O Fusca Conversível é uma variante emblemática do besouro mais famoso do mundo.
Com capota retrátil, o clássico da Volkswagen passava de um carro popular para um veículo de estilo e até mesmo com certo status de exclusividade. Por isso, essa matéria visa mostrar como fazer a conversão do lendário VW e ainda contar um pouco da história dessa versão.
No dia a dia, poucos são os Fuscas que circulam sem o teto original e quando estes aparecem, chamam muito atenção das pessoas, mesmo até em eventos de carros clássicos e históricos.
Na própria história do Volkswagen Sedan, o conversível sempre marcou presença, embora não tenha sido uma versão feita de forma regular em determinadas regiões.
No Brasil, por exemplo, nunca foi produzido em série, embora tenha tido unidades criadas dentro da empresa.
No exterior, o Fusca Conversível foi uma variante regular, mas não feita pela Volkswagen. A mais famosa e que durou 30 anos foi criada pela Karmann, em Osnabrück, Alemanha.
No caso da transformação, existem até empresas especializadas na modificação para Fusca Conversível, mas alguns proprietários decidem por a mão na massa e faze-lo de forma artesanal, o que demanda certo tempo e dinheiro para conversão. Para quem não tem recursos para fazer em casa, o ideal é contratar uma oficina especializada.
Fusca Conversível
Muito antes de 1949, quando a opção passou a ser regular, o Fusca teve sua primeira versão conversível ainda na década de 30, sendo visto ostentado por dirigentes nazistas, como o próprio Adolf Hitler.
Entretanto, foi apenas no final dos anos 40, que a Volkswagen autorizou duas variantes do Beetle (Käfer).
Estas eram feitas pelas empresas Josef Hebmüller and Son e Karmann, localizadas em Wulfrath e Osnabrück, ambas na então Alemanha Federal.
O primeiro construtor criou um Fusca Conversível de dois lugares, num estilo roadster, que hoje é considerado raro. Esse, porém, não fez sucesso.
No segundo caso, a Karmann obteve êxito com seu Fusca Conversível de quatro lugares, que caiu nas graças dos clientes da Volkswagen, em especial nos EUA.
Acredita-se que somente 696 exemplares do “Heb” tenham sido feitos, enquanto a empresa que tinha filial no Brasil (Karmann-Ghia) fez nada menos que 331.847 unidades até janeiro de 1980.
Todas as variantes do Fusca alemão ganharão a versão Cabriolet da Karmann. Foram feitas conversões localizadas a pedido da Volkswagen no México e no Brasil, fora as modificações geradas por empresas especializadas e mesmo aquelas feitas de forma artesanal.
As duas gerações seguintes do Beetle também tiveram versões conversíveis, mas nenhuma foi vendida oficialmente no Brasil.
O Fusca Conversível foi emblemático no país, ao levar dois presidentes em desfile na fábrica da VW na Anchieta: Juscelino Kubitschek e Itamar Franco, sendo o último na reintrodução do popular da marca nos anos 90.
Como fazer a transformação
A transformação de um Volkswagen Fusca em requer muita atenção de quem faz, especialmente em relação à estrutura do carro.
O Fusca Conversível exige reforços na carroceria original, antes do corte das seções, especialmente na base presa ao chassi, a fim de compensar a ausência do teto e do arco do teto, assim como das colunas B e C, que serão recortadas.
O processo preserva somente as colunas A com o para-brisa, que pode ser trocado pelo do modelo alemão, maior, em casos de conversão para o padrão da Karmann, que foi o oficial da Volkswagen.
As portas também perdem o arco das janelas, ficando somente a parte inferior.
Na carroceria do futuro Fusca Conversível, toda a linha de cintura na altura dos vidros é cortada, inclusive na linha curvada que se sobrepõe à grade traseira, acima da tampa do motor. Basicamente, é dessa forma que ficará a carroceria do modelo sem teto rígido.
