o motor 1.5 JetFlex de até 127 cavalos no etanol, como o já citado J3 Sport.

Mantendo o mesmo conjunto mecânico, embora com leve ajuste na direção, o sedã médio melhorou apenas em estilo, conectividade e (levemente) em segurança.

Com deficiências bem presentes, o J5 modelo 2015 custava caro pelo que oferecia, se tornando impopular nesse aspecto.

Assim, no ano seguinte, a JAC Motors retirou seu sedã médio da ordem do dia, colocando em seu lugar utilitários esportivos como T5 e reforçando o T6.

O que o JAC J5 poderia ter sido

JAC J5: anos, versões, motor, equipamentos, consumo (detalhes)

A JAC Motors poderia ter adicionado o mesmo motor 2.0 JetFlex de até 155 cavalos da J6 atualizada – e igualmente do SUV T6 – além de um câmbio automático, que no caso seria de fato um CVT, como na China.

Isso já atenderia bem ao público nacional, ainda mais adicionando itens como piloto automático e os sistemas de segurança ativa, como controles de tração e estabilidade, tendo também airbags laterais pelo menos.

Foi um belo carro, que fracassou ao tentar custar mais do que deveria. Pior, não ofereceu aquilo que devia.

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