sexta-feira, 5 de abril de 2019

Brexit: paralisações antecipam pior cenário no setor automotivo

Brexit: paralisações antecipam pior cenário no setor automotivo

O setor automotivo da Grã-Bretanha está se esvaziando, literalmente. Com o Brexit em sua pior forma, já que se busca desesperadamente um acordo com a União Europeia para manter o livre comércio, a indústria automobilística do Reino Unido está ameaçada.

O impacto de uma possível saída dura do país da União Europeia, sem acordos ou salvaguardas, está minando a produção interna e antecipando o fechamento de fábricas. Nenhuma libra esterlina está liberada para investimentos internos na maioria dos casos e paralisações já adequam a fabricação de veículos à situação atual.

Com a saída adiada de 29 de março para 12 de abril, embora a primeira ministra Theresa May tenha pedido à UE um prazo até 30 de junho e tente convencer o parlamento de que seu acordo obtido com a UE é a única forma de saída com danos mínimos, o Reino Unido em realidade não sabe nem o que vai acontecer na próxima semana, quando expira o prazo.

Da mesma forma, nenhum fabricante de veículos sabe como essa história encerrará. De todas as montadoras, apenas a Toyota parece otimista em plenos caos que vive o país, tendo anunciado que fará carros comuns da Suzuki no reino. PSA e JLR pensam que a única maneira de sobreviver no Reino Unido isolado seria com carros elétricos.

Brexit: paralisações antecipam pior cenário no setor automotivo

Ellesmere Port deve seguir fazendo a versão elétrica da Opel Vivaro, enquanto a Jaguar Land Rover pensa em fazer modelos elétricos em suas fábricas nas Midlands. Marcas como Rolls-Royce e Bentley teriam mais chances de sobreviver. Mesmo assim, a ultraluxuosa da BMW entrou no processo de paralisação parcial de produção.

Isso está acontecendo com diversas marcas no país, como MINI e Vauxhall. A Jaguar Land Rover também participa, tal como a Honda e a Nissan. Essas paradas ajustam a produção à demanda de mercado, que está bem baixa. Em 2017, o setor estava indo para o recorde, mas a saída surpresa do país, virou o mercado de cabeça para baixo.

Afinal, o desemprego pré-anunciado de milhares de pessoas não é uma garantia de futuro bom e a confiança de consumidor, logicamente, desabou. Ainda mais com os fabricantes jogando a toalha, iniciando pela Nissan. Várias marcas cancelaram produção local de novos carros e quase nenhum investimento planejado num ambiente de isolamento econômico.

O temor do setor é o imposto de importação, que pode impactar em até 10% os preços dos carros prontos, assim como o processo aduaneiro demorado e uma complexa homologação dos veículos continentais. Nem é preciso dizer que os produtos britânicos ficarão mais caros no restante da Europa. A migração de produção já começou em alguns casos.

Se os EUA poderão perder 700 mil empregos, dobrando as tarifas apenas da União Europeia de 10% para 20%, o Reino Unido em realidade quebrará. Altamente dependente do continente, as operações inglesas entrariam em colapso. No entanto, existe um pensamento no mercado de que, quem ficar e aguentar o bombardeio fiscal, poderá até crescer num ambiente de concorrência enfraquecida.

[Fonte: Auto News Europe]

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