O processo de conversão geralmente trabalha com a restauração completa do Fusca e isso significa que, além da retirada total do acabamento interno, o carro também passará por um tratamento.
Nesse caso, a carroceria é inteiramente lixada para que uma nova pintura, normalmente em dois tons, seja aplicada à mão. Esta é bem delicada e exige o serviço de um especialista para ficar perfeita.
Na portas, um novo quebra-vento é instalado. Este é cromado e arredondado, acompanhando o original do carro, mas se a conversão for para o modelo alemão, ele será quadrado.
Os vidros das portas ficam presos em armações cromadas e fixas, subindo e descendo na janela.
Todo Fusca Conversível tem janelas traseiras móveis, que sobem e descem. Para isso, o vidro tem um corte curvado na parte traseira e armação metálica fixada nas extremidades.
O acionamento, assim como das portas, é feito por manivelas cromadas e estilizadas, igualmente como na frente. Entretanto, a janela não desce diretamente, mas bascula para trás.
Assim, as armações cromadas unidas quando as duas janelas estão levantadas, desaparecem sob a linha de cintura da carroceria do Fusca Conversível, deixando o vão aberto para ventilação e visibilidade, criando um belo efeito visual.
Na reconstrução do veículo, agora como um Fusca Conversível, as partes que foram retiradas, tais como bancos, revestimentos e painel podem retornar.
Entretanto, para estes recomenda-se restauração ou personalização a gosto do cliente, a fim de adicionar valor (sentimental ou comercial) para o veículo.
A capota para o Fusca Conversível via de regra atende aos padrões original do carro ou alemão, sendo esta de aspecto mais quadrado.
Em qualquer dos casos, elas deverão estar de acordo com o projeto de conversão. Ou seja, armação dos vidros, quebra-ventos e para-brisa precisam seguir o mesmo plano.
Isso é vital para que haja harmonia no encaixe da capota sobre as janelas e para-brisa. A capota é em tecido impermeável e de acordo ao gosto do cliente.
As cores originais das capotas do Beetle Cabrio podem ser reproduzidas, o que eleva o padrão de qualidade e originalidade da conversão.
A vigia traseira é feita em plástico transparente e o tecido é revestido também por dentro, em alguns casos, a fim de ocultar a armação metálica que a sustenta.
Normalmente a capota é presa por dois botões na base dos vidros traseiros e nas laterais do para-brisa, onde ficam também as duas travas de segurança, que mantém a estrutura fixada quando erguida.
Toda a articulação segue um padrão e ela se dobra de forma muito fácil, sendo seu manuseio rápido.
Uma vez dobrada atrás do banco traseiro, no espaço onde ficava o chamado “chiqueirinho” (segundo porta-bagagens do Fusca), a capota se encaixa parcialmente, ficando mais da metade para fora.
Nesse caso, para evitar que ela se erga com o carro em movimento, existe uma capa protetora, que deve ser fixada sobre a capota e presa por botões de pressão.
Numa conversão básica, o conjunto do Fusca Conversível fica com aparência arredondada e mais volumosa, enquanto na padrão alemão, esta geralmente é quadrada e baixa.
A conversão não altera outros parâmetros mecânicos do Fusca original, exceto a rigidez estrutural, devido ao corte da carroceria.
Nesse caso, a modificação deve atender às normas do Inmetro quanto ao peso do veículo e tensões que a estrutura pode suportar. Isso é necessário para que o documento de certificação seja aprovada e o veículo tenha seu registro alterado de sedã para conversível.
Para finalizar a conversão, o cliente dono do Fusca Conversível pode adicionar rodas em dois tons, faróis com pestanas, frisos de aço inox, pintura saia e blusa, outros detalhes cromados, interior em vinil ou couro, painel original, rádio original, etc.
Tudo dependerá do orçamento. A conversão dura em média três meses numa empresa especializada e o custo pode ficar na casa de R$ 16.000. Confira os vídeos de conversão abaixo:
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